Obra do escultor Paulo Mazzucchelli, o busto em bronze do Pintor Pedro Bruno, juntamente com a Praça que também ganhou o seu nome, foram inaugurados às 16 horas do dia 14 de novembro de 1948, com uma grande festa pública e missa na igreja matriz mas, curiosamente, só foram oficialmente reconhecidos pelo Decreto N° 10126, de 4 de janeiro de 1950, mais de um ano depois ! ...

Foi o coroamento de um anseio comunitário liderado por dona Áurea Modesto Leal e viabilizado através de uma comissão formada pelo General Agra de Lacerda, Augusto Pereira da Silva, Paulo Mazzucchelli, Angelo Di Franco e Luiz Marques Poliano, comissão essa que conseguiu que a Câmara Federal aprovasse um Projeto, em 15/10/1948, autorizando o Prefeito a dar nome de "Pedro Bruno" à praça que ainda não tinha designação e que ficava junto da Ponte das barcas, na Ilha de Paquetá, bem como a necessária autorização do Chefe do Executivo para que o busto de Pedro Bruno fosse colocado na referida praça, sôbre um rústico pedestal de granito.

A legenda do monumento foi idealizada por Augusto Pereira da Silva, grande amigo de Bruno: "PAQUETÁ A PEDRO BRUNO, O POETA DA COR, DAS ÁRVORES E DOS PÁSSAROS".

Pedro Paulo Bruno nasceu em Paquetá no dia 14 de outubro de 1888 e faleceu no seu atelier, no R.J., em 2 de fevereiro de 1949.A princípio dedicou-se à música e os seus primeiros passos no caminho das artes foram trilhados na direção do canto lírico e, de Paquetá, partiu em busca da sua primeira vocação na terra dos seus pais – a Itália – onde estudou e de onde voltou para mostrar a sua arte à nossa gente, no antigo Teatro Carlos Gomes de Paquetá, onde se apresentou por várias vezes, como barítono. Porém, o canto não lhe enchia plenamente a alma toda e apareceu, então, a sua segunda e maior das suas vocações: a arte da pintura, na qual celebrizou-se com quadros magistrais, hoje espalhados pelo mundo inteiro.Foram seus mestres G. Boschetto e João Batista da Costa e entre as suas obras principais destacam-se: MANHÃ AZULA (1912 – Medalha de Bronze), HARMONIA DAS PRAIAS (1913 – Medalha de Prata), HARMONIA AZUL, PEDRAS MARINHAS, ÁRVORE MORTA, ÁRVORE AMIGA, MANHÃ DE ABRIL (1914), ÚLTIMA HOMENAGEM (1915), PÁTRIA (1919 – Prêmio de viagem à Europa), CASA DOS MÁRTIRES, O SARGENTO BORGES, A PESCA, SENTINELA DA PÁTRIA, PRINCEZINHA RUSSA (1920), O PRECURSOR (1921 – Museu Histórico Nacional), MÃE (1926 – Grande Medalha de Ouro), MATERNIDADE (1939 – premiada em Rosário de Santa Fé, na Argentina), FLAMBOYANT (1940), PAQUETÁ (1940 – Primeiro Prêmio de Marinhas), PESCADORA (1940), TEMPORAL (1943), SONATA AO LUAR (1943) e AMOR ETERNO (seu último trabalho).

No discurso que proferiu na inauguração da sua herma, Pedro Bruno disse que o seu desejo seria o de "poder ver eternamente por aqueles buracos que Paulo Mazzucchelli, com os seus dedos de mestre, abrira ao fazer-lhe as pupilas e contemplar para sempre aquela torre da igreja, aquelas árvores que ele mesmo plantara com as suas mãos e as quais queria como a filhos, e os pássaros em revoada". Durante a solenidade, tocou o Banda dos Fuzileiros Navais e estiveram presentes inúmeras autoridades da época, vários artistas nacionais e a totalidade dos moradores da Ilha.