1. INTRODUÇÃO:

Resistir ao cigarro, beber menos, comer corretamente, praticar exercícios, manter o bom humor, ter disposição para enfrentar um mercado de trabalho competitivo e que exige constante superação de desafios são apenas alguns fatores relacionados à qualidade de vida. Lidando com máquinas, aprendemos que elas não trabalham ininterruptamente, pois apesar de serem programadas para cumprir determinadas funções, o excesso ou falta de cuidados podem comprometer a sua vida útil. Isto posto, qualidade de vida passou a ser uma das prioridades dos cidadãos brasileiros, a partir dos anos 80, quando o tema invadiu, de forma mais insistente, a mídia e a vida das pessoas.

Inúmeras são as alternativas para a melhora da qualidade de vida por meio da pratica esportiva. Dentre estas destacamos as corridas, paixão de milhares de pessoas que vem praticando mesmo nas ruas e avenidas das cidades, composta em sua maioria por anônimos, buscando saúde, qualidade de vida e ultrapassar desafios.

Segundo BARROS (1996) e LEONARD (1999) esta modalidade tem se destacado e é um dos esportes mais procurado desde os mais antigos tempos quando o homem pré-historico fazia da corrida seu método de sobrevivência para caçar ou fugir dos predadores. Já a partir do século V a. C. começaram a ser promovidas provas atléticas e jogos, como os jogos Heranos em homenagem a Hera, esposa de Zeus (GODOY, 1996). Segundo a mitologia, nestes jogos, realizados de quatro anos, havia uma corrida de162 metros, cujo vencedor recebia como prêmio uma coroa de oliveira, uma porção de carne de vaca e uma estátua e seu nome (BARROS, 1996).

A pratica da corrida apresenta algumas vantagens em comparação a outras atividades físicas por ser fácil de praticar, não requer habilidades especificas e não exigir que o praticante seja sócio de um clube ou frequente academia. Outro ponto importante a ressaltar é que a corrida não separa os indivíduos por camadas sociais e é um excelente agente promotor de integração e socialização, reunindo de executivos a office-boys, além de pessoas de diversas idades.

Correr é perseguir objetivos, sempre. Muitos treinam apenas visando qualidade de vida enquanto que outros querem ser cada vez mais competitivos, brigando passada a passada pelo pódio. Todos têm metas e melhorar o rendimento é o destino inevitável de quem pratica atividade fisica. O momento em que o esportista começa a confrontar seus treinos anteriores ou comparar-se com os outros corredores é um forte indicio de que estar querendo mais que uma simples prática esportiva. Muitos corredores ficam mais competitivos à medida que percebe estar disposto a encarar a corrida como um esporte competitivo, o comportamento em relação à preparação se modifica. Enquanto o atleta amador deve apenas preocupar-se em ter hábitos saudáveis, o corredor competitivo precisa cuidar ao máximo da sua alimentação, descanso, vida social e até mesmo da rotina profissional. Segundo GODOY (1996) desde os mais antigos tempos o homem associa o treinamento com alimentação, tendo como exemplo o treinamento dos gregos que ocupava o maior parte do dia, seguindo sempre as normas de uma dieta alimentar durante os treinos.

O treinamento passa a ser mais intenso e rigoroso, e com esses procedimentos, a ingestão alimentar pré, durante e após exercício assume posição de destaque, pois uma má alimentação pode reduzir, e muito, as reservas de glicogênio muscular e hepática, prejudicando o rendimento. Dos nutrientes que compõem os alimentos, os carboidratos assumem papel fundamental nestes processos de fornecimento e reserva de energia, principalmente em modalidades cíclicas e, cujo componente aeróbio é muito solicitado. Segundo WOLINSKY & HICKSON (2002) carboidrato é um dos componentes mais importante na alimentação dos seres humanos, por disponibilizar a glicose que é uma fonte energia importantíssima para o metabolismo celular.

Objetivo

Verificar se os corredores de elite de provas de fundo conhecem quais alimentos são fontes de carboidratos, sua importância e se sabem utilizá-lo em períodos de treino e competição.

Justificativa

A utilização de carboidratos para melhora de rendimento em atividades de longa duração já esta bem documentada pela literatura científica. Quando utilizados pré-treino ou competição aumentam os estoques de glicogenio muscular e hepático. Ao longo destes eventos auxilia na manutenção da glicemia, enquanto que a ingestão de carboidratos ao final acelera a recuperação dos estoques de energia. Resta saber se os atletas de elite de provas de fundo têm conhecimento e se realmente sabem utilizar de maneira adequada os carboidratos.

Delimitação

A amostra foi selecionada a partir dos participantes da prova Internacional São Silvestre realizada em 31 de Dezembro de 2005 na Cidade de São Paulo ? SP. Esse universo é muito heterogêneo, pois havia participantes com patrocínio e equipe multidisciplinar de apoio e outros com recursos muito reduzidos.

Hipótese

> Atletas de elite conhecem alimentos fonte de carboidratos;

> Atletas de elite têm acompanhamento nutricional;

> Os carboidratos são utilizados de maneira adequada pré, durante e depois dos treinos e competições;

Definição de termos

Carboidratos ? Segundo BARBANTI (2003) É um alimento, usado para energia. Vindo da dieta dos açucares (simples) e dos grãos, (complexo). Sendo armazenado como glicogênio nos músculos e no figado.

Prova de fundo ? BARBANTI (2003) É um esporte de equitação que compreende provas de longa distancias. Percursos que incluem desde pista de atletismo até paisagens e acidentes geográficos (rios, matas, montes etc) que fazem parte do desafio.

Suplemento ? LIMA (2002) Cita que é um complemento, acessório ou acréscimo sobre uma alimentação.

REVISÃO DE LITERATURA

MACRONUTRIENTE CARBOIRATOS

Definição e Classificação

Para que possamos realizar qualquer tipo jde atividade física necessitamos de energia que é produzida pelo nosso organismo e resposta pelo consumo dos alimentos. Dos alimentos que consumimos diariamente, aqueles que apresentam grandes quantidades de carboidratos devem representar cerca de 50%-60% da ingestão diária.

Os carboidratos são formados por carbono, hidrogênio e oxigênio, podendo apresentar entre três e sete átomos de carbono com os átomos de hidrogênio e oxigênio unidos por uma única ligação (MCARDLE, KATCH & KATCH, 1998).

Os carboidratos são classificados estruturalmente como simples (monossacarídeos, dissacarídeos e oligossacarideos) e complexos (amido e fibras dietéticas) (DÂMASO, 2001). Os monossacarídeos (mono = um e sacarideos = açúcar) também denominados de açúcares simples possuem seis átomos de carbono, são representados pela glicose, frutose e galactose e estão presentes nas frutas, sucos, mel, cana de açúcar e na hidrolise dos dissacarídeos (sacarose, maltose e lactose). A glicose é a mais utilizada pelo organismo sendo também convertida em glicogênio que é o substrato primordial de reserva de glicose no músculo e no fígado DÂMASO, 2001).

