O sistema eleitoral brasileiro não permite as candidaturas avulsas. Dependem dos partidos políticos todos aqueles que buscam, de fato, ingressar na carreira política. Partindo da premissa de que os partidos políticos são compostos por grupos de pessoas unidas por ideais comuns. Dessa forma, todos os correligionários poderiam caminhar no mesmo rumo, com entusiasmo, responsabilidade e compromisso com a “bandeira” defendida pelo grupo.

Basta uma simples pesquisa  para se verificar as normas de conduta, quanto aos filiados, existentes nos estatutos partidários, tais como defender os interesses do partido, lutar pela sua unidade, cumprir as suas recomendações, agir de forma leal para com os companheiros, exercer com dignidade o cargo ou mandato parlamentar, etc. Contudo, na prática, todas essas orientações estão num segundo plano. Não há dúvida nenhuma, que o vínculo de um candidato ao partido pelo qual se registra e disputa uma eleição é o mais forte elemento de sua identidade política, podendo ser afirmado que o candidato não existe fora do partido político e nenhuma candidatura é possível fora de uma bandeira partidária.

Porém falta ética, enfraquecendo os partidos políticos que tentam se erguer diante tantos escândalos, não existindo o compromisso de seus representantes com o interesse coletivo partidário e sim com seus próprios interesses, uma vez relembrando que para a investidura na vida política eleitoral existe o requisito da filiação partidária, em que os membros do partido devem sua fidelidade e principalmente sua responsabilidade com os demais. Diante de tantas lacunas e tanta imoralidade feita pelos políticos brasileiros, os partidos necessitam de pessoas compromissadas tanto com a filiação quanto com o compromisso com o eleitor!

O desencanto com a política que toma conta de grande parte da população continua um desafio a ser vencido. Quando se pergunta a uma pessoa ou a um grupo de pessoas o que pensam da política, as respostas mais repetidas são, odeio política, sou apolítico, não gosto de política, político é só sujeira, e assim por diante. Não é fácil convencê-los do contrário.

 Esta posição pode mudar se recupera o verdadeiro sentido de política que, na sua origem, significa a busca do bem comum, a construção da justiça, o serviço ao outro, a responsabilidade com os compromissos. “O político, segundo a meu ver, é como um padeiro, que se realiza ao fazer a massa e depois o pão que é para todos. O político por vocação é um apaixonado pelo seu pão”.  Temos hoje, felizmente, muitos mecanismos que nos ajudam a perceber quem é político por vocação e quem o é por profissão. Então queremos verdadeiros padeiros, que realizam sua tarefa diária com amor e carinho, com respeito com aqueles que necessitam do seu trabalho para começar o dia, pois quando o padeiro começa sua jornada ainda estamos dormindo.

O voto livre e consciente é uma das expressões mais fortes da democracia e da cidadania de uma nação, mas ele não esgota tudo. É apenas a parte de um processo do qual cada eleitor deve participar ativamente. Sem essa participação, que transcende a militância político-partidária, dificilmente passaremos da democracia representativa que temos hoje para uma democracia realmente participativa. Eis o compromisso politico de cada um.