O Avivamento sob o Prisma de Gamaliel

( Serie Sermões em Atos; Parte II)

  • Pastor George Emanuel

Atos 5:29-42 29 Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.30 O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro.31 Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.32 E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.33 E, ouvindo eles isto, se enfureciam, e deliberaram matá-los.34 Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que por um pouco levassem para fora os apóstolos;35 E disse-lhes: Homens israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens,36 Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada.37 Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.38 E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará,39 Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus. 40 E concordaram com ele. E, chamando os apóstolos, e tendo-os açoitado, mandaram que não falassem no nome de Jesus, e os deixaram ir.41 Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus.42 E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo.

Introdução:

·O Perigo da Incredulidade e da Tolerância Religiosa para o Verdadeiro Reavivamento.

Se os Saduceus eram "ateus", com respeito ao Evangelho pregado e praticado pelos apóstolos, Gamaliel era um "agnóstico". Com o seu lastimável parecer, Gamaliel, estava disposto a considerar uma remota possibilidade "hipotética" de que Deus estava, de fato, por trás da igreja. Gamaliel não levou as evidências Escrituristicas a sério, pelo contrario, considerou apenas fatos históricos do cotidiano pseudomessianico do povo Judeu e de movimentos revolucionários pragmáticos para avaliar e aquilatar o valor do Avivamento. Outro erro é que lhe vieram apenas recordações de fatos heréticos para esquivar-se e rejeitar, ainda que polidamente, a Verdade da Ressurreição de Cristo e do poder Apostólico por meio dos sinais que estavam acontecendo em Jerusalém.

Muitos são aqueles que, como Gamaliel, podem estar dispostos a aceitar que Deus está falando e operando por meio de homens incautos, mas que não estão prontos aceitar e agir de acordo com a mensagem.Gamaliel é um homem que, por um lado, é um herói partidário dos fariseus, mas por outro um covarde e advogado do diabo (por não aceitar a veracidade dos fatos da mensagem do Evangelho). Gamaliel pode até ter visto coisas boas no evangelho, como dizem alguns comentadores bíblicos. Todavia, Gamaliel nunca encarou as verdades essências do cristianismo: não se arrependeu dos seus pecados, não confiou no Cristo Ressurreto; não aceitou a autoridade da pregação messiânica dos apóstolos. Enfim, Gamaliel não passava de mais um cego espiritual.

O princípio de Gamaliel não é um índice seguro

ao que é de Deus e o que não é. (John Stott).

1. Nada é mais lógico do que a perseguição quando estamos cumprindo a Palavra de Deus.Os tratamentos que receberam "os doze", não lhes surpreenderam, pois Jesus os havia advertido que seriam açoitados (Mateus 10:17; Marcos 13:9).

2. Avivamento trás afrontas e muito sofrimento.Regozijar-se na perseguição é uma das lições mais difíceis para qualquer um de nós. Foi especialmente difícil para Pedro, cujo instinto básico era sempre revidar quando atacado (Mateus 26:51).

3. Nada é mais ilógico do que usar as palavras de Gamaliel para forma uma doutrina ou principio que venha reger um verdadeiro reavivamento. Suas palavras não têm peso teológico. Foram expressas num contexto específico e restritivo, e não num contexto geral e ampliativo (principio da hermenêutica). Ele, no que diz respeito à intervenção divina, não quis assumir nenhuma posição favorável ou de responsabilidade para com o Evangelho, sendo mais político e diplomático do que bíblico e cristão. Nenhum reavivamento, movimento, doutrina e ou estratégia de crescimento de igreja devem ser validados e tidos como de Deus, tão-somente pela sua permanência. Avaliaremos está proposição mais adiante.

4. O Avivamento trás sofrimento que provoca muita alegria. Se os apóstolos fossem como alguns de nós, o versículo 41 seria: "Então saíram da presença do Sinédrio, amargurados por terem sido tratados tão cruelmente" ou: "Saíram da presença do Sinédrio, queixando-se porque era tão árduo ser um seguidor de Jesus". Em vez disso, o versículo 41 diz: "E eles saíram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome".

Independentemente do tamanho do sofrimento, precisamos aprender, como os apóstolos aprenderam, a nos regozijarmos por sermos "considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome Glorioso".

I

  • Avivamento é uma Obra de Deus que se torna impossível ficar neutro a ela.

1. É impossível ficar neutro com relação a Jesus.

