Não descarte a Natureza.

                Consumir, consumir, consumir... É a palavra de ordem. Globalizar para consumir ou consumir para globalizar. É a questão verdinha em folha. O Norte olha para o Sul repara o tamanho do mercado consumidor potencial. Olha também para o tamanho do almoxarifado natural disponível. Muita madeira, muito minério, muita água.

                Em 1991, só nos Estados Unidos, eram descartadas cerca de 30.000 fraldas por minuto! É pouco, ou quer mais? Então lá vai: 2.850 canetas esferográficas! 28.000 aparelhos de barbear! Vejam que isto tudo em apenas um país, diga-se de passagem, o berço e lugar da maior sociedade de consumo do mundo atual! E para onde vai todo esse material? Para a Natureza, é claro.

                É mais rico, quem mais produzir lixo! Sim, é verdade. O progresso, o desenvolvimento, a qualidade de vida, sei lá o quê, para os consumistas inveterados é medido pelo volume de “resíduos sólidos” que a pessoa, a cidade, o país produz. Ainda naquele ano, segundo a mesma fonte, o americano produzia em média 2,5 quilos de lixo diário. Naquela altura o brasileiro produzia apenas um quilo... Aí o humano se iguala ao rato, seu quase permanente companheiro: acumula lixo e como acumula! Diz uma famosa carta de um índio americano: “Um dia, homem branco, acordarás sobre teus excrementos...” São quase 70.000 substâncias consumidas atualmente. Metade delas tóxicas. A Natureza tem a capacidade limitada para digerir isto tudo. Além disso, o espaço também é limitado.

                Faça um exercício simples. Se você está de férias e teve possibilidades de sair de seu ambiente urbano rotineiro. Digamos, estás na praia do Pesqueiro, em Soure, Pará.  Caminha um pouco pela areia. Acompanha a linha das últimas preamares. Olha pro chão. Observa. Vais encontrar entre galhos, folhas, frutos, sementes e outros materiais naturais, certamente frascos de plástico de xampu, bronzeador, vidros, latinhas de alumínio, sacos plásticos diversos, canudinhos de plástico, pedaços de isopor, copos e tudo o mais. Produtos ou embalagens de produtos descartáveis lançados na quase infinita – pensam eles – a lixeira, a Natureza.

                Soluções alternativas existem. Primeira: educar ambientalmente. Segundo: exercitar regularmente a reciclagem de materiais. Terceiro: evitar o máximo, a utilização de produtos ou embalagens descartáveis, especialmente aqueles que demoram em ser degradados. De preferência usar produtos biodegradáveis. Quarto: preferir embalagens naturais, como água de coco na embalagem natural --  próprio fruto – frutas, sementes e tudo o mais que chegou primeiro que você na Natureza. Não descarte a Natureza.

Criado em 05 de julho de 1997.