De fato, na sociedade em que vivemos hoje, globalizada e com a tecnologia inovando a cada instante, é impossível vivermos sem as imponentes empresas multinacionais; ou ainda, sem o que ela nos proporciona. Ademais, a empresa hoje, tem uma complexidade que vai muito além do que se pode ver a olho nu: sua estrutura, seus processos gerenciais, suas operações, decisões, políticas, instalações, a internacionalização... enfim, uma gama de fatores que nos faz observar o quanto essas gigantes do capital estão presentes no nosso dia-a-dia. E quando digo isto, que para percebermos o quanto estas companhias estão presentes no nosso cotidiano, faz se necessário observar nossos próprios consumos: a Coca-Cola da hora do almoço, o Adidas no pé, a Apple no bolso; produtos que estão presentes no dia-a-dia e que, por vezes nos tornam dependentes. De qualquer forma, concordando ou não com os efeitos que estas empresas empregam na sociedade e no meio ambiente, há um fato que não tem como negarmos: somos dependentes (e quem sabe, financiadores) destas empresas.

Apesar de muitas posições diferentes sobre como estas companhias poderiam ser melhores, ou como poderiam minimizar seus efeitos maléficos, basta observarmos sua forma de atuação para entendermos que, a empresa multinacional sempre prejudicará algum lado. É necessário frisar que estas companhias trabalham com lucro, mais lucro e ainda quem sabe, um lucro acima deste. É de sua natureza, e é inevitável. Um dos maiores e mais atuais problemas das multinacionais por exemplo, são seus impactos frente as economias emergentes; e a dualidade aí parece ser ainda maior. Documentários como o famoso The Corporation nos dão a impressão que de a empresa multinacional é o veneno que assola a sociedade capitalista. E de fato, esta opinião é dividida por centenas de milhares de outras pessoas mas, é necessário argumentar seus pontos positivos, pois de certa forma a empresa multinacional transforma uma economia local da maneira que lhe convém.

É compreensível quando percebemos a discrepância nos montantes de IDE em países mais e menos desenvolvidos. Ademais, atualmente pode-se notar o que já está claro: Estados Unidos, Japão e partes da Europa sempre serão os centros de operações e logo, com maior percentual de investimento direto estrangeiro. Grandes centros urbanos, concentração de capital, acesso facilitado à tecnologia, pessoal qualificado... este é o cenário; enquanto que, para as periferias, duas palavras parecem definir: exploração e dependência. É inegável que as empresas multinacionais trazem uma série de benefícios para países subdesenvolvidos, como a geração de emprego, transferência de tecnologia, desenvolvimento entre outros. Porém, o que pesa mais?

Desta maneira, pôde-se verificar que a ambiguidade quando se fala em empresa multinacional persiste. Vivemos de seus serviços e ao mesmo tempo, a abominamos. Não é mais possível tolerar que estas companhias façam nações emergentes ainda mais emergentes, usando de sua população e de seus recursos naturais uma fonte para beneficiar uma pequena camada da população que ali não reside. Para isso é necessário que os governos ajam mais em prol de seu país e represente a população de modo que a entrada de uma multinacional em um país emergente se traduza em prosperidade, e não em exploração.