Introdução
Os primeiros povos que chegaram ao continente americano foram os nativos da américa do norte durante o Pleistoceno, em migrações da Sibéria para o Alasca, possivelmente através da formação de uma ponte terrestre no Estreito de Bering. Eram habitantes nomades e espalharam-se por todo o continente.
Estes povos formaram sociedades organizadas com costumes e religiões, formando grandes civilizações. A civilização de um povo ocorre através da influência de recursos naturais, do clima, do intercâmbio com outras civilizações, da necessidade de acumular riquezas, conhecimentos e até mesmo de exercer o domínio militar em determinada região. Estes fatores contribuem para evolução e a transformação sócio-cultural de cada civilização
Alguns vestígios, como a runa de Kensington no século X, levam a crer que os vikings foram os primeiros exploradores europeus que chegaram nas Américas. Aparentemente não colonizaram a América, limitaram-se a estabelecer contatos e incentivaram o comércio de peles de animais e outras mercadorias. Com a chegada dos espanhóis, portugueses, ingleses e franceses, ávidos por riquezas e domínios para seus reinos, foram aniquilando populações inteiras, e ao contrário do que aconteceu com chegada de navegadores nos continentes Asiático e Africano, intimidaram os remanescentes e obrigaram as futuras gerações a absorver a sua cultura, estancando a evolução natural de intercâmbio das civilizações americanas.

Os povos americanos
Sabe-se seguramente que quando da chegada dos Europeus, algumas civilizações, como a Azteca e a Inca eram grandes impérios estabelecidos, inclusive dominando outros povos. Falavam em torno de 2.000 línguas em aldeias isoladas, ou nos centros de grandes impérios, com cidades maiores que Lisboa e Madri. Somente na capital do Império Azteca, Tenochtitlán, que ocupava uma área de 13mil km2, possivelmente viviam mais de 200 mil habitantes, sendo que nesta época apenas quatro cidades européias possuíam mais de 100 mil habitantes, e Sevilha, a maior cidade espanhola possuía menos de 45 mil pessoas.
Os especialistas em demografia histórica estimam que, quando Colombo desembarcou na ilha de Guanaani em 1492, deveriam viver cerca de 40 milhões de pessoas nas Américas. A civilização MAIA que data por volta de 5000 a.c., ocupava quase toda a Guatemala, o ocidente de Honduras, Belize, e os atuais estados de Yucatán, Quintana Roo, Campeche, parte de Chiapas e Tabasco, no México, com população estimada em meados do século VIII de 13 milhões de habitantes. Possuíam escrita própria, registrada em livros e tinham conhecimento da matemática e astronomia. A civilização AZTECA, data do século XIII, mas existem indícios de povos nesta mesma região a partir do XI. Alguns especialistas acreditam que a população Azteca atingiu 12 milhões da habitantes aproximadamente, vivendo em cidades que apresentavam construções com evidentes conhecimentos de engenharia. A civilização INCA, estabeleceu-se por volta do século X d. C., dominando uma ampla faixa de terras pelo território sul-americano na região central dos Andes, estabeleceram expansão territorial entre as montanhas andinas e as planícies do litoral Pacífico, englobando Equador, Peru, Bolívia e norte da Argentina, até o sul do Chile, chegando a reunir cerca de 15 milhões de habitantes. Tinham conhecimento de técnicas agrícolas e irrigação diferenciadas para a época.
Os Povos do Norte (Estados Unidos e Canadá) eram nômades, com suas próprias histórias e comportamentos se aglomerando em grandes tribos, Apaches, Sioux, Navajos, Iroqueses, Cheroqui, Muscógui, Creek, Seminoles, Hurons, Moicanos, Comanches e Esquimós, com vários subgrupos. Estabelecidos nos territórios que hoje demarcam os estados norte-americanos e canadense, foram estimados em 2 ou 3 milhões de habitantes, quando do estabelecimento das colônias pelo Império Britânico. A civilização Cherokee, por exemplo falava um idioma da família iroquois que é uma língua polissíndeta tinha alfabeto organizado em que cada símbolo representa uma sílaba inteira, não um único fonema. No início do século XVIII com a ajuda não-oficial de um emissário inglês, se unificaram numa sociedade interrelacionada de cidades-estado e elegeram um imperador. No Brasil antes da chegada dos europeus viviam aproximadamente 5 milhões de pessoas, assim como os povos do norte eram divididos em tribos, embora sua organização social tenha sido geralmente igualitária e baseada em tribos pequenas, semi-nômades e independentes, houve exemplos de nações super-tribais envolvendo milhares de indivíduos e ocupando extensos territórios. O primeiro inventário dos nativos brasileiros foi feito em 1884 que registrou a presença de quatro grupos ou nações indígenas, de acordo com as suas línguas: tupis-guaranis, jê ou tapuias, nuaruaques ou maipurés e caraíbas ou caribas.

