Nietzsche.

 

Certa vez Platão disse a Nietzsche.

Em hipótese a posteriori.

Uma metáfora inexaurível.

Seu silêncio me incomoda profundamente.

Nietzsche com seu olhar pesaroso.

Quase metafórico respondeu.

Eu sei o que significa essa idiossincrasia.

Patão respondeu não deveria lhe dizer nada.

Além da explicação da mitologia da caverna.

Nietzsche sorriu melancolicamente e respondeu.

Existe uma eternidade que não confere com

 Espírito.

Isso vai além do segredo da alma.

 

Deveria se calar diante das vossas aberrações.

Mas aqui não se cala.

Reina o destino da ignorância.

Nem mesmo a filologia clássica grega faria você.

Descobrir-se a vossa predestinação.

A filáucia de um entendimento completamente.

Desvinculado.

Confesso-te o eterno retorno apenas da matéria.

Indelevelmente.

Então o porquê dessa imaginação infrutífera.

O que representa ao real.

Apenas o ideal de outro mundo imaginativo.

Diria lexiogênico.

Isso aqui se repete, repete,  é  a mesma fórmula.

Então o que seria a  outra realidade.

A não ser alienação do vossa razão.

Perdestes diante dos sofistas.

O que formulou foi apenas a loucura.

Pancrácia.

 

Devo lhe dizer ainda.

O que me resta de segredo.

Tudo é o infinito vazio.

Com espaço de massa.

Mas sem nenhuma finalidade.

Sem tendência.

Sem objetivo.

Sem origem.

O mundo torna se mais belo.

Muito mais generoso.

Por ser exatamente contraditório.

Como realmente é.

Mas pervicaz na sua natureza.

Entretanto, serôdio ao seu próprio destino.

 Tão  pouca inteligência para inventar um cone.

 Explicar apenas o aspecto imaginativo.

Da vossa sapiência.

Fostes então a recusa tautológica.

De um filisteu perdido a posteridade.

 

No entanto,  ele originou de si mesmo.

Esse em si, era exatamente o nada.

Em cada instante se faz.

Cria-se na sua formulação a imperfeição.

Define pelo princípio do esgotamento.

Vai e volta eternamente.

Sem espírito.

Sem um destino especial.

Apesar da razão.

Da alienação do entendimento.

Eu e você, os demais.

Somos manifestações de clausulas químicas.

Do destino comum.

De tudo que deixará de ser.

Não se ilude Platão.

Isso aqui é apenas uma minúscula plataforma.

Desse magnífico universo.

Mas deletério nele mesmo.

 

O estado em que ele pode alcançar.

Bilhões e bilhões de vezes.

Você não teve sequer a noção do tempo.

A infinitude do nada.

A perspicácia do vento.

A insignificância das nuvens.

Não soube sequer  entender.

A palurdice daquilo que também.

Esgota em si mesmo.

Nada foi ou será o que sempre pensou.

Geogênico a natureza do vosso céu.

Avesso ao perscrutar  a  perspiração

Do único e último significado.

Edjar Dias de Vasconcelos.