Heric Semari Basílio[i]

Nathállya de Oliveira Ferreira[ii]



[i] Concluinte do Curso de Educação Física do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara, ILES-ULBRA.

[ii] Concluinte do Curso de Educação Física do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara, ILES-ULBRA.

A abordagem nutricional no âmbito da saúde escolar encontra-se em evidência numa escala mundial, demonstrando-se com isto que a preocupação com assuntos relacionados com a nutrição e suas consequências baseadas em uma alimentação incorreta tem causado prejuízos a um número cada vez maior de pessoas, independente da faixa etária, colocando-se como uma necessidade a promoção de uma alimentação saudável como prioridade na promoção da saúde[1].

Faz-se necessário aqui uma distinção entre alimentação e nutrição, pois a alimentação corresponde a um ato voluntário e consciente, intimamente relacionado com a vontade do indivíduo ou da pessoa que escolhe o alimento que vai consumir, caracterizado este ato, ainda, pelas práticas que envolvem opções e decisões pessoais em relação à quantidade, ao tipo de alimento, quais alimentos são aceitáveis para o padrão pessoal de consumo, a forma como são adquiridos, conservados e preparados, abarcando também a questão dos horários, locais e com quem que se realiza o ato de alimentar-se[2].

Já no tocante à nutrição, tem-se que está relacionada com um ato involuntário, correspondendo a uma etapa que não tem controle do indivíduo, iniciando-se quando qualquer alimento é levado à boca e, a partir desse momento “[...] o sistema digestório entra em ação, ou seja, a boca, o estômago, o intestino e outros órgãos desse sistema começam a trabalhar em processos que vão desde a trituração dos alimentos até a absorção dos nutrientes, que são os componentes dos alimentos que consumimos e são muito importantes para a nossa saúde”[3].

Nesta perspectiva, para que a alimentação atenda às necessidades nutricionais de um indivíduo, cabe a ele escolher bem os alimentos que fornecem nutrientes tidos como importantes para sua saúde, pois apenas uma alimentação que leve em conta os elementos quantitativos e qualitativos é capaz de fornecer os nutrientes necessários, já que o consumo inadequado de qualquer alimento acarreta em danos para a saúde de qualquer pessoa, isto é, o excesso pode produzir a obesidade e todos os seus riscos para a saúde e a deficiência pode ocasionar a desnutrição.

Um dos caminhos para se enfrentar e evitar a desnutrição é a educação em saúde que, entre outros pontos, pode e deve ser praticada na escola, realizando-se então à educação em saúde da escola, o que pode se dar por meio de intervenções constantes abordando conteúdos relacionados com a necessidade de uma alimentação saudável e não através de intervenções pontuais, como acontece em épocas ou períodos de alguma epidemia, o que pode ser exemplificado com as campanhas que se fazem nas escolas contra a proliferação de seu principal vetor, o aedis aegypti, pois os conteúdos de saúde como esse e tantos outros, precisam ser contemplados no currículo da formação escolar de crianças e adolescentes de forma transversal e interdisciplinar, pois “[...] tais conteúdos constituem objeto da atenção de todos os níveis e séries escolares, integrados a todas as disciplinas como um discurso cotidiano do processo ensino/aprendizagem”[4].

Dessa forma, a opção ou caminho mais seguro para a promoção da saúde na escola abordando inclusive as questões relacionadas com a alimentação saudável e nutrição, consiste na efetivação de ações que não sejam apenas pontuais ou isoladas, mas ações que foquem a possibilidade de integração e articulação crítica e reflexiva que levem à significação de uma oportunidade de atualização de docentes e discentes, em que todos são capacitados para o entendimento do discurso sobre a saúde, propiciando-se então um espaço em que todos os atores sociais que vivem e convivem na escola são protagonistas de ações frente aos desafios da educação escolar e os temas da saúde que, seguramente, devem estar presentes no cotidiano de todos de forma perene e não apenas uma vez ou outra.



[1] SANTOS, Ariana et al. Avaliação da comercialização de alimentos nas cantinas de escolas públicas e privadas de Governador Valadares, Minas Gerais.42 f. Monografia (Bacharelado em Nutrição). Governador Valadares-MG: Universidade Vale do Rio Doce, 2010.

[2] RODRIGUES, Maria de Lourdes Carlos et al. Alimentação e nutrição no Brasil I. Brasília-DF: UnB, 2007.

[3] RODRIGUES, Maria de Lourdes Carlos et al. Alimentação e nutrição no Brasil I. Brasília-DF: UnB, 2007, p. 16-17.

[4] FIGUEIREDO, Túlio Alberto Martins de; MACHADO, Vera Lúcia Taqueti; ABREU, Margaret Mirian Scherrer de. A saúde na escola: um breve resgate histórico. Ciência & Saúde Coletiva. v. 15. n. 2. p. 397-402. 2010. p. 400