Os dissacarídeos (di = dois e sacarídeos = açucares) são formados por dois monossacarídeos e são representados pela maltose (duas moléculas de glicose), sacarose (glicose + frutose) e a lactose (glicose + galactose). A maltose é encontrada na hidrólise do amido enquanto que a sacarose, conhecida como açúcar de mesa, está presente no mel e no açúcar da beterraba e da cana de açúcar. Já a lactose, denominado açúcar do leite, é obtida nos produtos lactose (DÂMASO, 2001). Já os carboidratos complexos são representados pelos amidos encontrados em grandes quantidades nos vegetais e o glicogênio, em menor quantidade, presente nos músculos e no fígado, principalmente (LANCHA JUNIOR, 2002).

Digestão e Absorção

O processo digestório que atua sobre os carboidratos envolve a boca, estômago, e o intestino delgado. Na boca, o fracionamento mecânico via mastigação e a ação da amilase salivar são responsáveis pela 1ª etapa da degradação das estruturas carboidratadas. A seguir, o bolo alimentar composto, via esôfago, atinge o estômago que é composto por um ambiente ácido e diminui a degradação. Quando chega ao intestino delgado, o pâncreas libera bicarbonato de sódio, para neutralizar o meio ácido, e amilase pancreática. Nesta fase os carboidratos são degradados e a monossacarídeos e dissacarídeos (LANCHA JUNIOR, 2002).

As células que revestem o intestino delgado (enterócitos), conhecidas como "bordas em escova", são responsáveis pela liberação das dissacaridases que promovem a degradação dos dissacarídeos, finalizando o processo digestório e liberando glicose, frutose e galactose para absoeção (GUYTON & HALL, 1998; LANCHA JUNIOR, 2002). Os monossacarídeos são abservidos por difusão passiva ou pelo sistema sódio-glicose (SGLT) e enviados ao fígado pela circulação entero-hepática (GUYTON & HALL, 1998).

Metabolismo de carboidratos

O metabolismo é caracterizado pelo conjunto de reações anabólicas e catabólicas que ocorrem nos sistemas biológicos. Em nosso organismo, a glicose é fonte de principal de energia para as células do sistema nervoso central (SNC), hemáceas, retina e medula renal. As demais células conseguem obter energia de outras fontes como aminoácidos, ácidos graxos livres, lactato, glicerol, corpos cetónicos, entre outros (GUYTON & HALL, 1998).

Na citosol a glicose entra na via glicolítica, sofre o processo denominado glicose, onde sua estrutura é degradada e gera piruvato e ATP ? trifosfato de adenosina (DÂMASO, 2001). Quando temos a participação do oxigênio neste processo, o piruvato entra na mitocôndria e participa do ciclo do ácido cítrico e da cadeia de transporte de elétrons. Nesta etapa é gerado acetil coenzima A (acetil-coA) que, ao reagir com oxaloacefato forma citrato, que é primeiro intermediário do ciclo de Krebs. Com o funcionamento do ciclo de Krebs são produzidas várias substâncias intermediárias, como também os equivalentes redutores (KADH e FADH2) na presença de enzimas, coenzimas e oxigênio, e formando no final da via oxidativa ATP, CO² e H²O (DÂMASO, 2001; LANCHA JUNIOR, 2002).

No fosforização oxidativa, que ocorre na mitocôndria, NADH, NADPH e FADH² que são os transportados de elétrons, transferem seus prótons a membrana interna mitocondrial, onde na presença de oxigênio irão restaurar o ATP a partir do ADP + P inorgânicos (MCARDLE, KATCH & KATCH, 1998; DÂMASO, 2001).

Além da produção imediata de energia, os carboidratos também são armazenados em nosso organismo. Quando ingeridos uma refeição rica em carboidratos, grande parte destes nutrientes é transformada em glicogênio (muscular e hepático), como também em ácidos graxos e triacilgliceróis (LANCHA JUNIOR, 2002). No período prandial, ou seja, durante refeições ricas em carboidratos, o fígado recebe grandes quantidades de glicose que serão transformadas em glicogênio hepático como também distribuídas aos demais tecidos periféricos (LANCHA JUNIOR, 2002).

Os carboidratos são digeridos e a glicose é absorvida no intestino delgado e, através da veia porta-hepática, chega ao fígado (CLARK, 2002). O figado é o único orgão que consegue manter a homeostase da glicose. Quando a glicose circulante não é suficiente para o organismo, como quando em jejum prolongado, o figado produz glicose atraves da glicogenólise (degradação do glicogenio hepatico) como tambem via glicogenolise, por precursores perifericos como os aminoacidos, lactato e o glicerol (WOLINSKY & HICKSON, 2002).

A glicose, ao ser liberada na circulação sistêmica pelo figado, promove aumento da secreção de insulina pelo pancreas, estimulando a captação de glicose pelo tecidos sensiveis a insulina como os musculos e o tecidos adiposo. Nestes tecidos, em repouso, a glicose é transformada em glicogenio e/ou triacilgliceróis (LANCHA JUNIOR, 2002). Isto posto, a glicose pode ser captada pelos tecidos por mecanismos estimulados pela insulina como tambem insulino-independentes. Para a passagem da glicose pela membrana das celulas temos uma familia de transportadores proteicos denominadas transportadores de glicose ou GLUTs . Os transportadores sensíveis a insulina são os GLUT 4 e estão presentes principalmente nas celulas adiposas e musculares. Já nas celulas utilizam exclusivamente glicose para obtenção de energia, não há necessidade de estimulação insulínica, e encontramos em grande quantidade o GLUT 1, que é responsavel pela captação de glicose nas células (LANCHA JUNIOR, 2002).

CARACTERIZAÇÃO METABOLICA DAS PROVAS DE FUNDO

Durante a realização de um exercicio fisico, a fonte energetica predominante pode variar de acordo com a intensidade, duração e com o tipo de fibra muscular recrutada (BACURAU, 2000).

Por exercicios de resistencia podemos entender a capacidade de manter um determinado esforço pelo maior intervalo de tempo possivel. No caso das atividades de resistencia, as fibras musculares que são predominantes recrutadas são as oxidativas de contração lenta (tipo I) (BACURAU, 2000).

A demanda de ATP imposta ao organismo durante a realização do exercicio de resistencia é suprida por reações intramitocondrias, onde a presença de oxigenio é indispensavel para a metabolização dos substratos energéticos, representados principalmente pelos lipidios e carboidratos (PASCHOAL, NAVES & SOUZA, 2002).

Uma das adaptações mais importantes em resposta ao treinamento de resistencia consiste na alteração da capacidade de utilização dos diferentes substratos energéticos durante o exercicio (BACURAU, 2000). No treinamento de resistencia, especificamente, há uma otimização da capacidade de utilização de lipídeos pelo musculo. Neste caso, as profundas adaptações que ocorrem em diversos mecanismos fisiologicos, como nos sistemas cardiovascular, endócrino e muscular, têm como objetivo aperfeiçoar a produção de energia por meio de processos oxidativos (BACURAU, 2000).

