BRASIL E O CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU 

Prof. Wagner Rocha D’Angelis  (*) 

Embora "emergente" e "ator importante", a entrada do Brasil como membro do Conselho de Segurança (CS) da ONU é "uma questão difícil", segundo a avaliação de Thomas Stelzer, secretário-geral adjunto da ONU. Entrevistado pela Folha de S. Paulo por ocasião de um evento no Pará, Thomas Stelzer afirmou que a ONU "espera que o país assuma suas responsabilidades à altura da (sua) importância", como a manutenção de missões de paz, a exemplo da que conduz no Haiti. 

[In: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/06/1292238-para-autoridade-da-onu-e-dificil-que-brasil-entre-no-conselho-de-seguranca.shtml] 

Há quase dez anos o governo brasileiro persegue a possibilidade de ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. Em nome deste ambicioso projeto, o país tem feito composições diplomáticas esdrúxulas, apoiado governos ditatoriais e se omitido na defesa internacional dos direitos humanos. 

De outra parte, desde 2005, ainda sob a liderança de Kofi Annan, a ONU passou a externar publicamente a ideia de uma reforma em sua estrutura, como a expansão do seu Conselho de Segurança.  E em torno dessa temática o Brasil focou a sua agenda política externa. Todavia, a pretensão brasileira esbarra em duas questões cruciais: 1) A recusa das cinco grandes potências permanentes (China, EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia) em aceitar novos parceiros com “poder de veto”; e, 2) A imagem negativa do Brasil no que tange à ineficácia da governança interna em questões de segurança e combate à corrupção e à impunidade. 

Por fim, perguntar não ofende: a que preço o governo brasileiro pretende ampliar a inserção do país no cenário internacional contemporâneo?   

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(*) Advogado, historiador e professor universitário. E-mail: [email protected]

Curitiba, 09/06/3013.