Nitrogênio: um paradoxo

Este pequeno texto pretende expor um paradoxo que envolve o nutriente nitrogênio.

A atmosfera possui 78% do seu volume ocupado por nitrogênio molecular, ou seja, N2. Em outras palavras, do ar que nos circunda, 78% dele é composto por nitrogênio.

Pelo exposto, embora estejamos imersos em uma atmosfera riquíssima em nitrogênio (N), este elemento químico é extremamente escasso na maioria dos ecossistemas. Isso decorre do fato que o N molecular não é uma forma química de N disponível para os organismos vivos.

Esse paradoxo acima referido faz com que muitos organismos se especializem na transformação do N molecular em formas disponíveis de N. Assim, o N pode ser usado, por exemplo, na síntese de proteínas. É o caso dos organismos diazotróficos (para uma conceituação destes, por favor, acessar http://www.webartigosos.com/articles/50568/1/Organismos-diazotroficos/pagina1.html)

Da mesma forma, o homem desenvolveu métodos industriais para converter N molecular em formas químicas de N disponíveis para, por exemplo, as plantas. Desse modo, pode-se fabricar adubos nitrogenados. A letra "N" dos conhecidos "NPK" indica a presença de nitrogênio no adubo.

Diante do que foi explicado acima, pode-se ter idéia de como os organismos, incluindo o homem, evoluíram para conviver com esse paradoxo de abundância de N na atmosfera e escassez na maior parte dos ecossistemas terrestres.

Preparado a partir de:

CHAPIN III, F.S.; MATSON, P.A.; MOONEY, H.A. Principles of terrestrial ecosystem ecology. New York: Springer, 2002. 436p.