Assim, atraves de adaptações cardiovasculares, promove-se o aumento do aporte de oxigenio e substratos energeticos para os musculos ativos. Esta capacidade de suprir a demanda de oxigenio é determinada pelo maior fluxo sanguineo, pela quantidade de oxigenio que o sangue pode transportar por litro e pela capacidade de tecidos em captar o oxigenio e substratos, por meio de recrutamento dos capilares, ou seja, pelo aumento do fluxo de perfusão (CHARA, SILVA, JORGE & BRASUL, 2002).

As adaptações neuroendrocrinas têm grande importancia na regulação da utilização dos substratos no treinamento de resistencia, pois resultam na alteração das concentrações plasmaticas de diversos hormonios como o glucagon, insulina, adrenalina e noradrenalina (DÂMASO, 2001). Como exemplo dessas adaptações tem o aumento da lipólise (degradação lipídios) no tecido adiposo provocado pela estimulação adrenérgica, assim como a queda na concentração plasmatica de insulina, hormônio inibidor da lipólise, levando a um aumento na disponibilidade de ácidos graxos no plasma (CHARA, SILVA, JORGE& BRASUL, 2002).

O treinamento também induz adaptações morfológicas e bioquímicas nos músculos treinados que resultam na capacidade aumentada de se utilizar ácidos graxos (PASCHOAL, NAVES & SOUZA, 2002).

Estas adaptações incluem:

> Aumento no número, tamanho e forma das mitocôndrias;

> Maior capacidade oxidativa das mitocôndria;

> Maior atividade das enzimas envolvidas nos processos oxidativo;

> Maior deposição de triacilgliceróis no músculo esquelético;

> Aumento da sensibilidade da lípase hormonio sensível do tipo L, presente no tecido adiposo intramuscular, ao efeito da adrenallina.

O impacto destas adaptações na otimização da utilização de lipídios no metabolismo de carboidratos é de fundamental importância para a manutenção do esforço por período prolongado. Foi provado que a redução do conteúdo de glicogênio muscular durante o exercício está relacionada com a instalação da fadiga periférica. Ao se utilizar maior quantidade de lipídios, os estoques endógenos de carboidratos serão poupados (ciclos glicose-ácidos graxos) aumentando tanto o tempo de exaustão durante o exercício (BACURAU, 2000).

Sabe-se hoje que a possibilidade de sustentar exercícios prolongados de intensidade entre 65% - 85% do VO2máx relacionam-se à concentração de glicogênio muscular antes do exercício. Nesse tipo de atividade, a depleção do conteúdo de glicogênio muscular e hepático resulta em fadiga (BACURAU, 200).

Para retardar a ocorrência desse quadro, a estratégica mais utilizada consiste em ingerir carboidratos antes e durante o exercicio. Consumi-los logo após o término da atividade também é importante, pois se devem repor com rapidez as reservas de glicogênio antes de posteriores esforços. Ressalte-se que fornecer mais carboidratos significa aumentar o rendimento nos exercícios (BONCI, 1993).

O modo exato como a depleção das reservas de carboidratos leva à instalação da fadiga não é bem conhecido. Porém, desde o inicio deste século acredita-se em duas possibilidades principais: ocorrência de hipoglicemia e/ou comprimento do processo de contração muscular por causa do fornecimento inadequado de energia, denominado fadiga periférica (MCARDLE, KATCH & KATCH, 1998). Fica claro, porém, que a maior oferta de carboidrato durante o exercicio prolongado intenso melhora o rendimento.

Segundo BONCI (2003), o sucesso em corridas de longa distancia é resultado de uma combinação de treinamento, recuperação, alimentação e estratégicas de hidratação adequada. Um corredor de fundo não só treina durante horas como também faz mais de uma sessão de treinamento por dia. A escolha alimentar adequada bem como uma boa hidratação irá potencializar a força, a velocidade e a resistência durante os treinamentos.

Interessante é o fato de que homens e mulheres fundista, não utilizam os estoques de energia da mesma forma. Fundistas mulheres possuem uma taxa de metabolismo de repouso menor como também em qualquer intensidade de exercício realizada e consequentemente utilizam uma proporção maior de lipídios como substrato energético, que pode ajudar a prevenir a depleção do glicogênio (BONCI, 1993). As mulheres também parecem utilizar menor quantidade de aminoácidos e glicogênio durante o exercício quando comparadas com os homens. Assim um maior aporte de glicogênio por meio do aumento do consumo de carboidratos pode não ser efetivo para as mulheres (BONCI, 1993).



PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES NUTRICIONAIS PARA CORREDORES DE LONGA DISTÂNCIA

Como as corridas de longa distância são atividades de fundo, o fornecimento de energia ocorre por meio do metabolismo aeróbio. Desta forma, os substratos energéticos utilizados são uma combinação de lipídios e carboidratos (BACURAU, 2000).

Segundo PASCHOAL, NAVES & SOUZA (2002) as necessidades energéticas são únicas a cada atleta e deve ir ao encontro aos seus objetivos nutricionais. Essas necessidades energéticas devem ser preditas avaliando-se o gasto energético das atividades realizadas e a taxa de metabolismo basal. Métodos como a calorimetria indireta e a água duplamente marcada são exemplos de como o gasto energético pode ser avaliado, além de permitir a determinação de irregularidades nesse balanço energético.

A maioria dos estudos com atletas demonstra que a ingestão calórica é subestimada e que o objetivo de todo atleta é alcançar níveis de composição corporal abaixo dos padrões de saúde. Além disso, a restrição dietética causa danos significativos às funções corporais, visto que muitas vezes o rendimento é afetado por falta de uma alimentação balanceada, já que os alimentos são substituídos por suplementos nutricionais, indicados muitas vezes por técnicos e vendedores das lojas especificas (PASCHOAL, NAVES & SOUZA, 2002).

O treinamento é o melhor momento para um fundista iniciar as mudanças da dieta, pois precisa estar seguro em consumir as calorias adequadas para o treinamento. Além disso, deve utilizar o treinamento para se acostumar às estratégicas de ingestão alimentar e de fluidos para suprir eficientemente a demanda energética, a hidratação e a termorregulação. O atleta que não consome calorias suficientes pode apresentar fadiga precoce durante o treino, perda de massas muscular, aumento do risco de lesões e infecções, como também disfunção menstrual no caso das mulheres (BONCI, 1993).

Conforme o treinamento aumenta e as condições melhoram há algumas adaptações fisiológicas que ocorrem e também podem afetar a disponibilidade de energia (BACURAU, 2000).

Alguns fenômenos são:

. Melhor capacidade de fornecimento de glicose, ácidos graxos e oxigênio para as células;

. Aumento da capacidade do metabolismo aeróbio;

. Conservação dos estoques de glicogênio resultado em retardo da fadiga;

. Termorregulação mais eficiente;

. Maior capacidade aeróbia e aumento do limiar anaeróbio.

