O APRENDIZADO E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

As pessoas estão esquecendo-se de pensar por si mesmas.

Antes de qualquer coisa, é importante ressaltar que para o autogerenciamento vivencial vivemos entre dois mundos o cognitivo (da informação) e o vivencial (das interações). A nossa evolução está diretamente ligada à compreensão desses dois mundos, sem esse entendimento não é possível nos transformar de maneira equilibrada. Ou seja, o cognitivo complementa o vivencial e vice versa. Sem esses dois elementos, não seria possível evoluir com pessoa individual e social.

Porém, para o autogerenciamento vivencial, um dos grandes males do mundo contemporâneo além da crença cega na informação é colocá-la, no mundo vivencial, como superior a experiência vivencial. Esquecem que a vida além de cognitiva é vivencial, tentar controlá-la no mundo vivencial através de verdades pré-concebidas é tirar dela a sua individualidade que se caracteriza por ser um processo contínuo de transformações e adaptações ao desconhecido. É criar uma falsa realidade com conseqüências vivenciais desastrosas, já que em termos de interação vivencial, a pessoa se renova através de novas escolhas vivenciais e não de verdades pré-concebidas, embora ela a oriente nesse processo de interação, adaptação e transformação, mas não o determina. Enfim, a vida, em termo de evolução, se caracteriza por um processo contínuo de interações com o conhecido e o desconhecido. Cuidado para não se tornar um “papagaio de pirata”.

É importante ressaltar que no mundo cognitivo é através da memorização e do método tentativa e erro que aprendemos, já que as regras, as lógicas e as informações já estão prontas, compete a nós conhecê-las e memorizá-las. A nossa liberdade de escolha restringe ao que já é conhecido e aceito como verdade. Que liberdade!Sacou!!!!

Ainda mais, a nossa reflexão segue a lógica do labirinto, já tem a saída certa, o desafio é encontrá-la. Persistência é fundamental já que precisamos dela para encontrar a saída ainda desconhecida por nós, porém já existente. É um raciocinar dentro de uma meta pré-estabelecida. Grande reflexão!!!

Compreendendo o seu limite, não podemos negar a importância da informação como um dos elementos na elaboração da nossa lógica vivencial. Logo, a informação no papel de orientadora vivencial tem a sua importância, porém ao envolver o mundo vivencial com suas verdades, determinando a forma dele de ser e agir é que a torna inadequada. Tira de cada pessoa o direito de viver experiências vivenciais similares ou não, de formas diferentes e em alguns casos chega a inibir as vivências de novas experiências vivenciais. Confunde informação com experiência vivencial.

O nosso presente preso ao que é “sabido” e “certo” não consegue transformar o futuro num novo passado, cativo a uma realidade tão exata que tolhe a sua liberdade de escolha e de ser. Infelizmente, é divulgado aos quatros cantos que informação e experiência são sinônimas, tornando as pessoas informadas em experientes por dar a elas as respostas certas para o que há de vir. Não há como errar. Será que isto é verdade? Será que as pessoas informadas serão sempre corretas nas suas atitudes e comportamentos? Será que nas pessoas informadas não tem conflitos vivenciais?Então viva, viva a informação, a grande protetora das nossas vidas.

Felizmente, o aprendizado vivencial, não segue a trilha do aprendizado cognitivo. Aqui além de se aprender no dia a dia, não nos obriga a emitir as mesmas respostas para situações iguais ou semelhantes. Dá-nos o direito de emitir a respostas que quisermos para cada momento presente, onde o presente além de transformar o futuro em passado, nos permite fazer cada passado diferente do anterior, desde que forneçamos a ele um elemento instigador diferente do anterior.

O aprendizado vivencial se estrutura no questionamento e na liberdade de escolha, onde o conhecimento, as atitudes e comportamentos são entendidos como relativos e específicos por pertencer a cada momento, não constituindo regra geral, podendo ser renovado ou não a cada situação da nossa vida. Respeita o nosso livre arbítrio e inicia-se no instante de cada escolha vivencial e só é concluído posteriormente, quando a pessoa passa a conhecer as conseqüências das suas escolhas vivenciais.

