Começamos 2009 com uma série de questionamentos sobre o futuro do capitalismo. A crise global e a intervenção de governos em diversos segmentos motivaram antigos ideólogos do socialismo e mesmo comunistas a bradar sobre o final do capitalismo.

Primeiramente é importante entender o capitalismo na sua origem. Podemos dizer que tudo começa no início da organização social da humanidade, há cinco mil anos na Mesopotâmia, no surgimento do homem agrícola com a organização em cidades, com as lavouras que geraram mais alimentos, proteínas, processos produtivos, ferramentas, etc, que fizeram o início da evolução em diversos sentidos e foram iniciados os ciclos de crescimento e prosperidade. Lá existiam os que produziam mais, os que investiam nos seus alimentos com mais qualidade, os que protegiam as suas proles, os que eram melhores caçadores, enfim, as diferenças entre as aptidões e as atitudes das pessoas começam a desenhar um processo,  podemos chamá-lo de incipiente do capitalismo. Era o início do conceito de produtividade presente em qualquer processo produtivo.

No século XVIII, no Iluminismo, surge um escocês de nome Adam Smith, considerado o pai da economia moderna  organiza a teoria e resume tudo com seguinte frase: "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu"auto-interesse". Por si só, este raciocínio diz tudo. As pessoas devem ser motivadas e ter liberdade de ação para produzir, crescer, progredir, ambicionar, lucrar e algumas serão mais ousadas, capacitadas, preparadas que outras, é inexorável.

Podemos inferir que existirá então um sistema natural, um PROCESSO, onde a "mão invisível" como chamou Adam Smith atua, premiando e punindo os acertos e erros dos atores.

A origem do socialismo é preciso também ser conhecida, mas foi mesmo Karl Marx seu grande mentor, no século XIX em pleno processo feroz da revolução industrial. Ele começa a questionar pontos do processo capitalista e dos verdadeiros abusos então cometidos. Com toda legitimidade e veracidade em suas admoestações, eram então verdadeiras as injustiças e cruéis os processos industriais incipientes. Os trabalhadores eram massacrados em jornadas de trabalho, crianças eram obrigadas a trabalhar, os salários eram esmolas, os patrões verdadeiros feitores. Não existia uma lógica que olhasse para o ser humano como parte fundamental deste processo, mas que precisa guardar certas condições mínimas, até pela própria essência do processo produtivo, afinal, "quanto mais gente estiver trabalhando e ganhando bem, mais produtos venderei, e com condições boas de trabalho, mais produtividade será atingida então mais lucro existirá". É o conceito do ciclo virtuoso, a máquina econômica sendo alimentada pelos frutos gerados nesta máquina.

Sem este raciocínio lógico surge então um PROJETO, do socialismo, da sociedade justa, igual e ideal. "Todos somos iguais, os que produzem muitos devem repartir com os que não conseguem os mesmos níveis de produção, ninguém pode ter mais que o outro".

Aqui podemos começar a enxergar claramente as diferenças: PROCESSO x PROJETO. Podemos concluir que processos são mais sujeitos as forças naturais de correção e ajustes. PROJETO é mais suscetível a erros, envolve a ação direta do homem, ele planeja o que deseja, mas não garante que vai atingir o que preconizou. Não atingindo pode planejar mais, sempre em confronto com as forças naturais do mercado, como, "se o preço subir as pessoas compram menos, se cair as pessoas compram mais, se eu produzir mais posso reduzir preços e ganhar na escala, se aumentar minha produtividade posso reduzir custos e aumentar meu lucro, se gerenciar mal meu negócio vou a falência, é a lei natural de mercado". A lógica do planejamento é outra, contrária a esta, erros não são punidos, prêmios não são concedidos.

Uma das maiores sustentações da selvageria do capitalismo incipiente do século XIX eram as linhas de montagens, descritas por Adam Smith na fábrica de alfinetes e nas linhas de Henry Ford do início do século XX. O socialismo e mesmo o comunismo não acabaram com as linhas de montagens, elas são partes do processo produtivo. Ao contrário, o trabalhador nos regimes socialistas era submetido a uma rotina maçante, sem potencial de crescimento ou premiação por seu esforço e aptidão diferenciada, seu estímulo era nenhum.Como gerar riqueza, produtividade, inovação neste ambiente?

Uma outra diferença alegada, existem muitos sem nada e poucos com muito. Esta assertiva pode ser relacionada à qualidade e ao padrão de vida das pessoas. Isso não poderá ser também ponto de combate, depende de variáveis pessoais, de hábitos, de ambições de cada um, até da personalidade. Existem pessoas mais acomodadas que outras, alguns empreendedores por natureza, outros não. Não podemos generalizar que todo mundo é insatisfeito porque tem menos que outros. Existe sim, um mínimo necessário para sobrevivência, um piso digamos, mas não um teto, um máximo que as pessoas podem atingir.
Nas economias planificadas, ditas socialistas e comunistas, a pirâmide social nunca existiu. Sempre foram duas castas, a dos homens e amigos do poder e a do povo, em nome do qual eles justificam suas atitudes e suas intenções. São notórios os escândalos, a corrupção, orgias sexuais e festas, assim como a vida nababesca que levaram e levam os líderes dos países comunistas, verdadeiros imperadores. As disparidades eram até maiores e as oportunidades de melhoria nenhuma.

Se pensarmos em liberdade de expressão, de opinião, não existem termos de comparação. Os regimes totalitários, principalmente os ditos esquerdistas, deixaram milhões de opositores mortos, só citando Mao Tse Tung e a dupla Lênin, Stalin, sem contar os outros. Este rio de sangue e ódio feito em nome da justiça social e igualdade nunca conseguida, jamais a história apagará.