Êle era um jovem índio tamoio, na flor dos seus 19 ou 20 anos, talvez... Era filho do cacique da aldeia da Eliziária... Alto, de tez bronzeada e de porte atlético, era um belo exemplar da raça Tupi... Era um exímio pescador e ótimo nadador também... Todas as tardes ele era visto nadando ao redor de Paquetá e ninguém sabe por que razão, e nem como, numa dessas voltas, subitamente ele desapareceu... 

Das razões verdadeiras faz-se apenas conjecturas: dizem alguns que foi cãibra... e outros, indigestão...  pois  ele   teria   comido antes de se lançar ao mar... 

Mas para os outros índios o que aconteceu mesmo é que ele foi levado pela Iara  - a Rainha do Mar - que o transformou depois no boto cinzento de Paquetá... 

E dizem que agora, nas noites de lua cheia, ele vem para bem perto das nossas praias, numa formação em círculos que faz com os outros botos, e sopra e assobia, encantando as moças bonitas e levando-as com ele para o fundo, de onde muitas delas nunca mais voltam para contar, e outras só contam quando não podem mais ocultar a  barriga, que esconde nelas esse segredo do mar...