Como bom poeta
Que eu acho que sou,
Me tornei ótimo boêmio,
Bebia, sofria e amava por amor.
Assim vivi o meu Amor,
Fiquei letárgico, criei um belo poema,
Dei lhe vida, tornei real.
Vivi fantasias, inventei outras
Fui feliz, fui menos poeta, menos humano
Fui o que ninguém é.
E durante o coma que durou alguns anos,
Abandonado pela poesia e as bebidas,
Traindo a família e os amigos,
Traindo a vida, vivendo um delírio.
Vivi felicidades, delirei entre a terra e o paraíso.
Então a poesia bateu a minha porta,
Queria o boêmio, o poeta de volta
E, eu voltei,
Mas voltei triste, sombrio, desgostoso da vida,
Quase abraçando a companheira inseparável
A morte, a amada querida.
Porém, um anjo se colocou no caminho,
Com voz doce, meiga,
Feita de Amor e carinho.
Inspirada em deusas de belezas gregas,
Uma Deusa Negra,
Uma mulher, uma mãe, uma amiga
Ela não me deixou sozinho,
Salvou-me do precipício.
E, assim, ao lado dela
Criei sonhos, fantasiei, novamente Amei
E vivi momentos mágicos,
Mas o anjo não poderia ser meu,
E meu coração não entendeu,
Ele veio apenas me salvar,
Não era para ao meu lado ficar,
E eu sofri.
Sofri, por ainda não entender
O porquê de a vida ser tão cruel comigo,
O porquê de o destino brincar com meu coração,
Mas, tive que aceitar, chorei, sofri
Mas a vida precisa continuar.
Eu a amo, e não a esqueço
E nem pretendo tentar,
Sofro e ainda choro,
Mas não deixo de amá-la.
Amo-a simplesmente por ela existir,
Pelo seu sorriso,
Sua voz, seu rebolado,
Seus doces encantos de mulher;
Amo-a por tudo, por nada,
Amo-a só por amar, minha doce amada.


12 de março de 2011