Exemplo: Se digo não a um convite para ir a uma festa, significa que não irei à festa. Se a festa foi boa e eu a perdi, paciência, uma vez que a respostas das nossas escolhas vivenciais só são conhecidas posteriormente. O aprendizado é posterior as escolhas vivenciais. Como ele também é relativo, significa que não pode servir de padrão para futuras escolhas vivenciais. Cada momento no seu momento. Serve apenas como orientador, onde aprender não é só adquirir informação e sim viver cada situação nova ou não, de modo que não nos produzam uma resposta insatisfatória. É importante destacar que embora, ele se utilize da memória, mas é na função de arquivar e lembrar e não na de aprender. A autoconsciência e autorreflexão é que são fundamentais na estruturação do nosso aprendizado vivencial.

Graças a La vida, nos é permitido escolher novas respostas para situações iguais ou semelhantes. Caso nada fizer de diferente em termos de resposta vivencial, não existirão resultados diferentes. Em termos vivenciais você é a sua ciência.

Fique esperto!! Nunca se esqueça que informação não é experiência vivencial e que a cultura da informação no mundo vivencial, aprisiona o homem ao já conhecido; a ação com a resposta certa num pacote só.

Enfim!!! O autogerenciamento vivencial busca encontrar um novo paradigma vivencial, fugindo daqueles que pensam e atuam dentro de padrões do “saber antes” para “não errar depois”. Para ele, a vida sempre segue o seu caminho queira a ciência ou não. Uma vez que não é o conhecimento que determina as nossas escolhas vivenciais e sim as nossas escolhas vivenciais que dirigem o que conhecer, pois o ato de aprender está conectado ao desejo do que aprender e não na informação.

Para refletir:

O caos vivencial começa quando você passa acreditar nas suas mentiras.

A dor vivencial é lógica e quanto mais a pessoa for compreendida no seu sofrimento, mais prisioneira se tornará da sua lógica de dor. Abram os olhos terapeutas assistencialistas!!!!!

Será que é errando que se aprende? Para o mundo cognitivo não, já que ele apresenta a resposta certa antes da pergunta. Errar aqui é sinal de bu...... Já para o mundo vivencial não há uma correlação obrigatória entre o erro e o aprendizado. Existem pessoas que transformam a sua vida num inferno e mesmo assim não mudam.

Aprendizagem é uma das funções mentais mais importantes desde que conectada a autoconsciência e autorreflexão, caso contrário é só memória. Não vivemos sós para concertar erros.

Obediência através do medo não educa míngüem. Não se cale só por calar. Não ache normal ser insatisfeito.

A ignorância e a lucidez são produto do seu desejo. O que pensa e faz é o que quer. Não seja um cacho de banana que cresce só para baixo.

Não se aprende a viver. Vive-se, pois a vida vive mudando as perguntas. Não seja uma pedra choramingando sempre no mesmo lugar.

Olha que interessante!!!!

O animal, “ser irracional”, que tem como gestor da sua vida, os seus instintos, não apresenta nenhum problema em relação a si mesmo. Se aceita como é e não vive se maltratando por não ser aquilo que queria ser. Não vivencia trauma, conflitos ou frustrações. Não tem problema de auto-estima, de auto-amor, cada um segue a sua hierarquia. Não buscam no mundo exterior explicações para as suas dificuldades. Vive a vida como ela se apresenta a cada dia. A competição entre os animais é em nível instintivo, entre os homens é pessoal e social.

A IGNORÂNCIA

Cego pela ignorância

Vagueio

Pelo deserto

Da desilusão

Em busca

De vida perdidas

No agouro da coruja

Desperto para a morte

No reflexo do espelho

Percebo que envelheci

Na explosão do vulcão

Vomito a minha dor

Por descobrir

Que não sou

O que penso ser

Que acreditei

Em mentiras

Que estão me matando

Silenciosamente

Drº Cláudio de Oliveira Lima – psicólogo

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