Os fundistas precisam entender que as necessidades de nutrientes são maiores durante o treinamento do que durante a competição. Os objetivos nutricionais para o treinamento devem ser realizados da seguinte maneira: maximizar os estoques de energia e balanço hídricos antes de cada sessão de treinamento; Reabastecer os estoques e reidratar adequadamente após o exercício para acelerar a recuperação (BONC, 1993).

BONCI (2003) enumera alguns procedimentos que considera de fundamental importância para atletas envolvidos em atividade de longa distância:

Realizar registro alimentar durante alguns dias para determinar o volume, momento de consumo para correr ou praticar outro exercício, como você como ou não.
. Fazer alterações de hábitos alimentares gradualmente, na mesma proporção que há um aumento na distância percorrida.
Quanto maior o número de milhas percorrida, maiores serão as necessidades calóricas (aproximadamente 100 calorias a mais por milha percorrida). Essa necessidade deve ser monitorada pelos níveis energéticos, fome e recuperação.
Se irá se alimentar para competir ou pelo menos terminar a prova (comer a cada 3 ou 4 horas), sendo o café da manhã a refeição mais importante.
Pelo menos 2/3 de cada refeição deve ser composto por alimentos ricos em carboidratos (arroz, massas, pães, cereais, frutas/vegetais) e 1/3 dos alimentos deve ser rico em proteínas (carne, aves, peixes, produtos lácteos, ovos, grãos, sementes e nozes) e lipídios (oleaginosas, óleos, maionese e molhos para saladas).
Comer antes, durante e depois dos exercícios, pois o corpo precisa ser abastecidos a todo o momento.
Segundo BONCI (1993), as recomendações nutricionais para corredores de fundo incluem:

Fornecimento adequado de energia para o treinamento muscular na forma de carboidratos e lipídios;
Consumo adequado de proteína para o crescimento e reparo muscular e manutenção do sistema imunológico saudável;
Hidratação adequada para manutenção do volume plasmático;
Ingestão adequada de micronutrientes.
CARBOIDRATOS E EXERCICIOS DE RESISTENCIA

Desde1920, aMedicina tem mostrado que quanto mais você se exercita, não importa em qual esporte, maior será a necessidade energética exigido pelo seu organismo (CARLSON, 2000), que deverá ser através da boa alimentação (BACURAU, 2000).

Segundo WOLINSKY & HICKSON (2002) o carboidrato passa a ser um dos componentes mais importantes na alimentação do seres humanos, por apresentar uma fonte de energia importante para o metabolismo ? a glicose. A glicose fornece energia necessária para o desenvolvimento e manutenção de todas as funções celulares, preserva as proteínas, ativa o metabolismo de carboidrato e gordura, principalmente durante uma atividade física prolongada (FERREIRA, BARAGGION & MASSUDO, 2004). Além disto, é o único substrato energético para o sistema nervoso central, devendo os carboidratos compor aproximadamente 50% a 60% do valor energético total ingerido diariamente (WILMORE & COSTILL, 2000).

Quando estamos nos exercitando às células musculares utilizam como combustível o glicogênio das reservas energéticas, através da energia liberada pela quebra da glicose (CARLSON, 2000). Num dado momento, quando essas reservas começam a ser esgotar e o atleta se sente fisicamente esgotado pela falta de substrato energético, a reposição do glicogênio é vital para reativar e manter o rendimento (WILMORE & COSTILL, 2000).

Ao consumir o amido, que é transformado em glicose, este é utilizado para produção de energia ou estocado como glicogênio muscular e/ou hepático que acaba sendo utilizado nas atividades diárias (RODRIGUES, 2005). O glicogênio hepático e muscular representa as maiores reservas de substratos energéticos (DORNAS, 2005).

A maior concentração de glicogênio encontra-se armazenada no músculo e compreende cerca de 300g a 400g, visto que a musculatura esquelética representa o maior componente da composição corporal (WOLINSKY & HICKSON, 2002).

ESTRATÉGICAS DE UTILIZAÇÃO DE CARBOIDRATOS EM PROVAS DE FUNDO.

Como o carboidrato é a primeira fonte de energia para corredores de longa distância, o atleta deve comer quantidades adequadas de carboidratos por dia. O corredor que consome quantidades apropriadas de carboidratos será capaz de manter a glicose sanguínea, utilizar menos proteína e manter um alto percentual de esforço máximo. Por outro lado, o corredor que consome quantidades inadequadas de carboidratos apresentará menores níveis de glicose plasmática, aumento da utilização da proteína que levará a maior perda protéica e terá um declínio do esforço máximo.

Ingestão de carboidratos Pré-exercício

Segundo WOLINSKY & HICKSON (2002) é importante o fornecimento de uma dieta com alto teor de carboidratos para se obter um aumento de glicogênio nos dias que antecedem as competições e treinamento exaustivo de resistência. A ingestão de carboidratos antes do exercício tem por objetivo aumentar o conteúdo de ambos o glicogênio muscular/hepático e o favorecer de glicose no sangue (BACURAU, 2000). O consumo elevado de carboidratos relaciona-se ao aumento da taxa oxidativa, durante os exercícios de resistência (DÂMASO, 2001).

Em atletas de elite, segundo WOLINSKY & HICKSON (2002) o consumo de carboidratos deve variar entre65 a75% da ingestão diária para se obter um bom desempenho.

Entretanto, a ingestão de carboidratos antes do treino ou competição é assunto muito polêmico no meio cientifico. Alguns autores descrevem que a ingestão de carboidrato no período de 15 minutos à 1 hora antes do exercício ou competição pode levar o atleta há ter hiperglicemia. No entanto, a elevação da glicose sanguínea e da insulina e suas flutuações durante o exercício pode não afetar adversamente o desempenho e, ao contrário, pode realmente melhorar o rendimento pela ingestão de carboidratos no pré-exercício. Este resultado pode ser devido a um atraso no declínio normal da glicose sanguinea, uma vez que a ingestão no pré-exercício tem sido sugerida auxiliar na manutenção das reservas de glicogênio hepático, mas não parece afetar a taxa de utilização da glicogênio pelo músculo (WOLINSKY & HICKSON, 2002).

MAUGHAM, GLEESON & GREENHAFF (2002) sugerem que30 a45 minutos antes do exercício ou competição, a ingestão ou consumo de carboidratos em pequenos volumes ou pequenas quantidades antes dos exercícios não apresenta efeito na elevação da insulina plasmática, não ativa hiperglicemia e nem melhora o desempenho físico.

Já BACURAU (2000) Sustenta que o consumo de uma refeição rica em carboidratos (140g ? 330g),3 a4 horas antes do exercício, aumenta os níveis de glicogênio muscular (presumivelmente também do fígado) e o rendimento em atividades entre30 a60 de duração. BONCI (2003) sugere entre100 a200 gramasde carboidratos para garantir os estoques de glicogênio 3-4 horas antes da competição.

Quanto aos motivos de se consumir carboidrato antes do treino ou competição, se o indivíduo passou por um período moderado de jejum *8-12 horas), o consumo de carboidratos durante o exercício será restrito ou impossível e se o treino/competição estende-se por vários dias e não há possibilidade de repor adequadamente as reservas de glicogênio (BONCI, 1993).

