O ateu, o terrorista e o cristão.

O ateu Richard Dawkins, autor do livro: “Deus-um delírio”, num recente debate com o teólogo, Alister McGrath, fez referência a um dos aviões que, no atentado do dia 11 de setembro, foi seqüestrado por terroristas da Al-qaeda e, segundo relatos, seria usado para se chocar com a Casa Branca, sede do governo americano.

Mas entre os passageiros, havia um cristão, que tomou a decisão de, junto com outros passageiros, enfrentar os terroristas, com a finalidade de frustrar os planos deles. O fim todos nós conhecemos, um avião que caiu na Pensilvânia, matando todos os passageiros a bordo.

Falando deste episódio, Richard Dawkins faz a seguinte ponderação: “Por que Deus não matou o terrorista com um ataque cardíaco, ao invés de usar um cristão para fazer o que fez, e com isto matar todos os passageiros?”

Obviamente, que se Deus fizesse o que Dawkins sugeriu, a pergunta seguinte seria: “Por que Deus, sendo tão bom, matou um homem deste jeito?” ou então: “Por que Deus, que sabe de todas as coisas, permitiu que um terrorista embarcasse naquele avião?” as perguntas não parariam.

Quando olho para Dawkins, me lembro do que escreveu G.K.Chesterton em seu livro Ortodoxia: “A vida não é um ilogismo; todavia, é uma cilada para os lógicos.” E para ilustrar o que diz, Chesterton dá um exemplo hipotético, que se uma criatura matemática, proveniente da lua, examinasse o corpo humano, de cara ela deduziria que o homem é um ser duplicado, tendo dois braços, duas pernas, dois olhos, duas orelhas, narinas geminadas e quando ele assumisse isto como lei, abriria o homem e ao ver um coração de um lado, ela deduziria que encontraria um outro coração do outro lado. Neste ponto em que pensava está certa, ela estaria errada.

A probabilidade de outro coração existir era enorme, porém ela não encontrou. No pensamento de Dawkins, a probabilidade de Deus não existir é enorme, mas em minha opinião, ele será como a criatura hipotética de Chesterton, procurando uma resposta que nunca encontrará.

Voltando mais uma vez ao argumento de Dawkins, que Deus poderia ter matado o terrorista com um ataque cardíaco, minha pergunta é : Como isto provaria para ele que Deus existe? Quais seriam as provas que Deus teria feito isto? Será que Ele teria que deixar um bilhete para Dawkins?

Mas por que será que as pessoas não culpam o cristão do avião, que com sua atitude e de outros, levou todos do avião a morrerem, tal como o terrorista, inevitavelmente, também levaria? É porque as pessoas sabem distinguir que o terrorista agiu para matar, o cristão agiu para salvar; o terrorista tinha um forte desejo de morrer, o cristão morreu por um forte desejo de viver.

O cristão me faz lembrar de Jesus Cristo, que não pensando na lógica, decidiu vir à este mundo para oferecer salvação à todos que nEle cressem, mesmo àqueles que correm atrás de uma lógica para o seu ato na cruz. Creio que quando o homem conseguir contar todas as estrelas existentes, conseguir medir o espaço e pisar no sol, talvez, quem sabe, ele irá entender a dimensão de Deus.