INTRODUÇÃO

 

Esse Artigo propõe uma análise sociológica e estrutural do livro Cidade de Deus (2007), do escritor Paulo Lins. O Romance foi lançado, em sua primeira versão, em 1997, pela editora Companhia das Letras. O livro acompanha as transformações sociais por que passou o bairro de Cidade de Deus. A pequena criminalidade da década de 60 foi substituída pelo tráfico de drogas dos 90, a violência se impõe e a guerra começa. Não só a guerra na favela, mas uma constante disputa pelo poder, ascensão social e dinheiro.

A divisão do romance é feita em três partes e reflete esta história a partir dos anos sessenta: a primeira parte, “História de Inferninho”, fala da época em que a miséria era o contexto do crime em Cidade de Deus e os assaltos e roubos eram a maneira de executá-lo. Já a segunda parte trata dos anos oitenta. Esta etapa resume-se no aumento, endurecimento e profissionalização do crime e do assassínio e terror como maneira de assegurar a paz, necessária para o comércio das drogas. É a “História de Pardalzinho”. E, finalmente, a terceira parte que trata da guerra das quadrilhas, do aumento da violência ou da guerra por motivos banais. É a “História de Zé Miúdo”.