Sabendo que o planeta Terra possui um espaço limitado cultivável, com um aumento progressivo da população, e com ela uma demanda do aumento da produção. O que pode e deve ser feito para que todos tenham acesso à alimentação segura de uma forma economicamente, socialmente e ambientalmente sustentável?

São intermináveis os estudos que debatem em torno desta pergunta, mas poucos chegam a um consenso comum, outros não trazem nem respostas.

Para entendermos o porquê da dificuldade e da emergência deste assunto, veremos primeiramente de forma breve as ligações entre população, agricultura e nutrição.

A agricultura é a base do sistema de alimentação, logo ela tem um forte impacto em pobreza, segurança alimentar e a fome. E estes por sua vez são diretamente ligados ao estado dos ecossistemas do planeta e das indiferenças do desenvolvimento econômico. Ela pode influenciar a nutrição humana de diversos modos: preços dos alimentos e sua variabilidade, composição dos alimentos, uso de pesticidas e agrotóxicos, disponibilidade de alimentos entre outros.

A agricultura é muito complexa e diversa pois depende da geografia física (com particularidades específicas de cada local), clima, ecossistemas, nível de riqueza do local, formas de uso dos ecossistemas, modos de organização, das características culturais da sociedade e da população.

Segundo a Revisão Oficial de 2008 das Nações Unidas a população atual mondial é de 6,8 bilhões, com uma projeção de 7 bilhões para 2012 e passará dos 9 bilhões em 2050. A maioria destes 2,3 bi adicionais se encontrarão nos países em desenvolvimento. O mais alarmante é que nos países em desenvolvimento, entre 5 pessoas, 1 não é capaz de atender suas necessidades nutricionais diárias para uma vida saudável e ativa.

Este aumento da população e a urbanização (biocombustíveis, mudanças climáticas etc.) se apresentam comoproblemas potenciais quanto à disponibilidade de alimentos e ao acesso de forma segura a estes (segurança alimentar e nutricional). Esta demanda vem acompanhada também de uma mudança dos hábitos alimentares, nos modos de produção alimentar e um aumento das exigências em termos de serviços e bens.

Esta transição alimentar, vista principalmente nos países com elevado crescimento demográfico , é marcada por um aumento do consumo de produtos de origem animal. Por consequência, mais espaço é necessário para o cultivo de cereais destinados à alimentação animal.

Referências

BOTOYA, Alex. Le guide de l'écofood. Minerva : Paris, 2008. p. 24-34.

GRIFFON, Michel. Nourrir la planète. Odile Jacob : Paris, 2006. p. 17-23.

UN (United Nations). Department of Economic and Social Affairs

Population Division. World Population Prospects The 2008 Revision, 2009.Disponível em :<http://www.un.org/esa/population/publications/wpp2008/wpp2008_highlights.pdf.> Acesso em: 20 jun. 2009.