1-Introdução:

O presente trabalho tem por objetivo conotar a importância da introdução tecnológica no processo ensino-aprendizagem, visto que este representa um instrumento educacional em potencial por estar inserido no contexto atual da nossa sociedade. O texto aborda ainda relação computador-aluno, onde o computador é visto pelo aluno como uma diversão, por apresentar programas educativos onde são utilizados vários atrativos como, imagens, cores, jogos todos de forma lúdica, tornando assim o ato de aprender uma brincadeira.

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2- A concepção da tecnologia:

O conceito de tecnologia foi se evoluindo conforme o tempo, e assim construindo o seu atual sentido. Para os Gregos, os termos téchne e tecnologia eram semelhantes e entendidos como a arte, no sentido de construir algo envolvendo todo o processo desde o autor da criação do objeto até os valores, utilidade, objetivos e finalidades. Nesse sentido, tecnologia é tudo aquilo que envolva raciocínio, coerência com a ciência atual e utilidade nas atividades humanas.

Segundo Valente (1993, p.5) "... as novas modalidades de uso do computador na educação apontam para uma nova direção: o uso desta tecnologia não como máquina de ensinar, mas como uma nova mídia educacional: o computador passa a ser uma ferramenta educacional, uma ferramenta de complementação, de aperfeiçoamento e de possível mudança na qualidade de ensino..."

De fato podemos ver o uso do computador como um recurso para o ensino- aprendizagem, visto que a tecnologia em si se mostra como um vasto campo de entretenimento e inesgotável atrativo que acaba prendendo a atenção e estimulando o interesse das crianças. Essas formas têm um grau de importância maior, pois elas mudam de foco, o computador passa de máquina de ensinar para um auxiliador na construção do conhecimento. O que afirma Valente (1993, p.3) "o computador não é mais um instrumento que ensina o aprendiz, mas a ferramenta com a qual o aluno desenvolve algo, e, portanto, a aprendizagem ocorre pelo fato de estar executando uma tarefa por intermédio do computador".

2.1- A relação aluno computador:

 O educar pela informática se dá pela característica de interatividade que o computador tem em relação aos demais equipamentos utilizados pelo professor. O computador só executa o que é ordenado, limitando-se aos anseios e potenciais de quem o utiliza, e além disso vários recursos tecnológicos como o vídeo, televisão, rádio e retroprojetor podem ser incorporados a ele. (TAJRA, 2001).

Os alunos são colocados diante de situações de criação, descoberta, participação e tomada de decisão. As atividades propostas são sempre realizadas em grupos, o que favorece a troca de experiências. Os alunos passam a verbalizar suas hipóteses e defendê-las diante de uma tomada de decisão coletiva para a resolução da situação-problema apresentada. Para construção de situações de aprendizagem utilizando o computador, exige-se que os softwares a serem trabalhados possuam características que propiciem atividades nas quais os alunos apliquem processos que sejam fundamentais para o desenvolvimento do conhecimento, ou seja, saber aprender a aprender.

Segundo Heid "As teorias atuais colocam as tecnologias nas mãos dos aprendizes para ajudar no desenvolvimento de suas habilidades cognitivas de ordem

superior e falam do poder da tecnologia para acessar, armazenar, manipular e analisar informações, permitindo assim, que aprendizes gastem mais tempo refletindo e compreendendo". (Heid, 2000, p23)

Desta forma as novas tecnologias entre elas a televisão, o vídeo e o computador colaboram para uma aquisição de conhecimentos de maneira mais eficiente, já que possuem meios de atingir o aluno em sua totalidade. Através da imagem, do som da interação combinados, estimulam o aluno e colaboram para que ele conquiste novos caminhos que o leve à aprendizagem. Abrangendo várias áreas do conhecimento e desenvolvendo diversas habilidades, o aluno atua como construtor de seu próprio conhecimento através de atividades desafiadoras e estimulantes, com o apoio dos facilitadores em todo o processo de aprendizagem.  O computador, assim como o livro, o vídeo, a televisão, o rádio entre outros, deve ser utilizado como um recurso que vai auxiliar o professor no processo de ensino–aprendizagem, e não como um elemento motivador dos alunos. "O uso inteligente do computador não é um atributo inerente ao  mesmo, mas está vinculado à maneira de como nós concebemos a tarefa na qual ele será utilizado." (VALENTE 1993). Assim sendo, o computador é uma realidade, e desta forma não estamos impondo para a criança, mas sim apresentando esta maravilhosa ferramenta, fazendo com que as crianças se familiarizem com o computador, que troquem experiências, que se socialize que não fiquem excluídas dos novos avanços tecnológicos.

2.2- Os paradigmas da revolução tecnológica:

A grande preocupação dos projetos de implementação da tecnologia no ensino era a mudança da abordagem educacional, transformar uma educação centrada no ensino, na transmissão da informação, para uma educação em que o aluno pudesse realizar atividades através do computador e, assim, aprender. Um mundo em que a relação homem-máquina passa a adquirir um novo estatuto, uma outra dimensão. As tecnologias da informação os computadores, não são mais apenas máquinas. São instrumentos de uma nova razão, uma razão mais cognitiva.

