Mundo Sensível e Inteligível
Publicado em 29 de setembro de 2014 por FRANCISCO CARLOS DE OLIVEIRA
Mundo Sensível e Inteligível
Para podermos adentrar a discussão, temos a necessidade de abstrair o conceito de mundo sensível e inteligível em Platão, assim conseguiremos compreender a definição de qualidades e atributos do objeto a ser conhecido e principalmente como este conhecimento se dá
É imperativo arrazoar a diferença entre o mundo sensível e inteligível, para tanto precisamos entender a associação do mundo sensível ao conceito de Heráclito do devir do vir a ser, agora em Sócrates e mais precisamente em Platão é que esta discussão chegará depois de uma sistematização que apontará o mundo sensível, como regulado e percebido pelos sentidos e em constante mutação; entretanto, como conhecer um mundo em constante mudança?
Praticamente é inviável este conhecimento, neste ponto é que chegamos a Parmênides com a imutabilidade, dentro do mundo inteligível regulado pela razão, ou seja, as idéias possibilitam a abstração em sua totalidade do conhecimento, contido no complemento conceitual que irá facilitar a compreensão de todo este processo.
Qualidades essenciais e qualidades acidentais
Por definição as qualidades essenciais são aquelas que compõem a essência, como esta definido no enunciado, e as qualidades acidentais são aquelas que não interferem na essência do objeto, ou seja, independente das qualidades acidentais idéia principal do objeto não é alterada em sua essência, agora se retirarmos qualquer atributo da essência, o objeto perde sua essência e consequentemente deixa de conduzir a idéia original ou conceitual. Mesmo dentro deste raciocínio é que foram pensadas as questões dos universais, que de forma direta mostram como a idéia de determinado objeto, pode ser caracterizada e ter uma distinção do geral para o particular dentro da linguagem pela simples adição de um pronome refere-se a um objeto especifico, de forma que a essência não será alterada, entretanto as qualidades acidentais se sobrepõem.
Considerações Finais
Esta conceituação iniciada nos pré-socráticos e discutida neste tópico em Platão e Aristóteles, mostra de forma conclusiva, a importância da maneira como a relação entre o objeto a ser conhecido e o ente, devem ser tratadas e pensadas, pois segundo a conceituação filosófica, é fator preponderante a forma como este conhecimento se dá, no mundo inteligível que irá regular o conhecimento no mundo sensível, pois irá demonstrar como a apreensão do conceito deste objeto precisa ser regulada em sua essência, para que não se perca a ideia principal, baseada em seus atributos essenciais, que segundo Platão não pode ser abstraído de forma definitiva no mundo sensível, pois o mesmo está em constante transformação vir a ser.
Então, pelo que entendemos o mundo inteligível, regula o fator conhecimento, dando subsídios palpáveis para a Filosofia ter garantia plena desta relação entre objeto e ente.
Vale ressaltar que uma das grandes finalidades da distinção entre o mundo sensível e o inteligível
na Filosofia platônica é a de conseguir sustentar de modo seguro o conhecimento, observando que
o conhecimento do que está em mudança é apenas provisório é apenas um simulacro do verdadeiro
conhecimento, o das ideias. (Claretiano, p32, 2012)
Assim, podemos entender o embasamento aristotélico na questão do mundo das ideias e mundo sensível, pois segundo Aristóteles os atributos essenciais ou acidentais é que irão regular de forma definitiva este processo de conhecimento.
Referências Bibliográficas
Fonte: Temas de História da Filosofia II: Moderna e Contemporânea. Centro Universitário Claretiano, 2012.