Iranildo da Silva Teixeira 2 

Resumo: O presente artigo propõe um estudo e análise do livro “o aprendizado da leitura” de Mary Kato. A importância da leitura para o estudante, como e a melhor maneira de desenvolver  o aprendizado da leitura nas crianças e também como a escola de um  modo geral no Brasil está se comportando ao ensinar a ler, se está dando mais atenção a leitura ou a escrita na sala de aula.  No mesmo, irei citar as fases e alfabetização que a criança passa para chegar ao nível  considerado alfabetizado.Por fim,  uma reflexão que nos faz questionar a todo momento e que Mary Kato aborda: qual a função da escola?.

Palavras-chave: Função da escola,  leitura ideal, fases da criança,  processo de aquisição da leitura, métodos de ensino, tipos de leitores. 

1. INTRODUÇÃO

               A aprendizagem da leitura constitui-se uma das tarefas básicas propostas á educação e é fundamental para compreensão do mundo. Como dizia Jorge Luiz Borges: “A leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto se falar em felicidade obrigatória”. Ou seja, ler era pra ser algo prazeroso, um tipo de lazer, porém tem sido um desafio para os professores e um fardo para os alunos á prática da leitura. Os professores fazem de tudo para despertar em seus alunos, principalmente os já considerados “alfabetizados” o gosto pela leitura. Então porque será que os brasileiros não gostam de ler? Ao estudar o livro “o aprendizado da leitura” perceberemos os vários motivos desse desprazer em ler.

               Pode-se observar que, a maioria dos professores de língua portuguesa enfrentam diariamente grandes desafios na realização do trabalho de leitura, escuta e também na elaboração de textos na sala de aula.

 1_Artigo elaborado com o objetivo de obter a nota da Avaliação Parcial II da disciplina Leitura e Escrita, ministrada pelo professor Domênico.

2_Acadêmico do curso de letras-Habilitação em língua portuguesa do 5º Período.

               Antes de entrar em detalhes nas teses defendidas por Mary Kato sobre o aprendizado da leitura, ouso afirmar que a leitura é a porta de entrada, o ponto de partida dos educandos, em especial os da fase pré-silábica. E digo que ensinar a ler é a tarefa mais nobre do educador, pois ouço: “quem não sabe ler é como um cego” e percebo a vergonha daqueles que não tiveram a oportunidade ou não quiseram aprender.

            E a educação no Brasil, será que os professores de língua portuguesa estão priorizando o aprendizado da leitura? No início do livro, Kato diz: 

No Brasil, a preocupação educacional na área de linguagem tem incidido muito mais sobre a escritura do que sobre a escrita, motivo por que os linguistas têm-se voltado, em seus trabalhos aplicados, a se dedicar mais aos problemas da escrita e da redação.O interesse pela leitura entre nós é bastante recente, e em algumas universidades como a PUCSP, esse interesse desenvolveu-se a partir da preocupação com o ensino de língua estrangeira(1984, P. 1) . 

            Então, essa preocupação de formar bons leitores no Brasil é algo recente e parte da preocupação ao ver a pouca habilidade de ler entre os universitários. Se os acadêmicos que são indivíduos suficientes letrados estão tendo dificuldades em ler e não estão sendo considerados leitores perfeitos, imagine os que estão na fase de alfabetização, na educação básica. Isso abre uma discussão de como está sendo trabalhada a leitura em sala de aula no Brasil, onde os alunos dizem que não gostam de ler e consequentemente não possuem o hábito da leitura. É claro que esse não é só problema da escola, os pais também são culpados em não incentivar seus filhos a lerem desde crianças. Portanto, a escola passa a ter um papel redobrado na arte de alfabetizar.

           Mary Kato, que é linguista apresenta em seu livro, várias propostas e métodos de leitura, como também fala dos tipos de leitores, das fases de alfabetização a partir de seu próprio exemplo, pois ela aprendeu a falar português depois dos seis anos de idade, por que a mesma é filha de japoneses.

          Saber ler, segundo a proposta de Kato e de outros linguistas, foge da realidade do que se ensina na educação básica no Brasil, pois ler não consiste em decodificar palavras, soletrar as sílabas, aprender os fonemas. Ler é algo muito mais completo e profundo. É algo mais analítico, detalhado e de fator compreensivo. Não adianta, os alunos decodificar palavras se os mesmos não são capazes de compreender os diversos tipos de textos. Essa é uma deficiência que a educação do nosso país irá corrigir aos poucos e lentamente, pois como citei anteriormente esse interesse pela a leitura é algo recente no Brasil e requer tempo e prática.