É a revolução tecnológica que se impõe e transforma a maneira de ver e apreender o mundo. A escola não pode apenas pensar no indivíduo fora do seu não basta apenas pensar no indivíduo que se pretende educar, mas também na sociedade em que vive. As crianças desde a mais tenra idade têm acesso aos diversos meios de comunicação. Conforme o pensamento de Vygotsky (2000) é por meio da internalizarão de instrumentos e signos que se dá o desenvolvimento cognitivo e, quanto mais o indivíduo utiliza signos e instrumentos, mas é capaz de modificar-se e de alterar as operações e funções psicológicas.

Portanto a escola não pode ficar alheia a esta revolução. É preciso que cada vez mais as tecnologias estejam integradas ao espaço escolar, para que desde a educação infantil, as crianças sejam formadas como telespectadores e como cidadãos para conviver neste mundo tecnológico.  Os alunos precisam desta nova forma de conhecimento, pois o mundo atualmente busca por profissionais com diversas habilidades e competências, como: ser crítico, criativo, saber pensar, estar aberto ao aprendizado de novos conhecimentos, saber trabalhar em grupo. Certamente, esta atitude buscada deve ser desenvolvida e construída por cada pessoa, e o processo educacional pelo qual o aluno passa é fundamental no desenvolvimento e construção dessas competências, sendo o computador um aliado importante da escola para essa construção.

3-A informática na educação Brasileira:

A informática na educação Brasileira é marcada por volta da década de 1970, com algumas experiências realizadas pelas principais Universidades do país: UFGS, UFRJ, UNICAMP, UFMG, UFPE. No ano de 1975 foi produzido pelo PREMEN/MEC, programa de reformulação do Ensino, o documento de introdução de computadores no 2º grau. Mas, somente com os seminários nacionais de Informática ocorridos respectivamente nas Universidades de Brasília e Bahia, é que foi oficialmente implantada a informática na educação. Esses seminários originaram o EDUCOM, programa de atuação para a implantação de computadores.

O projeto incluía a utilização de softwares educativos e o computador para a resolução de problemas, a interdisciplinaridade do corpo docente e mais uma série de profissionais como psicólogos, pedagogos, sociólogos e cientistas da computação. Um dos objetivos principais do EDUCOM e que por sinal, distinguiu das políticas de informatização dos outros países, foi à forma como era vista a utilização de computadores na educação. Ao invés de ser mais um instrumento para ensinar ou automatizar o ensino, o computador deveria ser visto como uma ferramenta possibilitadora de aprendizagem para o aluno. Implicando assim em uma nova visão do paradigma educacional.

O Brasil iniciava seus primeiros passos em busca de um caminho próprio para a informatização de sua sociedade, fundamentando na crença de que tecnologia não se compra, mas é criada e construída por pessoas. Buscava-se construir uma base que garantisse uma real capacitação nacional nas atividades de informática, em beneficio do desenvolvimento social, político, tecnológico e econômico da sociedade brasileira. Uma capacitação que garantisse autonomia tecnológica, tendo como base a preservação da soberania nacional.

Ao invés de ser mais um instrumento para ensinar ou automatizar o ensino, o computador deveria ser visto como uma ferramenta possibilitadora de aprendizagem para o aluno. Implicando assim em uma nova visão do paradigma educacional.

 

4-Considerações finais:

A tecnologia tem influenciado a sociedade e tem gerado mudanças radicais e significantes no sistema de ensino Brasileiro. Tornando o ensino mais amplo e indutivo, tais transformações estão em todos os lugares, bancos, supermercados e até mesmo nas casas. As distâncias foram encurtadas e acontecimentos ocorridos do outro lado do mundo podem ser acompanhados simultaneamente. Essa evolução está quebrando com as barreiras da informação, sendo o computador visto como uma ferramenta que instiga e aguça a curiosidade da criança, tornando o aluno construtor do seu próprio saber, onde a quantidade e a qualidade de informações são por elas definidas.

Portanto, cabe a escola, como instituição de ensino, também acompanhar esse processo de desenvolvimento, adotando computadores como um instrumento de pesquisa e fonte principal de informação, desenvolvendo o trabalho grupal e auto formação oferecendo com isso aos seus alunos um método lúdico e eficaz de ensino, tornando-se assim mais atrativa.

5- Referências bibliográficas:

ØVALENTE, José Armando (org). Computadores e conhecimento: repensando a educação. Campinas SP: UNICAMP, 1993.

ØVYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

ØHAIDT, Regina Célia Cazausc. A informática na educação: Curso de Didática. 2 ed. São Paul: Ática, 1995.

ØTAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor da atualidade. 3 ed.São Paulo: Érica, 2001.