Segundo DÂMASO (2001), o ideal é consumir carboidratos minutos antes por meio de líquidos, os chamados isotônicos, compostos por frutose. A frutose, ingerida imediatamente antes do exercício, comparada com a glicose, acarreta pequena liberação de insulina, menor taxa de utilização do glicogênio muscular e aceleração da síntese hepática do glicogênio (MAUGHAM, GLEESON & GREENHAFF, 2000). Segundo estes autores, são imprescindíveis que seja testada esta estratégia nos treinos antes de utilizar nos eventos principais, pois alguns atletas podem ter desconforto gastrintestinal provocado pela frutose.

É recomendado priorizar a ingestão de carboidratos complexos, cujo índice glicêmico seja reduzido, como forma de minimizar os picos de hiperglicemia, seguidos por hipoglicemia temporária, comumente observados em situações de intolerância à glicose. Essa condição de intolerância é devida à diminuição da secreção de insulina e redução da resposta dos tecidos à sua ação (CHARA, SILVA, JORGE & BRASUL, 2002).

A ingestão desses carboidratos complexos é fundamental também para garantir o uso ótimo de substratos energéticos durante a prática da atividade física. Do mesmo modo, a ingestão de alimentos fonte de carboidratos complexos como os pães, arroz, macarrão, batatas e cereais e algumas hortaliças são importantes carregadores de vitaminas do complexo B, imprescindíveis para o adequado funcionamento do metabolismo energético, de certos minerais e de fibras alimentares (RODRIGUES, GUARITA, BONUMÁ, CRISPIM, BOMBEM & ZZACCARO, 2003). Os carboidratos simples como glicose e sacarose deverão representar somente 10% do total dos mesmos. O consumo excessivo pode ocasionar maior predisposição para o aparecimento de alterações digestivas e de aumento de peso corporal (OLIVEIRA, RAMIRES & LANCHA JUNIOR, 2004).

Outra estratégica de ingestão de carboidratos antes do evento ou competição é a supercompensação de carboidratos que será discutida mais adiante.

Ingestão de Carboidratos durante Exercícios

A suplementação de carboidratos durante exercicio prolongado e árduo melhora o rendimento. A maioria dos atletas de elite usufrui de carboidratos líquidos durante a prova não sabendo quais são os reais benéficos desta prática.

Segundo MAUGHAM, GLEESON & GREENHAFF (2000) a utilização de isotônicos durante a prova servem para aumentar a capacidade de resistência nos exercícios, por preservar os estoques de glicogênio muscular e aumentar a oxidação da glicose como substrato energético. Esta ingestão visa a manutenção dos níveis sanguíneos de glicose e, desta forma, o metabolismo energético, deixando ainda em claro este beneficio nos minutos finais da corrida prolongada (BACURAU, 2000).

VALÉRIO & MÔNICA(2004) Sustentam que a alimentação com carboidratos durante exercício prolongado com intensidade entre70 a80% VO2máx., pode retardar a fadiga em atletas por aumentar a utilização de glicose sanguínea, diminuindo a depleção do glicogênio muscular. Quanto aos exercícios de baixa intensidade, intensidade menor de 67% VO2máx., a ingestão de glicose não melhora a resistência, mas permite estender a atividade física por mais o tempo.

Quanto à fadiga muscular, WOLINSKY & HICKSON (2002) relatam que há um retardamento, e não sua eliminação com a ingestão de carboidrato, o que tambem melhora o desempenho da resistência, favorecendo a manutenção da glicemia.

Prevenir a hipoglicemia durante o exercício com administração de glicose pode ter efeito protetor contra fadiga, contudo os beneficios são mensuráveis somente em exercícios oxidativo, porque nestes estimulos a glicose sanguinea é a maior fonte de energia, resultando em menor utilização de glicogênio e possibilitando a manutenção do exercício por mais tempo (VALÉRIO & MÔNICA, 2004).

Durante o treino, deve-se administrar solução de carboidratos de 6% (16g de carboidrato, diluído em 260ml de água) ou 8% (16g de carboidrato em 200ml de água) (DÁMASO, 2001). Essa administração irá depender do tempo de descanso que o atleta possui.

Os estudos sugerem que a oxidação máxima do CHO é opor volta de1 a1,5g/min, que é a capacidade máxima de absorção do intestino. Dessa maneira, a ingestão de CHO entre 60 e 70 g/hora garantirá uma ótima liberação e oxidação do CHO exógeno (JEUKENDRUP & JESNTJENS, 2000). Além de seus efeitos nos estoques de glicogênio e manutenção da glicemia, a suplementação de carboidrato tem demonstrado atenuar as respostas do cortisol e do hormônio do crescimento ao exercício, diminuir a fagocitose de monócitos e granulócitos, a atividade oxidativa e a resposta das citocinas pró e antinflamatórias (NIEMAN, 1999). O stress fisiológico causado pelo exercício ao sistema imunológico é reduzido com a ingestão de bebidas á base de carboidratos antes, durante e após a atividade de longa duração e alta intensidade (NIEMAN, 1999).

Outro fator a ser considerado nesta estratégica de oferta de substratos é o esvaziamento gástrico e a absorção intestinal. Segundo WOLINSKY & HICKSON (2002), o esvaziamento gástrico é o controlador de taxa de fluidos que são liberados para o intestino delgado, sendo influenciado pela concentração de glicose,a densidade calórica e o conteúdo eletrolítico de soluções ingeridas. Soluções diluídas de glicose (5% ou menos) São esvaziadas do estômago mais rapidamente que soluções concentradas. Entretanto, se uma hidratação ótima for o objetivo primário devem ser ingeridas soluções diluídas de glicose e eletrólitos. Ao contrário, ocorre uma absorção líquida maior de glicose com o aumento das concentrações de glicose nas bebidas esportivas (WOLINSKY & HICKSON, 2002).

O sódio também é um eletrólito importante na composição das bebidas à base de glicose devido a sua função estimulando rápida absorção de carboidratos e água no intestino delgado. Segundo WOLINSKY & HICKSON (2002), a osmolalidade parece atrasar a taxa de esvaziamento gástrico de glicose, entretanto polímeros de glicose como maltodextrina, teoricamente, devem sofrer esvaziamento mais rápido que as soluções de glicose, devido à sua baixa osmolalidade.

Tem sido sugerido também que a palatabilidade seja uma vantagem significativa das soluções à base de polímeros de glicose, porque não possuem um sabor tão adocicado como as soluções com a mesma concentração de glicose (WOLINSKY & HICKSON, 2002). Outro fator descrito também se relaciona a intensidade do exercício, onde exercícios acima de 70% VO2máx promovem menor esvaziamento gástrico, pois nesta situação ocorre inibição simpática do fluxo sanguíneo (WOLINSKY & HICKSON, 2002).

