O ALFABETISMO FUNCIONAL NO CURSO DE PEDAGOGIA: UM PROBLEMA SILENCIOSO E PERVERSO

Abordar questões relacionadas ao alfabetismo funcional requer retomar a problemática da educação brasileira, numa história marcada por sistemas em que a nobreza e o clero tinham prioridades na educação culta e no conhecimento científico.
Desde os tempos coloniais investiu-se muito pouco em educação no Brasil. De maneira geral, já não há mais falta de escolas de ensino fundamental, mas ainda existe o problema da qualidade da escola.
Em 1997 foi aprovada, pelo Conselho Estadual de Educação (CEE), a progressão continuada no Estado de São Paulo, e implantada, em 1998, pela Secretaria de Estado da Educação (SEE) em toda rede estadual de ensino fundamental.
A partir daí houve um estímulo de permanência dos alunos na escola bem como o combate a evasão, contribuindo para o avanço do nível de escolaridade da população, o que nos leva a questionarmos se o acesso e a freqüência à escola são suficientes para suprir a vida social e profissional dos cidadãos.
Em pleno século XXI temos ainda marcas do insucesso dessa educação. O Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa, parceiros na criação e implementação do INAF (Indicador de Alfabetismo Funcional), desde 2001 organizam relatórios retratando as condições de alfabetismo de uma grande parte da população que já integra o mercado de trabalho. O Indicador de Alfabetismo Funcional revela que só um terço dos jovens brasileiros atingiu a alfabetização plena.
Segundo a pesquisa, quase um em cada quatro brasileiros sai do ensino fundamental sem saber ler e escrever bem. (INAF, 2001).
Diante desse quadro surge a necessidade de refletirmos nossas ações enquanto educadores para que possamos contribuir para a compreensão da deficiência do ensino e da aprendizagem na educação básica; identificar o que leva os estudantes com problemas de alfabetização ao curso de Pedagogia e sistematizar informações que possam contribuir para elevar a qualidade do ensino na formação de profissionais de educação por meio de novas metodologias.
É preciso repensar a educação, melhorar a atuação do professor e contribuir para mudar essa realidade, visto que os problemas de aprendizagem são situações cada vez mais presentes e, creditar este problema somente ao aluno, a família ou a escola é fugir do foco da questão que é o aprender.
Dessa forma, acreditamos que, para aprender o que a escola ensina é necessário que as possibilidades de aprendizagem dos alunos estejam presentes no seu dia a dia e que a atuação do professor neste processo pode ser inibidora ou propulsora na formação do indivíduo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LUNA, S. V. de. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC ? ED. Da PUC/SP, 1997.
MINAYO, M. C. de S. (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Editora Vozes, 1994.
MARCÍLIO, M. L. História da escola em são paulo e no brasil. São Paulo: Instituto Braudel, 2005.
(http://www.ceesp.sp.gov.br/Indicacoes/in_22_97.htm)