O CAVALO DE TRÓIA RAFALE E O ODISSEU FRANCÊS

O mundo acompanha preocupado ou até acompanhou preocupado, o desenrolar das negociações dos países que fazem parte da Comunidade Européia, em relação ao enorme endividamento da Grécia.

A movimentação da imprensa especializada em cobrir este tipo de situação, rendeu inúmeras manchetes, rodadas de comentarista especializados em finanças internacionais, tinham lá seus quinze minutos de glória.

Ações na maioria das Bolsas de Valores andaram de ré. A Grécia viveu ou até vive um clima de inconformismo com as políticas adotadas pelo novo primeiro ministro Lucas Papademos .

A Grécia deverá apresentar uma dívida pública, considerável que beira a casa dos 173% do PIB, o que representa dizer ao redor de € 381,2 bilhões, com retração na economia de 5,5%.

Literalmente não é um pais exportador. Azeite de oliva?

A situação grega é complicada. O desemprego beira os 21% a 22%. O PIB, não tem como crescer. Não é um país exportador. O grande elemento arrecadador de € é o turismo, que nesse momento de crise, deixou de ser atraente.

As  Forças Armadas gregas, algo como 120.000 mais uns 110.000 e mantém uns 250.000 reservistas. Pesa na economia, manter reservistas nos quartéis, e em especial quando se tem a Turquia como inimigo não declarado oficialmente, mas não morre de amores pelos turcos.

A maioria do armamento grego é de origem alemã. Os alemães vendem armamento para os gregos.Tanques Leopard  fazem parte do seu arsenal fabricados na Alemanha.Submarinos em quantidade maior que o Brasil, a Grécia tem.

Na realidade a Grécia e uma nação que busca de forma clara e direta dotar as forças armadas de equipamentos modernos. Ainda persiste o atavismo da pugna.Mas a que preço? O desemprego é uma resultante de políticas sociais erradas.Com reflexos no atual momento.

A realidade da economia grega é tão complicada que seus parceiros, já sentem de há muito tempo, futuros problemas tsumônicos em um horizonte não muito distante.

Mas qual é a relação entre o Cavalo de Tróia e o encalhado avião Rafaele? É hilárica quando se trata de uma operação, na qual a França pressiona para vender à Grécia seis fragatas Fremm, no valor de 2,5 bi de euros, além de 15 helicópteros e 40 aviões caça Rafalle. O preço unitário do Rafale é de 96 milhões de euros.

 Na realidade a França que tanto se esforçou para que as negociações em relação ao empréstimo-calote, à Grécia se realizasse, assim como a Alemanha, notadamente tem interesses pecuniários, na venda de armamentos aos gregos, mas que seriam pagos com o empréstimo à Grécia, via concordância dos países que fazem parte da Comunidade Européia. A Inglaterra provavelmente desconfiou da manobra e saiu da C.E..

E então a história se repete, agora sem a Helena de Tróia, sem o Odisseu, mas tendo como novas personagens a Ângela Merkel e Nicolas Sarkozy.

Para os gregos, que ainda residem na terra de Aquiles,Teseu, Ajax, Hércules, a situação é um tanto preocupante.

Perdoam-se as dívidas, providenciam novos empréstimos e salvam-se os faturamentos. Uma lástima que tal aconteça. Seria mais providencial se os valores gastos nas aquisições de armamentos bélicos, fossem direcionados para a recuperação econômica e financeira da Grécia.

Mas... se no Brasil o Lula quase comprou os Rafale....