Ingestão de Carboidratos Pós-exercicio

A ingestão de carboidratos pós-exercicio é tão importante por apresentar um aproveitamento melhor sobre o armazenamento de glicogênio, tanto no fígado como no músculo.

Após o treino/competição, o carboidrato deve ser reposto rapidamente para que possa restabelecer os estoques de glicogênio muscular. Deve ser considerado que após 2 horas de exercícios, a glicogênio sintetase esteja em quantidades aumentadas, diminuindo com o passar do tempo (OLIVEIRA, RAMIRES & LANCHA JUNIOR, 2004).

Segundo WOLINSKY & HICKSON (2002) a taxa de ressíntese de glicogênio é mais rápida nas duas primeiras horas pós-atividade, sendo recomendado um consumo de0,7 a1,5g de glicose/kg peso corpóreo a cada 120minutos durante as 6 horas iniciais, sendo ingerido de525 a648g de alimentos com alto teor de carboidratos, como bebida à base de carboidratos, sucos de frutas ou frutas mesmas.

FONTES & MONTEIRO (1997) sustentam que após o exercício vigoroso, a restauração do glicogênio muscular é muito lenta, a menos que um suplemento de carboidratos seja fornecido. Isto posto, quando uma quantidade adequada de carboidratos é consumida imediatamente após o exercício e cada duas horas após, a taxa de estocagem de glicogênio é rapidamente aumentada e mantida até seis horas após o exercício.

Segundo RODRIGUES, GUARITA, BONUMÁ, CRISPIM, BOMBEM & ZACCARO (2003) as recomendações de ingestão de carboidratos para os exercícios físicos predominantemente aeróbios devem representar o maior valor calórico total da dieta e 5 à 8g carboidrato/kg peso corporal/ dia para otimizar a recuperação muscular.

Um outro nutriente que deve ser ingerir com o carboidrato após os exercícios é a proteína (FONTES & MONTEIRO, 1997). Segundo estes autores, estudos recentes demonstraram que a administração de um complexo proteína-carboidrato a atletas logo após o exercício prolongado de resistência foi mais eficaz em promover a ressíntese do glicogênio muscular do que a administração de proteína ou carboidrato separadamente. Esses resultados, segundo os referidos autores, poderiam ser explicados pela estimulação da liberação da insulina, um potente ativador da síntese de glicogênio. Apesar de a glicose ser o principal regulador da secreção de insulina pancreática, a proteína também estimula sua liberação. Porém, se houver a ingestão somente de proteína, segundo WOLINSKY & HICKSON (2002), ocorrerá uma estimulação de secreção de glucagon, que é um hormônio que pode não favorecer a glicogênese durante a recuperação do exercício.

Supercompensação de Carboidratos

Segundo BACURAU (2000), a dieta de supercompensação foi desenvolvida para aumentar os níveis de glicogênio muscular antes do exercício, o que pode ser benéfico para indivíduos que realizam atividades com mais de 90-120 minutos em virtude da maior depleção do glicogênio muscular. Em períodos menores, elas não são necessárias, pois seus efeitos aparecem após 60 minutos de exercícios.

Esta manobra consiste em combinar o aumento gradativo do consumo de carboidratos com a diminuição (também gradativa) da intensidade/volume de treinamento. A primeira versão dessa dieta, chamada clássica, não é atualmente a mais usada, pois, em virtude de suas características, impunha alto grau de estresse sobre os indivíduos, além de aumentar o risco de lesões.

Posteriormente, desenvolveu-se uma dieta de supercompesação que ficou conhecida como modificada. Nesta, o objetivo é a redução gradativa da quantidade de exercício, ao mesmo tempo em que se aumenta a ingestão de CHO, também de modo gradual ( de 350g para 550g/dia ou, de outra forma, de aproximadamente 50% para 70% do total calórico). A manobra tem uma duração total de seis dias (BACURAU, 2000).

Assim, de seis, cinco e quatro dias antes da competição, o individuo deve treinar de 90, 40, 40 minutos respectivamente em intensidade moderada-intensa e consumir uma dieta moderada em carboidratos (350g/dia). Isso reduz o conteúdo de glicogênio muscular, deixando o músculo pronto para supercompensar, com a vantagem adicional de não deixar o individuo doente, o que acontece quando o consumo de carboidrato é suspenso na fase de depleção, como ocorre na dieta clássica (BACURAU, 2000).

Durante os outros três dias, o treino deve ser diminuído (20, 20 e 0 minuto, dia de exercícios cuja intensidade varie de baixa a moderada) e a ingestão de carboidrato aumentada (500g/dia ? 600g/dia ou como já mencionados, aproximadamente 70% do total diário de calorias) (BACURAU, 2000).

Essa nova versão da dieta de supercompensação além de evitar os inconvenientes da antiga, é tão efetiva quanto, aumentando os estoques de glicogênio em 20%-40% acima do normal (FONTES & MONTEIRO, 1997).

Devemos também estar atentos a certos fatos quando utilizamos desta estratégica, pois resulta em ganho de peso (cada grama de glicogênio é armazenada com aproximadamente 3g de água). O aumento do conteúdo de glicogênio muscular de 15g/kg para 40g/kg de músculo (considerando um total de20 kgde músculo) resulta em um ganho de peso total de1,8 kg(0,5kg de glicogênio e 1,3kg de água) (OLIVEIRA, RAMIREZ & LANCHA JUNIOR, 2004). Esse aumento pode induzir alguns indivíduos à sensação de inchaço/excesso de peso e contribuir para a ocorrência de cãibras e/ou fadiga precoce. Portanto, individuo deve testar a dieta antes de uma competição importante (BACURAU, 2000).



MATERIAL E MÉTODOS

Segundo THOMAS & NELSON (2002) a pesquisa qualitativa será utilizada por tentar compreender de forma detalhada os significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, ao invés de mensurar de forma quantitativa as características e os comportamentos dos mesmos.

População e Amostra

A amostra desse estudo foi constituída por 89 corredores de elite de provas, sendo 59 homens e 30 mulheres, participantes da prova Internacional São Silvestre, realizada em 31 de Dezembro de 2005.

Instrumentação

O questionário com perguntas abertas e fechadas (em anexo).

Coleta de dados

Nos dias que antecederam ao evento da São Silvestre, hotel a onde a elite se concentrou, os sujeitos foram abordados, onde foi apresentada a pesquisa e avaliado o interesse dos mesmos em participar. Aqueles que aceitaram, assinaram o termo de consentimento (em anexo) e responderam ao questionário.

Limitações do Método

A limitação do método está relacionada ao uso do instrumento questionário que depende diretamente do pesquisado no que se refere à veracidade das respostas. Segundo THOMAS & NELSON (2002), essa dependência pode interferir na representatividade dos resultados, pois nem sempre é possível ter certeza de que a informação proporcionada pelos entrevistados corresponde à realidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos número total de questionários entregues (100) aos atletas profissionais em atletismo nas provas de fundo que inicialmente aceitaram participar dessa pesquisa, apenas oitenta e nove retornaram, sendo estes utilizados para análise dos resultados. Desta forma, nossa amostra foi construída por cinqüenta e nove atletas masculino e trinta atletas femininos.

