Muito tem me chamado a atenção, a falta de conhecimento que as pessoas têm de si, nos dias de hoje. São excelentes para apontar as falhas dos outros, sem perceberem que essas, muitas vezes, são também suas. Isso demonstra o ego grandioso dessas pessoas, que se consideram perfeitas, capazes de apontar os “defeitos” alheios.

            Isso se dá em função do autodesconhecimento, que contribui para favorecer o excesso. Incentivando a superestimação de si mesmo, fazendo com que se sinta merecedor de todas as coisas, desde que essas não sejam críticas, pois não as tolera, afinal se enxerga quase como um deus, quando não ele.

            Essa forma de funcionar demonstra o olhar míope que a pessoa tem em relação a si, por não se autoconhecer. É comum as pessoas terem medo de olhar para dentro de si, de entrar em contato com o seu inconsciente e mergulhar nele, para encontrar respostas que busca no externo, mas que não acha, por estarem dentro dela. O autoconhecimento permite que o indivíduo se torne mais centrado, lidando com maior equilíbrio frente aos seus entusiasmos e ambições. Não se deixando levar pela empolgação do momento, que muitas vezes, o conduz para uma situação que acaba por lhe prejudicar.

            A máxima de Sócrates, “conheça-te a ti mesmo”, mostra-nos o caminho para a libertação, pois nos permite conhecer a perfeita objetividade de tudo o que se passa na experiência subjetiva do humano. No mundo moderno, entretanto, as pessoas preferem ignorar essa máxima, vivendo uma vida de projeção, dando asas ao seu imaginário, que lhe permite construir um falso self, enquanto o seu verdadeiro eu, mantém-se adormecido.