Um bicho debaixo da cama?!

Na verdade, nem bicho era!

Bicho era:

Na mente somente, era bicho,

O bicho da minha mente debaixo da cama.

 

Ele é tão lá debaixo da cama da mente, ainda assim,

Tanto assustador que se eleva – de baixo pra cima.

Lembrança tão antiga, mas que surge - forma de medos infantis que duvidam de mim,

Do bom senso.

Mentindo o real, o lógico,

Vai formando campos inseguros a atravessar.

 

Do bicho debaixo da minha cama, seu alarido ainda ecoa - alarido de monstro.

Primeira vez inda pude correr, e corri,

Agora convive comigo.

 

Hora é terrível, em outras, sorrisos,

Parece até piada:

Um bicho tão pequeno, disto, querer ser.

Mando-o embora, mas que adianta,

Pode olhar que ele lá está debaixo da cama!

Às vezes o que assusta é somente isto: saber que lá ele está.

 

Ainda olhei antes de dormir...

Danado é que ele dormiu comigo –

Às vezes acorda primeiro.