1.1Se não cooperamos com a obra de Cristo, estamos a obstruí-la. Mt 12:30 Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.

O Sinédrio era a Corte Suprema da lei judaica, sua missão era administrar justiça, interpretando e aplicando a Torá (Pentateuco ou Lei de Moisés), tanto oral como escrita. Exercia, simultaneamente, a representação do povo judeu perante a autoridade romana. Diz-se que o Sinédrio compreendia 71 membros (cp. Com os 70 anciãos de que se fala em Nm 11.16, em união com Moisés), varões eminentes entre os quais estava o sumo sacerdote, pertencendo também nos anos posteriores aqueles que o tinham precedido no seu cargo e os de imediatas relações sacerdotais. Eram estes do partido dos saduceus, mas em certos períodos de tempo estavam os fariseus em maioria. Todavia, o Sinédrio não tinha poder de sentenciar ninguém a morte, a "potestas gladii", isto é, a capacidade julgar e sentenciar para a morte. Tal poder estava reservado apenas ao governador romano ("prefectus").

 O Sinédrio, portanto, embora pudesse julgar as causas que lhes eram próprias, não podiam condenar ninguém a morte. Os Saduceus não tinham nenhum argumento valido para sequer punir os apóstolos por meio dos açoites; os apóstolos não estavam incitando ninguém a rebelião; não estavam anunciando heresias; não estavam prejudicando ninguém com sua mensagem, pelo contrario, Pedro acabará de curar pelo poder do Nome de Jesus um paralítico; há algo de perverso nisso? Eles haviam quebrado alguma lei cívica ou cerimonial? É evidente que o problema dos Saduceus com os Apóstolos era a inveja e o orgulho. Lucas relata em Atos 5:17 a seita dos saduceus, tomaram-se de inveja... Como os saduceus não acreditavam na ressurreição de Cristo também não aceitariam homens iletrados ensinando sobre os pináculos da fé do Judaísmo (O Messias, A Redenção de Israel e a Ressurreição), mas não crida por eles mesmos, ou seja, pelos Saduceus. Eles também ficaram com ciúmes da popularidade dos Apóstolos assim com foram ciumentos e invejosos com Jesus (Mc 27:18; Mc 15:10). Os saduceus estavam ressentidos porque os Apóstolos ensinavam ao povo sobre Jesus, e anunciavam a ressurreição dentre os mortos. Todavia não podiam culpar Pedro e João, bem com os demais apóstolos de estarem ensinando falsas doutrinas, pois os fariseus criam na ressurreição física.

Os Saduceus presumiram: Nós é que somos os mestres aqui, quem são estes pescadores idiotas e iletrados que querem ensinar este multidão leiga de Jerusalém. E assim, a incredulidade, o orgulho e a inveja entraram definitivamente nos corações dos Saduceus. O Sinédrio que deveria ser um instrumento de defesa da Escritura Sagrada tornou-se a locomotiva do diabo na perseguição e inquisição da Igreja Apostólica.

O DR.M.L.Jones, disse: Ou você obedece e se sujeita à verdade do Evangelho, ou você rejeita e se opõe. Os Saduceus ficaram com a segunda opção.

1.2 Se nos sujeitamos e cooperarmos com a obra de Cristo, esta sujeição e cooperação deve ser real e completa.

Veja, por exemplo, a falsidade e negação do sistema sadoquita contra a fé cristã e contra a própria fé judaica. Utilizando princípios filosóficos do paganismo helênico negavam completamente os ditames sacerdotais e viviam em completa discórdia com os fariseus. Em oposição aos fariseus, acérrimos defensores das tradições dos "Antigos" os saduceus limitavam o seu credo às doutrinas que encontravam no texto sagrado do Pentateuco. Sustentavam que só a palavra da lei escrita os obrigava e defendiam o direito do juízo privado na interpretação da lei, eram mais jurídicos e ritualistas que dogmáticos e mestres de justiça. Distinguiam-se dos fariseus nos seguintes pontos:

(1) Negavam a ressurreição e juízo futuro, afirmavam que a alma morre com o corpo Mt 22. 23-33; At 23. 8;

(2) Negavam a existência dos anjos e dos espíritos, At 23. 8; Negando a existência da alma e dos espíritos, os saduceus entravam em conflito com a angelologia do Judaísmo elaborada no seu tempo, e ainda iam ao outro extremo: não se submetiam ao ensino da lei, Ex 3.2; 14.19.

