Não tem Problema Filho, eu Aguento
Publicado em 08 de março de 2010 por Paulo de Aragão Lins
Não tem Problema Filho,eu Aguento
As vezes fico
parado em algum lugar,contemplando o mar,ou céu,ou até mesmo meu interior e
começo a fazer um exame de consciência.
Aprendi esta
expressão quando estudava interno em um colégio. católico. Nosso orientador
espiritual, O Pe. Acácio, hoje bispo, nos dizia;
Antes de se
confessarem façam um minucioso exame de consciência.
Peguei o costume
e até hoje utilizo, de vez em quando, esse artifício, para fazer uma espécie de
faxina espiritual em minha vida.
E é então que descubro
coisas terríveis. Misericórdia!
Descubro quantas vezes
desobedeci a Deus, quantos pecados cometi, quantas vezes feri sua santidade.
Nestas horas
sinto-me semelhante a Caim.
Lembra-se do que
ele disse ao senhor?
- É maior a minha
maldade que a que possa ser perdoada. Gn 4.13.
É verdade, querido(a),
se eu me julgasse a mim mesmo, já estaria morto, queimando nas chamas do
inferno.
Mas descobri que
este sentimento é altamente positivo.
Porque só o crente
se entristece quando comete um pecado.
O ímpio se
alegra quando comete um pecado, principalmente
na área sexual.
Se eu ainda estou
de pé é graças à bendita, gloriosa e maravilhosa tolerância divina.
É incrível como
Deus escolheu Israel para ser seu povo escolhido, peculiar e como Israel
demonstrou ser o povo mais rebelde que
já existiu.
Em Antioquia da
Pisídia Paulo passou em rosto a rebeldia do seu povo,quando disse que Deus ”suportou
os seus costumes no deserto por espaço
de quase quarenta anos”. At 13.18.
Se Israel aparentemente
não teve desculpa para sua rebeldia, muito menos nós.
Por quê?
Porque nós
atingimos um nível muito mais elevado do que Israel, pelo conhecimento de
Cristo.
Qual é a nossa
posição agora?
“Mas chegastes ao
monte de Sião, e a cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muito de
milhares de anjos. À universal assembléia e a igreja dos primogênitos, que estão
inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos
aperfeiçoados. E a Jesus, o mediador de uma Nova Aliança, e ao sangue da
aspersão que fala melhor do que o de Abel. Hb 12.22-24
Quantas conquistas!
Quantos privilégios! Quanta benção! Quanta vitória!
E ainda assim eu
desobedeço.
Parece incrível!
Parece
impossível!
Imagine, amado(a),se
não fosse a misericórdia, a tolerância, ternura,a compaixão de nosso Deus.
Deus é tão grande
mas, mesmo assim, ele vem até nós, pede-nos coisas, busca-nos, chama-nos.
Um dos textos
mais lindo que já encontrei nas Escrituras está em Oséias:
“Quando Israel
era menino, eu o amei, e do Egito chamei a meu
filho! Quanto mais eu os chamava,tanto mais se iam da minha presença. Sacrificou
a Baalins e queimou incenso ás imagens de escultura.Todavia, eu ensinei a andar
a Efraim. Tomei-os nos meus braços, mas não atinavam que eu os curava. Atrai-os
com cordas humanas,com laços de amor. Fui para eles como quem alivia o jugo de debaixo
das suas queixadas e me inclinei para dar-lhes de comer.” Os 11.1-4.
Tomei para mim
estas palavras e pensei!
“Por que
transgrido? Por que faço o que abomino e condeno? Por que não obedeço Efésios
5.1: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” ?
Por que não ponho
em prática o que diz João 2.6: “Aquele que está nele, esse deve também andar
como ele andou”.
Não para me
justificar mas para entender minha situação, já meditei muito nas palavras do
apóstolo Paulo:
“Porque eu sei
que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem
está em mim, não porém o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero esse
faço”. Rm 7.18,17.
Para entender
ainda melhor o que estou colocando nestas linhas, abra sua Bíblia e leia
Romanos 7,7-25.
Quantas vezes
orei contrário à própria natureza de Deus!
Já disse coisas
absurdas a Deus, como esta:
“Senhor, por que
o Senhor não me impediu de fazer aquilo”?
Um dos pastores mais abençoados, santos e ungidos, que conheço
quando era jovem sentia-se despedaçado por uma forte libido.
Certo dia
ele pediu a Deus, chorando, que o
castrasse.
E por que isto?
Porque quem é de
Deus detesta o pecado.
A tolerância
divina é uma coisa incompreensível pela razão humana, está acima de qualquer
entendimento.
Toda a criação, notadamente
a criação,queda, e restauração do homem, apesar de toda a revelação que Deus
liberou com sua palavra, continua sendo uma incógnita.
Temos que nos
reduzir à verdadeira condição de homens, quase totalmente ignorantes em relação
a grandiosidade de Deus.
Temos que nos
escudar, embasar e nos humilhar diante da soberania de Deus.
Um dos mais profundos conceito psicológicos, que
existem encontra-se em Isaias 53.5:
“O castigo que nos
traz a paz estava sobre ele.”
E o castigo traz
a paz?
Por incrível que
pareça, a psicologia mostra que ao ficar debaixo da culpa o ser humano só passa
a ter paz depois que é castigado pela culpa cometida.
No final de tudo
só temos que admitir que a tolerância divina é maior do que nós e, curvando a
cabeça, exclamarmos:
Perdão, Senhor!