Assassinaram a Mangueira
Cortaram a raiz da Estação Primeira
Carnaval, seu moço! Não é mais brincadeira
De baiana, mestre-sala ou porta-bandeira.

Resolveram acabar com a tradição
Sinto falta de um carnaval feito no chão
Que descanse em paz, o grande mestre Cartola.
Que falta faz o saudoso jamelão
 
Momo perdeu o seu reinado,
O desfile é feito para o jurado
Hoje, só entende quem é especializado
A cada nota me sinto ridículo e idiotizado

O carnaval ficou tão caro
Que só consegue fazer quem tem patrocínio
A folia foi ressignificada em sua identidade
Estamos diante do carnaval da pós-modernidade

Por onde será que anda a espontaneidade?
Acho que está escondida pela cidade
Foi decretada a morte da criatividade
Entramos na era da uniformidade.