1. Romantismo.

Como lembra Gonzaga (1991: p. 38), a partir da Revolução Mercantil ? com expansão de instrumentos mecânicos de orientação (bússolas, por exemplo) e das próprias navegações ? têm-se as origens do Romantismo, coincidindo com a ascensão econômica e política da burguesia européia. Nesse momento, não apenas se dá a derrocada do Ancien Régime, da aristocracia fortemente representada nas dinastias francesas de Valois e Bourbon ? Séculos XIV e XVIII ?, mas, tendo como ponto culminante a Revolução Francesa de 1789, se dá igualmente o estabelecimento de um novo sentido de vida, baseado na livre iniciativa, na livre concorrência e na destruição das barreiras rígidas entre as classes sociais.
Marca esse período o surgimento de um novo público leitor, ascendente com a vitória da burguesia, sem se identificar com a arte neoclássica da aristocracia cortesã, donde se afirma que Victor Hugo (1802-1855) chegou a crer que o Romantismo nada mais era que o liberalismo em literatura (Gonzaga, 1991: p. 38). Há, também, uma democratização da arte trazida pelo período revolucionário, dando ao Romantismo características burguesas, embora igualmente ambíguas, ora exaltando-as, ora denunciando-as (Gonzaga, 1991: p. 38).