A mídia atual estampa todos os dias fotos, imagens e matérias relacionadas à questão do Oriente Médio entre Israel e os palestinos na faixa de Gaza. Um breve resumo da história recente, século XX, se faz necessária, já que a saga do povo judeu está escrita no velho testamento. A origem dos conflitos por lá são mais recentes que todo passado da luta dos judeus pela sua terra. Vamos nos ater sucintamente a fatos do século XX:

1-O Estado de Israel teve sua semente plantada em 1917com a Declaração Balfour, Arthur James Balfour foi primeiro ministro britânico entre 1902 e 1905. Em 1917 como Chanceler elaborou o plano de criação do estado judeu.

2-A Palestina era parte da Síria, insalubre, miserável, relegada e abandonada, sendo que após a primeira guerra sob o comando Inglês, iniciou-se a colonização da região. Foi formada força policial e juntamente com o progresso, escolas e perspectivas futuras, chegavam também judeus de todas as partes do mundo.

3-Neste momento existia já uma população árabe e poucos judeus, mas a imigração de judeus era cada vez maior e isso começa a modificar hábitos e estilos da vida na região com uma inquietação social que começa a desabrochar.

4-A Inglaterra na intenção de ajudar também os árabes apoiou em uma miserável região da Jordânia a província da Transjordânia, criando uma região muçulmana e outra judia.

5-Por volta de 1920 foram iniciados conflitos armados ainda em pequena escala, com agressividade de ambos os lados.

6-Em 1945 um congresso Sionista pede o acolhimento de um milhão de judeus na região e torna-se imperativo a criação do estado de Israel.

7-Neste momento recrudescem os conflitos sociais e armados entre os povos judeus e árabes, e muito de atos terroristas de ambos os lados são criticados por grupos menos radicais de ambos os povos. Diga-se de passagem, o Sionismo tem um viés radical forte e é movimento político. O sionismo foi fundado formalmente em 1897.

8-Em 1946, a partir do enfraquecimento da Inglaterra em plena segunda guerra, a demanda crescente por solução na região que sofria ataque de radicais de ambos os lados a ONU é envolvida no processo.

9-Em 29 de novembro de 1947, uma assembléia da ONU, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha aprova a divisão da Palestina Inglesa em duas regiões.

10-Os sionistas gostaram da iniciativa, o mundo árabe não. Os conflitos pequenos se tornam uma guerrilha de maior intensidade com ataques de ambos os lados.

11-Em 14 de maio de 1948 é declarada a independência do Estado de Israel pelo então primeiro ministro David Ben-Gurion, um sionista socialista.

12-Surge o Estado de Israel . Em Abril de 1948 uma vila árabe é atacada por um grupo radical judeu e são mortas 240 pessoas, muitas mulheres e crianças. Segundo a bela professora da USP Arlene Clamesha houve 31 massacres promovidos pelos radicais judeus entre 1947 e 1948.

13-Em janeiro de 1949 é feita a primeira eleição para o parlamento de Israel.

14-Israel começa uma ampliação não oficial de suas fronteiras estabelecidas e os conflitos se exacerbam. Em abril de 1949, em torno de 700 mil palestinos viviam em campos de refugiados dentro de sua própria terra.

15-No auge da Guerra Fria , em outubro de 1956,devido a condição estratégica do Canal de Suez na região, Israel é estimulado pela França e Inglaterra e invade o Egito tomando parte do Canal de Suez. O Egito então aliado militar dos russos clamou pela ajuda do poderoso aliado, mas a Rússia aproveita a ação no Oriente Médio para invadir a Hungria. Mesmo sob tensão de um possível conflito mundial, ficaram "elas por elas".

16-Os ânimos esquentavam na região, as diferenças culturais, econômicas e sociais eram gritantes e o sangue dos dois lados já existia desde o início de pequenos embates nos anos 20. Em 1967 o eficiente serviço secreto de Israel detecta uma união do mundo árabe, quatro combatentes e quatro apoiadores, para uma provável invasão. Israel ataca sem piedade em 05 de Junho de 1967 na Guerra dos Seis Dias.

