Em “A Origem da Tragédia na Música” de Fredrich Nietzsche, o autor aplica aos mitos gregos de Apolo, o condutor do carro solar, representando a perfeição, a beleza e a sabedoria contemplativa, e Dionísio, deus do vinho, do teatro e da música, os arquétipos indianos de Visnu, o preservador, e Shiva, o destruidor. Para o filósofo alemão oitocentista, Apolo representava a filosofia e Dionísio, a arte. Para ele haveria uma distinção entre o conhecimento científico e a arte.

            Estes dois arquétipos foram muito usados, para representar tanto a psicologia, distinguindo entre o temperamento introspectivo quanto o extrovertido quanto as diferenças de homem e mulher e entre as culturas européias e as negras e mulatas, fala-se até em futebol dionisíaco ou mulato, o estilo brasileiro.

            Vendo a pobreza que a maioria dos africanos e seus descendentes sofrem, e vendo a opulência euro-americana, o preconceito popular, baseado no sócio-darwinismo do século XIX e ainda arraigado no imaginário popular, acredita em uma superioridade dos brancos sobre os africanos. Esta opinião seria compartilhada por Nietzsche, mas seu pensamento superou as limitações teóricas do seu tempo. Ele acredita que Dionísio era melhor do que Apolo, que o primeiro representava gloria e o segundo decadência.

Se pensarmos que a África miserável apresenta um dos maiores índices de crescimento mundial e a América Latina, principalmente o Brasil, cresce mais que a Europa. Chegamos à conclusão de que Apolo, a Europa rica e culta, está em decadência, enquanto Dionísio, os negros e latino americanos, herdarão a Terra!