O cenário político partidário brasileiro é um tapete de esterco

Quem rouba mais intensamente, e quem envergonha mais no cenário político brasileiro, direita ou esquerda? Ambas as partes roubam com a mesma (in) fidelidade. As exceções restringem-se a pouquíssimos indivíduos quase invisíveis em meio à horda que assalta o país guiado por certos comandantes de fala grossa.

Um passo a mais adiante em nossa história e, nos assustaremos com o noticiário: "greve de fome na penitenciária. Presidiários réus confessos e condenados por assalto à mão armada fizeram greve de fome em protesto contra o aumento no índice de roubos ocorridos em uma ?casa grande? na capital do país". Nada utópico, apenas uma infeliz perspectiva para as novas cenas políticas do porvir, caso não haja alterações na conjuntura nacional, proporcionando assim outras possibilidades.

Num país como o Brasil onde existe (privilégios) imunidade parlamentar, isto é, aos parlamentares é facultado o direito de roubar sem serem incomodados. As perspectivas de mudanças estão definitivamente vedadas enquanto iniciativas dos partidos políticos que dividem o poder. Somente uma tomada de consciência a partir das bases organizadas pela sociedade civil poderá dissolver esta estrutura iníqua e perversa.

À frente, no futuro próximo, insistimos em pensar que estarão cerrados os trilhos que conduziram os vagões desordenados da gestão pública no Brasil.

Trilhos que serão cerrados devido a pressão que se multiplicará, vinda da indignação dos que não enxergavam e passaram a enxergar, dos que foram domados pela insensibilidade que se tornaram sensíveis, comovidos com choros de crianças famintas nas periferias, analfabetos (as) ou com uma educação de baixíssimo nível por que os sanguessugas de gravatas fantasiados tu tudo o que não presta (empresários, palhaços, cantores, padres e pastores) descaradamente desviaram os recursos destinados à população transferindo para paraísos fiscais e escandalosamente amparados por um poder judiciário que só penaliza os pobres.

Carecemos provar mudanças profundas no cenário político brasileiro, pois a atual condição é insuportável, os atores a décadas cimentados no centro do poder, precisam serem extirpados, não por força militarizada, mas, pela consciência - espera-se - política do povo que ao longo da sua formação histórica tiveram assaltadas de se as possibilidades de reprodução de vida digna substituídas por migalhas sobejadas pelos senhores do poder.

O Brasil é bonito, seu povo é forte. Só precisamos colocar em pauta o desejo de mudar, de reconstruir a nossa história, de produzir um espaço não arbitrário onde as riquezas existam repartidas para todos verdadeiramente. Pois até então para a grande maioria da população brasileira a grande esperança tem sido a de tentar sobreviver. Enquanto esses padecem, aqueles, os senhores do planalto, se comprazem colocando no cenário político do país, um tapete de esterco. Temos aí uma grande lição: aterra adubada, é terra 'frutífera'. Está na hora de plantarmos outra coisa... Aí, a esperança em dias melhores haverá se concretizar.


* Herculano Candido de Sousa Neto é Professor licenciado em Geografia pela Universidade Estadual da Paraíba. Atua na associação dos geógrafos brasileiros seção Campina Grande - PB desde 2006 e, atualmente exerce o cargo de Presidente da mesma (gestão 2010- 2012).