O BRASIL NO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU ?
Publicado em 11 de junho de 2013 por WAGNER ROCHA D'ANGELIS
BRASIL E O CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU
Prof. Wagner Rocha D’Angelis (*)
Embora "emergente" e "ator importante", a entrada do Brasil como membro do Conselho de Segurança (CS) da ONU é "uma questão difícil", segundo a avaliação de Thomas Stelzer, secretário-geral adjunto da ONU. Entrevistado pela Folha de S. Paulo por ocasião de um evento no Pará, Thomas Stelzer afirmou que a ONU "espera que o país assuma suas responsabilidades à altura da (sua) importância", como a manutenção de missões de paz, a exemplo da que conduz no Haiti.
Há quase dez anos o governo brasileiro persegue a possibilidade de ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. Em nome deste ambicioso projeto, o país tem feito composições diplomáticas esdrúxulas, apoiado governos ditatoriais e se omitido na defesa internacional dos direitos humanos.
De outra parte, desde 2005, ainda sob a liderança de Kofi Annan, a ONU passou a externar publicamente a ideia de uma reforma em sua estrutura, como a expansão do seu Conselho de Segurança. E em torno dessa temática o Brasil focou a sua agenda política externa. Todavia, a pretensão brasileira esbarra em duas questões cruciais: 1) A recusa das cinco grandes potências permanentes (China, EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia) em aceitar novos parceiros com “poder de veto”; e, 2) A imagem negativa do Brasil no que tange à ineficácia da governança interna em questões de segurança e combate à corrupção e à impunidade.
Por fim, perguntar não ofende: a que preço o governo brasileiro pretende ampliar a inserção do país no cenário internacional contemporâneo?
- - - - - - - -
(*) Advogado, historiador e professor universitário. E-mail: [email protected]
Curitiba, 09/06/3013.