Com relação à procura por profissional qualificado pelos atletas quanto aos aspectos nutricionais, verificamos que 53% das mulheres já se consultaram com nutricionista enquanto que 47% nunca tiveram este tipo de atendimento. Em contrapartida, um número maior de homens 62% já se consultou com nutricionista contra apenas 37% que nunca tiveram este atendimento.

Vimos então que, em ambos os grupos, a maioria já teve orientações nutricionais possivelmente por terem integrado em algum momento seleção brasileira de atletismo, ou em alguns casos, alguma equipe e expressão nacional. Estes atletas, também chamados de "tops" por aparecerem na mídia, geralmente usufruem de uma equipe multidisciplinar (médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e técnicos de atletismo) ao contrário daqueles que estão num estágio intermediário ou ainda são novatos na modalidade. Infelizmente trata-se de uma situação muito injusta visto que muitos atletas considerados novatos ou intermediários têm potencial igual ou até mesmo superior aos chamados atletas tops, e que, por falta do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, acabam não tendo rendimento igual ou superiores. Esta falta de acompanhamento se traduz em resultados estáveis, onde estes atletas não conseguem progredir.

Isto posto, este atletas, por não ter acompanhamento nutricional acabam obtendo informações nutricionais e de suplementação por profissionais, ou não, de outras áreas, podendo em alguns casos atrapalhar seu rendimento, visto que as informações muitas vez estão calçadas em experiências vividas por outras pessoas e que nem sempre dão certo.

Quanto à ingestão/presença de carboidratos na alimentação, apesar de não ser significativo, um indivíduo (homem) apenas relatou não ingerir carboidratos na alimentação enquanto que todas as mulheres entrevistas afirmaram consumir carboidratos diariamente.

Este fato evidencia que tanto o homem como a mulher, utilizam o carboidrato como fonte principal na sua alimentação, reconhecendo a importancia da ingestão de carboidrato, tanto para a competição como para o treinamento. Os carboidratos fornecem energia necessária para o desenvolvimento e manutenção de todas as funções celulares, preserva as proteinas, ativa o metabolismo de carboidrato e gordura, principalmente durante uma atividade fisica prolongada, (FERREIRA, BARAGGION & MATSUDO, 2004).

Os atletas foram submetidos a uma lista de 20 alimentos com o objetivo de identificar quais seria fonte principal do nutriente carboidrato. As mulheres destacaram pão (97%), macarrão e arroz (93%), batata (77%), bolacha (63%), milho (40%) e banana (33%), mostrando que neste grupo de atletas há um grande conhecimento dos alimentos fonte principais de carboidratos. Entretanto, 20% das atletas destacaram o queijo, alimento rico em proteinas e aminoácidos também como fonte de carboidratos. Já os atletas masculinos citam o macarrão (95%), pão e batata (88%), arroz (73%), bolacha (58%), milho (47%) e beterraba (25%) como os principais alimentos ricos em carboidratos. Porém, outros alimentos ricos em proteínas e aminoácidos apareceram na lista dos compostos principalmente por carboidratos como queijo (32%), feijão (20%), filé de frango (20%), rico de carboidratos.

Sobre esta questão, tanto homem como a mulher sabe utilizar o carboidrato, como reconhece também as principais fontes e tipos de carboidratos a serem mais usados. No entanto, o aparecimento de outros alimentos, ricos em proteinas e aminoácidos, se dá principalmente pelo mito muito difundido entre os atletas de que "fundista devem comer tudo que ver pela frente, pois vão gastar mesmo". Isto pode levar ao consumo, inocentemente, de outros nutrientes que não seriam vantajosos ao seu rendimento, além de não ajudarem no processo de diferenciação dos alimentos fonte de carboidratos daquela fonte de proteínas e aminoácidos.

Ao investigarmos qual o tipo de carboidrato mais utilizado pelos atletas antes dos treinos, tanto homens como as mulheres apontaram o pão como o principal alimento (52% e 63%, respectivamente). O interessante nesta questão foi o fato de que, enquanto as mulheres incluiram outros alimentos fonte de carboidratos pré-treino (frutas 57% e cereias 43%), os homens, além de incluiram macarrão (24%), banana (20%), bolacha (12%) e batata (10%) ricos em carboidratos, listaram também o leite (22%) que é considerado fonte principal de proteínas.

Estes dados demonstram que ambos os grupos destacaram o pão como fonte de carboidrato mais consumido antes do treino ou competição, como tambem o seu consumo em grande quantidade, visto que irá utiliza-lo durante o exercicio. Segundo WOLINSK & HICKSON (2002) é importante uma dieta com alto teor de carboidratos para se obter um aumento de glicogênio nos dias que antecedem as competições e treinamento exaustivo de resistência. Estes autores citam ainda que a quantidade de carboidratos na dieta do atleta de elite deve variar entre65 a75% de carboidratos para obter um bom desempenho.

O aparecimento do alimento leite, representante das proteínas, deixa bem claro que alguns atletas não possuem conhecimentos suficientes de diferenciar alimentos ricos em carboidratos dos ricos em proteinas. Porem, uma justificativa para tal fato pode ser devido aos principais treinos e competição serem desenvolvidos no periodo da manhã e como é hábito do brasileiro consumir leite, café e pão pela manhã, podem ter relacionado sua ingestão antes do treino. Entretanto, deve-se deixar bem claro que a utilização do leite na refeição proxima ao treino ou competição promove uma diminuição do metabolismo, podendo gerar dores estomacais, cólicas e diarréias.

Com relação ao tipo de alimento ingerido durante os treinos e competições, tanto homens como mulheres confirmaram água apenas como principal alimento (30% e 73% respectivamente). Além disto, ambos confirmaram a utilização de maltodextrina (47% das mulheres e 24% dos homens), enquanto que os homens ainda apontaram para o consumo de batata (20%) como estratégia ao longo dos treinos e competições e outros 5% da amostra não responderam.

Esta resposta de maior consumo de água se dá pelo hábito de não utilizar suplementos por ser um treino leve e/ou de baixo rendimento. WOLINSKY & HICKSON (2002) destacam a importancia do uso do suplemento em repor o fluido perdido durante a atividade física. Como a sensação de sede é menos perceptível durante a atividade física, é importante beber água antes de ficarem sedentos. A reposição de liquidos é especialmente importante em dias quentes e em esportes muito intensos. Água pura é provavelmente a melhor bebida para reposição em eventos de duração inferior à uma hora.

MAUGHAM, GLEESON & GREENHAFF (2000) ressaltam que a utilização de isotônicos durante a prova serve para aumentar a capacidade de resistência nos exercicios, devido a seu efeito preservando os estoques de glicogênio muscular e hepática. A ingestão de carboidratos visa manter os níveis sanguineos de glicose e o metabolismo energético principalmente nos minutos finais da corrida prolongada (BACURAU, 2000).