O Colonialismo e o extermínio
Os colonizadores, estrategicamente, se estabeleciam nas regiões densamente povoadas com o propósito de garantir alimentação, mão-de-obra e futuros empreendimentos comerciais com as lideranças locais. A colonização (quando pessoas de um determinado país ou região vão para uma outra, desabitada ou não, para dominar ou explorar) foi exercida em formas diferenciadas: os Portugueses adotaram a colonização de exploração - vieram para retirar recursos naturais e minerais ou para produzir matéria-prima (caso do Brasil, e das Colônias africanas), levando o lucro. Eles não estavam interessados em desenvolver as regiões; Os Ingleses e Franceses, a colonização de povoamento e exploração - buscavam desenvolver a região colonizada, criavam leis, organizam, investiam em infra-estrutura e melhorias e, firmavam acordos comerciais entre os povos colonizados e os Impérios (Colonias americanas, Canadá, Austrália, Xangai, entre outros); enquanto que os Espanhóis, exerceram a colonização de povoamento e dominação - também buscavam desenvolver a região colonizada, porém impondo seus costumes, sua religião e ordem geo-política (casos das Américas Central e Sul).
Durante a dominação vários povos entraram em confrontos com os colonizadores franceses, espanhóis e ingleses. Tomaram decisões equivocadas sobre a guerra e a paz, adotando estratégias no nível local e foram dominados pelos invasores, embora em algumas ocasiões lutaram como parte de alianças formais, como Confederation do Iroquois na América do Norte. Registros oficiais, relatam que entre os séculos XV e XIX as populações foram devastadas pela perda das suas terras e animais, por doenças e, em muitos casos pela guerra desigual exercida pelos europeus.
O primeiro grupo de nativos americanos encontrado por Cristóvão Colombo, estimado em 250 mil aruaques do Haiti, foram violentamente escravizados e apenas 500 tinham sobrevivido no ano 1550; o grupo foi extinto antes de 1650.
Dados aproximados contabilizam que a intervenção dos conquistadores espanhóis resultou nos territórios do México, de uma população de 12 milhões em 1519, para menos de 1,3 milhão na metade de 1600. A população centro e sul-americana, entre os séculos XVI e XVII, foi reduzida de, aproximadamente, 70 milhões para 7 milhões de pessoas. Com a finalidade de intimidar as populações locais cometiam verdadeiras atrocidades, queimando-os vivos na presença de familiares, penduravam-os em forcas enormes em que os pés mal tocavam o chão (para evitar o sufocamento) grupos de treze indígenas, colocando embaixo lenha e brasas, queimando-os vivos, massacravam homens e mulheres, idosos e crianças, arrancavam mãos, nariz, língua e membros que eram jogados aos cães, enforcavam as mulheres e, em seus tornozelos, penduravam, pela garganta, seus filhos.
Os ingleses mantinham relações calmas das Colonias com tribos próximas. Infiltravam supostos adidos militares e culturais nas comunidades com a finalidade de obter mão-de-obra e manter possíveis acordos comerciais vantajosos para a coroa britânica. Indiretamente, promoveram e incentivaram vários masssacres, como os Abenakis, onde um grupo de quase 200 índios e soldados coloniais sob as ordens do comando militar britânico, atacou em pares, cercando todas as casas e surpreendendo os moradores durante o sono, não pouparam mulheres ou crianças. Em pouco mais de uma hora, a pequena cidade se encontrava em chamas.
Os Norte-Americanos, após a independência e o estabelecimento dos Estados Unidos da América, entre 1836 e 1891 em 34 confrontos militares, durante as Guerras Indias, nome usado para descrever os conflitos, levaram a maioria dessas nações ao desaparecimento, vitimando aproximadamente 45 mil pessoas.
Os Portugueses na conquista do terrritório na América portuguesa deflagaram guerras violentas, que se acentuaram após o esgotamento das relações de escambo estabelecidas nas três primeiras décadas do século XVI , um dos registros de confrontos entre seus exércitos e os nativos brasileiros, foi a Guerra guaranítica que se originou no estabelecimento das novas fronteiras entre o Brasil e a Espanha, em cumprimento ao Tratado de Madri (1750), e em substituição ao Tratado das Tordesilhas (1494), diante da recusa dos índios de passarem do domínio espanhol para o domínio português, o Brasil por decisão do Marques de Pombal promoveu, junto com a Espanha, o massacre dos índios, destruiu as Missões (1750-1756) e expulsou cerca de 600 jesuítas do Brasil em 1760. Mas, o grande genocídio das populações locais ocorreu em conseqüência do contato direto e indireto com os europeus e as doenças por eles trazidas (gripe, sarampo e coqueluche, e outras mais graves, como tuberculose e varíola), muitas vezes deliberadamente programadas. Vitimaram sociedades indígenas inteiras, por não terem imunidade natural a estes males.
Mesmo assim, os portugueses tiveram uma preocupação muito maior em incentivar a integração entre colônia e metrópole do que os outros países.

Considerações finais
Os europeus quando chegaram na América encontraram um continente habitado por várias civilizações e povos em diferentes estágios de desenvolvimento cultural, material e social. Alguns com conhecimentos de astronomia e matemática, além de dominar técnicas complexas de construção, metalurgia e cerâmica, e de agricultura.
Logo, os europeus não descobriram a América, eles chegaram na América e passaram a conquistar os territórios, aniquilando as populações existentes. Com a aniquilação destas civilizações, seus descendentes foram impedidos de ter a sua evolução geográfica, política e cultural desenvolvida, deixando-os sem raízes históricas.