17-Israel destroçou os árabes, as perdas foram desproporcionais para as árabes, mesmo em número de soldados e armamentos equivalentes, com ligeira vantagem dos árabes. A vitória é atribuída ao lendário general Moshe Dayan pela estratégia e tática de guerra. O domínio judeu acaba por tomar territórios diversos na fronteira com mais expansão de sua área e mostrar a hegemonia militar de Israel na região.

18-Em 15 de Novembro de 1988 surge o Estado Palestino. A OLP (Organização de Libertação da Palestina) um grupo até então terrorista, assume uma roupagem de partido político. Na liderança de Yasser Arafat, detentor de um prêmio Nobel da Paz, diversos processos de negociação com Israel são conduzidos, na verdade iniciados nos Estaos Unidos pelo presidente Carter em 1977 no famoso encontro de Camp Davis.

Com este breve histórico vamos analisar algumas situações que se seguiram. Mesmo antes da autonomia política, o povo palestino é usurpado por suas lideranças com a corrupção e desmandos. As condições sociais são péssimas, a pobreza e o analfabetismo são alarmantes, quando comparados as condições de Israel, assustadoras. A OLP, mal ou bem, levou durante anos a situação com pequenos conflitos, Arafat com todos os defeitos a ele atribuídos conseguiu dominar seus radicais e participou destes processos negociais. Não existia a paz, mas o ódio estava congelado.

Israel sempre participa de esforços de negociação de paz e tentativas de reorganização na região. Com efeito, deve ter todo interesse em desenvolver a região para que o radicalismo religioso e político sejam renegados pelo povo palestino.

O problema parece ficar claro: Israel como no mundo árabe tem radicais, sionistas e direitistas que não têm interesse na paz e equilíbrio da região.

O ambiente empobrecido e abandonado na Palestina, instigado pelas lideranças que lutam por interesses próprios e pessoais na maioria das vezes, cria condições para surgimento de outros grupos radicais como o Hamas, Hezbolah, Fath, etc.

O Hamas fundado em 1987 tomou o poder nas urnas da OLP em 2006 e a situação começa a se agravar. Com raízes militares, radicais islâmicas e políticas alucinadas encontraram nas lideranças radicais israelenses parceiros simbióticos para suas pretensões e alimento para intolerância radical.

Foguetes são disparados para Israel todos os dias, sirenes para abrigos existem na rotina, mas isso passa a ter um limite quando interfere em outros aspectos da sociedade e quando serve de pretexto aos radicais judeus.

Israel atacou Gaza agora para deter o Hamas, o povo palestino paga a conta, sempre é assim. Desde a tomada de poder pelo Hamas a situação complicou-se.

A mídia tem mostrado de certa forma abusos cometidos por Israel, mas é preciso entender o problema. Eles estão se defendendo na verdade. Na defesa, irá destruir o inimigo, o Hamas e não os palestinos. Na guerra, muitas vezes, a melhor defesa é o ataque.

A mídia tem o dever de divulgar, nós leitores de interpretar. No julgamento de questões deste tipo é preciso mais análise e conhecimento da causa.

Uma coisa é certa, existem radicais de ambos os lados, eles vivem disso, se alimentam de sangue, muitas vezes de inocentes. Um não vive sem o outro, a diferença ainda está no estágio de desenvolvimento de Israel no tocante a liberdade, democracia e economia e o dos palestinos que liderados pelos radicais, criam mais flagelo, pobreza e desespero ao sofrido povo palestino.

Logo após o cessar fogo onde se abriam negociações, o Hamas voltou a atacar com toda força as cidades israelenses, ele estavam procurando confusão. A mídia mostrou muito sutilmente a origem da eclosão deste conflito atual. Israel não desfechou o violento ataque e agressão por simples capricho de seus políticos radicais. A população que vive sob o fogo impreciso, mas contínuo dos foguetes muçulmanos apoia na grande maioria a iniciativa. Ela sabe onde dói o calo!

Na verdade é o radicalismo de ambos os lados que cria este ambiente de sangue e injustiça na região. O povo inocente não é merecedor do que fazem seus líderes, mas a corda sempre arrebenta no lado mais fraco. 
A superioridade judaica nos remete a uma sensação de injustiça ou violação de direitos. Francamente, não sei se é bem isso, ou só isso, mas provavelmente os culpados podem ser identificados em ambos os lados!