(3) Negavam a Soberania de Deus em defesa do livre arbítrio,ensinando que todas as nossas ações estão sujeitas ao poder da vontade, de modo que nós somos a causa dos atos bons; que os males que sofremos resultam de nossa própria insensatez, e que Deus não intervém nos atos de nossa vida, quer sejam bons, quer não.

(4) Negavam a imortalidade, baseando-se na aparente ausência destas doutrinas na lei mosaica.

(5) Não defendiam a fé patriarcal na existência do inferno ou sheol, não só por não se achar bem defendida, como por não conter as doutrinas bíblicas acerca das recompensas futuras.

(6) Fatalismo e Racionalismo Antí-Deus:A principio, provavelmente, davam relevo à doutrina a respeito da Interferência divina nas ações humanas, punindo-as ou recompensando-as neste mundo, de acordo com seu caráter moral. Se realmente ensinavam, como afirma Josefo, que Deus não intervém em nossos atos, bons ou maus, repudiavam os ensinos claros da lei de Moisés em que professavam crer, Gn 3. 17; 4.7; 6.5-7. É possível que começassem negando as doutrinas expressamente ensinadas na letra da Escritura. E, rendendo-se à influência da filosofia grega, adotaram os princípios, aristotélicos, recusando-se a aceitar qualquer doutrina que não pudesse ser provada pela razão pura. Racionalismo dos Saduceus chegou à conclusão de que o "sobrenatural não invade a história, o sobrenatural não existe. O conceito de que Deus se revela ao homem e de que intervém e atua na história humana foram logo excluídos das doutrinas dos Saduceus. Historicamente foram os saduceus e não os fariseus ou o povo, os responsáveis pela crucificação de Jesus. Os Saduceus eram a elite religiosa da época, seus membros eram eruditos e nobres da aristocracia, seus lideres mais proeminentes eram Anás, genro de Caifás, o qual era o sumo sacerdote na época do julgamento e crucificação de Jesus. Surpreendente é ver os Saduceus liderando também a oposição aos discípulos no livro de Atos.

John Wesley, disse: a seita dos Saduceus está cheia de ira, amargura e zelo opressor contra Jesus, Seu Evangelho e Seus Apóstolos.

The whole issue of the authority of the apostles and their conflict with the Jewish leaders in Jerusalem is evident in the Book of Acts thus fThe response of Jesus is not yet finished.A autoridade dos Saduceus estava desgastando-se muito rápido, enquanto que a autoridade dos apóstolos estava aumentando assustadoramente.The growing numbers of those who joined the apostles in trusting in Jesus as the Messiah, along with the preaching and popularity of the apostles, further aggravated by the crowds who gathered to be healed in the name of Jesus, was simply too much for the Sadducean priests to bO crescente número de pessoas que aderiram aos apóstolos e passaram a confiar em Jesus como o Messias, juntamente com a pregação pneumática dos apóstolos, ainda agravada pela multidão que se reuniram para serem curados em nome de Jesus, era simplesmente uma carga de afronta demasiadamente grande para o Saduceus suportarem. Por isso,They arrested the apostles, intending to bring them to trial before the Sanhedrin the following day. eles prenderam os apóstolos, com intenção de levá-los a julgamento estatal e conseqüentemente a morte, depois da sentença do Sinédrio. They would have no problem here, they were certain, for they had already arrested Peter and John and detained them overnight, without incident.E para homens com Anás e Caifás, bem como para os demais membros da seita dos Saduceus, as posições eclesiásticas e a fé judaica nada mais eram que uma oportunidade de lucrar e preservar de modo efêmero e temporal o sórdido poder jurídico e religioso dado a eles por Roma. Simulação e hipocrisia religiosa era o que caracterizava suas vidas e suas insignificantes posições sócias.

Todas as questões sobre autoridade do Evangelho levantada pelos apóstolos e seus conflitos com os líderes judaicos em Jerusalém é evidente no livro de Atos.As demandas entre os apóstolos e os líderes judaicos começaram com o aparecimento de Jesus e com o Seu ensino. A autoridade dos líderes judaicos estava desgastando-se muito rápido, enquanto que a autoridade dos apóstolos está a aumentar assustadoramente.

Eles acharam que não teriam nenhum problema, já que os apóstolos estavam detidos, juntamente com os protagonistas principais do motim, Pedro e João, que haviam sido os causadores do "problema".

 Continua....