De um gosto de saliva feito sal,
da aventura de estar sempre calado,
de uma dor estridente, universal,
construo este universo inexplorado.

Meus sonhos são forjados no cristal
da noite enclausurada no mercado
das ilusões, perdidas afinal,
depois de um sono breve e sufocado.

Desse gosto de sal em minha boca
a lágrima floresce rude e louca,
numa constante e fria mutação.

Apenas trago o doce do meu sangue
neste corpo viril, porém exangue,
pois breve as fantasias morrerão.