Pode-se dizer que no pensamento de John Locke há duas fases que mais caracterizam as pessoas: o estado de natureza e o estado civil. Essa questão é movida, sobretudo pela necessidade, ou seja, todos têm (des) necessidades, o que às vezes faz com que uns prejudiquem os outro para realizá-las.

O Segundo Tratado sobre o Governo é uma obra que Locke escreveu tentando resolver alguns problemas que havia na situação política de seu país. Dentro desses escritos apresenta um grupo de pessoas que não obedecem leis/regras e vivem em desacordos, guerras e prejuízos, pois não existindo quem governe todos são donos de tudo, desejando muitas vezes a mesma coisa que, para se apropriar, é necessário o uso de força causando as vezes a morte do mais fraco. Isso, de acordo com o filósofo, chama-se estado de natureza, cada indivíduo agindo conforme seus instintos, suas necessidades, não respeitando o outro. Ao verem essa situação, os homens resolveram, em conjunto, transformar o lugar em que viviam numa sociedade onde existem leis e, para que elas realmente sejam cumpridas elegeram um representante que foi chamado de soberano (e o povo em geral de súditos). Dessa maneira o estado de natureza deu lugar ao estado civil (cf. LOCKE, 1973, p. 41-48)...