Quanto à estratégia pós-treino, as mulheres preferem a ingestão de frutas (57%) apenas. Já os homens utilizam de frutas (27%), banana (24%), arroz (19%), maltodextrina (19%) ou apenas água (19%).

A ingestão de carboidratos pós-exercicios é de fundamental importancia pois promove maior armazenamento de glicogenio, tanto no figado como no músculo. Quando uma quantidade adequada de carboidratos é consumida imediatamente após o exercicio e cada duas horas após o estimulo, a taxa de estocagem de glicogênio é rapidamente aumentada e mantida até seis horas após o exercicio MAUGHAM, GLEESON & GREENHAFF (2000). Esta taxa de ressíntese de glicogenio é mas rápida nas duas primeiras horas, sendo recomendado um consumo de0,7 a1,5g de glicose/kg peso corporeo a cada 120 minutos durante as 6 horas iniciais, sendo ingerindo de525 a648g de alimentos com alto teor de carbooidratos (FONTES & MONTEIRO,1997).

WOLINSKY & HICKSON (2002) sugerem tambem a ingestão de proteinas após o exercicio além da ingestão de carboidratos. Segundo FONTES & MONTEIRO (1997) em estudo recente foi demonstrado que a suplementação de um complexo de proteinas com carboidratos a atletas logo após o exercicio prolongado de resistencia foi mais eficaz em promover a ressintese do glicogenio muscular do que a administração de proteinas ou carboidrato separadamente. Esses resultados, segundo os referidos autores, poderiam ser explicados pela estimulação da liberação da insulina, um potente ativador da síntese de glicogenio. Apesar de a gllicose ser o principal regulador da secreção de insulina pancreática, a proteina também estimula sua liberação. Porem se houvera ingestão de proteina somente, haverá estímulo para a secreção de glucagon, que é um hormonio que pode não favorecer a glicogênese durante a recuperação do exercicio (WOLINSKY & HCKSON, 2002).

A quantidade a ser ingerida tambem requer atenção, pois qualquer excesso de carboidratos, acima do necessário, pode acarretar ao atleta fadiga precoce, ganho de massa excessiva, corpo pesado e lento (OLIVEIRA, RAMIRES & LANCHA JUNIOR, 2004).

Além dos aspectos relacionados à ingestão de alimentos fonte de nutrientes carboidratos, investigamos tambem o perfil destes atletas quanto ao consumo de suplementos nutricionais.

No grupo das mulheres, 40% responderam já ter utilizado suplementos nutricionais contra 60% que disseram nunca consumirem tais substancias. O panorama de respostas no grupo masculino é um pouco diferente, pois cerca de 61% disseram ter consumido e 38% nunca utilizaram. Destes que afirmaram ter utilizado suplementos nutricionais pelo menos uma vez, apontaram a maltodextrina como o de maior consumo.

Outro aspecto importante pesquisado foi com relaçao ao grau de conhecimento sobre suplementos nutricionais compostos por carboidratos e qual à fonte de informações usadas por estes atletas para o consumo de tais suplemento.

A maioria dos atletas (83% das mulheres e 92% dos homens) respondeu conhecer os suplemento nutricionais compostos por carboidratos.

Quanto às fontes de informações, tanto homens quanto mulheres foram unanimes em ressatar o papel do treinador em primeiro lugar (50%), seguido de nutricionistas (35%) e TV/jornais (35%).

A diferença percentual entre os grupos se deve ao fato das mulheres optarem por alimentos na integra enquanto que os homens consumirem, principalmente, maltodextrina que é muito conhecida no mundo das corridas, fácil de diluir e custo mais barato em comparação aos outros suplemento. Esses conhecimentos sobre os suplemento vêm dos treinadores, conforme constatação de nossos resultados. Vale a pena ressaltar que a maioria dos técnicos de atletismo no Brasil não possui formação acadêmica, levando assim em conta as suas experiências como atleta, passando assim de geração a geração as mesmas informações.

As necessidades energéticas em alto rendimento são únicas para cada atleta e deve ir ao encontro de seus objetivos principalmente porque a falta de uma alimentação balanceada pode afetar o desempenho (PASCHOAL, NAVES & SOUZA, 2002). Para que o atleta tenha um maior aproveitamento em treinos e competições, além da elaboração de planilha de treinamento elaborada pelo tecnico, deve-se ter acompanhamento de um nutricionista tambem, porque só um nutricionista lhe indicara os suplemento e/ou alimentos adequados.

De uma lista de nove produtos considerados suplemento nutricionais, investigamos o grau de conhecimento sobre aqueles compostos por carboidratos. As mulheres apontaram a maltodextrina (74%), gatorade(57%), barra de cereal (50%) e CarboGel (47%) como pertencentes a este grupo de suplemento. Já os homens apontaram a maltodextrina (66%), barra de cereal (63%), CarbGel e Carbup (61%), PowerGel (37%) além de barra de proteína (22%) e (BCAA) (17%) compostos basicamente por proteinas e aminoácidos.

Com relação aos suplementos compostos por carboidratos, a maioria dos sujeitos selecionou os produtos corretos, porem grande número de homens indicou tambem suplementos fontes de proteinas e aminoácidos talvez pela falta de informação especializada.

Com o intuito de checar o conhecimento em relação ao consumo de alimentos e/ou carboidratos em treinos longos (30km, por exemplo) foram listados sete produtos/alimentos. As mulheres apontaram água (87%) e água c/gel (80%) como as melhores estratégicas nestas condições. Já os homens indicaram água com gel (79%), água (76%), barra de cereais (25%) e frutas (24%).

Sabe-se que o minimo em um treino de30 kmé a oferta de água, mas por ser tratar de atletas de elites que treinam todos os dias em alta intensidade, deveriam priorizar no minimo a ingestão de água com gel (de carboidratos). Alguns atletas indicam que o menor interesse em ingerir alimentos com carboidratos reside no fato de que em algumas situações podem-se apresentar diarréias e dores estomacais, atrapalhando assim a continuidade do treinamento. Vale a pena ressaltar ainda que esta deficiencia na ingestão de carboidratos durante o evento é compensada elevando-se a ingestão de carboidrato antes dos exercicios. Maior porcentagem de respostas para ingestão de água com gel (de carboidratos) no grupo dos homens sugere maior utilização e informação dos benefícios desta estratégia em provas longos, como 30km, neste grupo. Além desta manobra, barra de cereal e frutas tambem foram selecionadas, sendo tambem fonte de carboidratos para o organismo.



CONCLUSÃO

. Atletas de fundo reconhecem quais alimentos é fonte de carboidratos;

. As informações nutricionais são geradas por técnicos em sua maior parte;

. Atletas de fundo priorizam a ingestão de carboidratos em sua alimentação;

. Devido ao pouca atuação de nutricionistas junto a esses atletas, alguns ainda confundem alguns alimentos ricos em proteinas como fonecedores decarboidratos;

. A maioria das mulheres não consome suplementos, tentando suprir sua demanda energetica com os alimentos;

.A maltodextrina é mais consumida entre os atletas masculinos.









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