Se já estava difícil para as empresas se adaptarem aos novos lemas do mundo 2.0 – pois tudo agora é 2.0 - imaginem o que se passará na cabeça dos empresários, e mesmo dos profissionais de marketing, quando entenderem que a nova onda já está chegando, a WEB 3.0 .

Mesmo os negócios voltados para as classes populares tiveram que entender e  procurar se adequar rapidamente à realidade trazida pela Internet. Hoje há quase 60 milhões de jovens das classes CDE que em breve se casarão, constituirão famílias e ditarão os rumos do consumo no país, e esses jovens estão hoje conectados, via internet ou celulares e frequentam comunidades virtuais como frequentam bares.

Sendo assim, é fundamental saber como se comunicar com esse público, pois hoje temos mais de 8 milhões de e_consumidores no país.  A internet há muito deixou de ser um meio de diversão ou um veículo que impacta somente uma pequena camada da população.  O Brasil é o primeiro em navegação domiciliar, com 23 milhões de lares conectados, seguido por EUA, França, Austrália e Japão. Quase metade dos internautas brasileiros navega em cyber cafés e lan houses.  O brasileiro navega o equivalente a um dia inteiro por mês e há mais de 15 milhões de pessoas conectadas em um único canal de mensagem instantânea.

A era da WEB 2.0 é marcada pela interação, pela participação, pois trouxe o consumidor para o palco, permitindo que sua voz fosse ouvida, que suas mensagens fossem levadas a sério pelas empresas, permitiu que cada cidadão se transformasse em mídia. Essa realidade impacta diretamente as empresas e o consumo, pois o internauta tem o poder de influenciar tanto na formatação de novos produtos como de gerar a ruína de uma marca, dependendo de suas ações e seu poder de influência.

Há vários casos de empresas que criaram blogs para se aproximarem de seus clientes, como outras que tem monitorado de perto as redes sociais mais importantes, para acompanhar o que é comentado sobre seus produtos, e para procurar interagir, de diferentes formas, no sentido de minimizar insatisfações apontadas pelos consumidores.

A nova onda, a WEB 3.0, também chamada de Web Semântica, por sua vez se caracterizará como a Internet inteligente, que transformará o conteúdo desorganizado da internet em informação relevante para a tomada de decisão, através do cruzamento de dados. Isso evitará que recebamos uma “enxurrada” de páginas inúteis a cada busca realizada, por exemplo. Ao mesmo tempo, haverá cada vez maior sintonia entre o perfil de quem realiza a busca de algum tipo de informação e as ofertas a ele apresentadas.

Ainda há uma longa jornada a ser percorrida, pois essa nova etapa depende de mais investimentos em tecnologia, para se obter processadores cada vez mais potentes, e da unificação de padrões, o que não é nada fácil de ser obtido.

Se por um lado esse futuro se mostra fascinante em termos de oportunidades de novos negócios e de agilidade na obtenção de muitas informações, por outro, tem trazido à tona, cada vez mais, os questionamentos sobre privacidade das informações e sobre ética, tendo em vista certas atividades impetradas pelas organizações voltadas para o desenvolvimento dessa nova onda.

Para as empresas o que se torna imperativo é o acompanhamento dessa (r)evolução, para que não sejam pegas de surpresa quando essa nova onda - ou talvez seja um “tsunami” - chegar.