MULHERES EXECUTIVAS: A CARREIRA E A FAMÍLIA

Executivas debatem sobre a mulher e o trabalho na Semana de Estudos Integrados

Daniela Marques Luciano (esquerda), ex-aluna do curso de Administração da FEI SP, atualmente Gerente de Projetos Estratégicos do grupo ABBVEI e Ligia Vasconcelos Hernândez, formada em Comunicação e Marketing, atualmente consultora de Marketing, debateram com alunas do curso de Administração da FEI SBC durante a Semana de Estudos Integrados sobre as dificuldades da mulher no mercado de trabalho e seus desafios em organizações patriarcais em que tudo está fundamentado no poder masculino.

               Ligia conta que chegou rapidamente a um cargo gerencial. Aos 22 anos já era gerente de marketing de uma grande empresa de varejo, explicando que sua estratégia nunca foi confrontar o sexo masculino, mas usá-lo a seu favor. Já que os homens adoram dar conselhos e orientar, eu sempre pedia orientação, mesmo não precisando e sabendo o que eu iria ouvir. O importante era deixar os superiores acreditando que estavam influenciando as minhas decisões e a minha carreira. Considera-se uma workahoolic, mas não abre mão de cuidar dos seus cãezinhos. Para ela a família é fundamental, mesmo não tendo filhos. Procura estar sempre presente em relação aos seus pais. Afirmou que nunca pensou duas vezes em “demitir” seus chefes e nunca se preocupou se iria ou não ter dinheiro para pagar as contas. Confiou sempre em sua capacidade, acreditando que não faltaria um bom emprego para se sustentar.

               Já Daniela, vindo de uma família de classe média baixa, precisou ralar muito para chegar aonde chegou. Trabalhou durante todo o curso e como não tinha recursos, estudava inglês em uma escolinha do bairro. Interessou-se logo por uma disciplina do curso de Administração, Análise de Problemas e Tomada de Decisão e a partir daí focou o que gostaria de fazer na vida, tornando-se consultora na área. Trabalhando em uma conceituada empresa de consultoria, viajou por todo o país atendendo clientes de sul a norte. Teve seu primeiro filho aos 33 anos e a partir daí fez uma nova opção de carreira, preferindo um trabalho em local fixo para acompanhar o desenvolvimento do filho, condição em que nunca abrirá mão, mesmo que possa prejudicar sua carreira. Vê a questão da mulher no mercado de trabalho de uma forma muito aberta e consciente. Acredita que o sexo feminino tem uma visão da totalidade o que permite a mulher cuidar de várias coisas ao mesmo tempo, como trabalho, agenda, filho, escola, casa, empregada etc, enquanto o homem tem uma visão mais focada e fragmentada. Essa condição, para Daniela, permite que a mulher tenha múltiplas atividades ao mesmo tempo sem perder o foco nas prioridades.