Na impotência do idioma, na eloqüência do silêncio,
sobre amor tudo se disse e muito há por dizer
o que se pode é deveras pouco, isso é tudo.
tudo e resulta nada, só presunção de saber.

Capaz de alongar os braços, acelerar os passos,
incapaz, de malquerer, tão somente amar
vestido de ternura, poemas ou flores,
travestido de espinhos, quando intenta educar.

Aos deveras livres, só ele pode prender,
alguém já disse que é forte como a morte
agita o coração, refaz um olhar cansado de viver
aceso, vivo, engaste precioso iluminando o suporte

Todos os lugares o têm, santa onipresença.
na terra alenta a vida, no inferno, a justiça,
no céu é pleno, já não carece mais nada,
de braços abertos, convida pra onde habita

Se lograsse descrevê-lo reteria as águas nas mãos
não é do reino das palavras, sofre-as, contudo
o melhor que podemos é brincar na chuva,
o "eu te amo" não diz nada, e isso é tudo.