A constipação intestinal é uma queixa freqüente entre as mulheres, que relatam sintomas como fezes endurecidas, evacuações infreqüentes (menos de 3 vezes por semana), necessidade de esforço excessivo, dificuldade e sensação de evacuação incompleta. Essa alta incidência feminina pode estar relacionada aos danos causados á musculatura pélvica e á sua inervação, decorrentes de partos e cirurgias ginecológicas, e os prolapsos genitais, mais freqüentes após a menopausa.

Verifica-se uma prevalência maior de constipação intestinal em mulheres com mais de 40 anos. Após a menopausa, instala-se um quadro de diminuição do estrógeno associado á mudanças anatômicas e fisiológicas que comprometem o assoalho pélvico e os esfíncteres. Esforços repetitivos para a evacuação podem aumentar ainda mais os danos ao assoalho pélvico, resultando em fraqueza, descenso do períneo e alterações anatômicas secundárias que podem levar á uma disfunção anorretal e dificuldades na defecação.

Sendo a constipação uma condição comum na população, geralmente as pessoas tratam como uma coisa comum e não procuram um médico. O conhecimento de hábitos alimentares e comportamentais inadequados representam as principais causas e a interpretação de que a constipação não é uma doença, o que leva os pacientes a recorrerem a soluções caseiras ou a automedicação. A longo prazo, a constipação intestinal pode desencadear a inflamação das hemorróidas.

A hemorróida é um conjunto dos plexos venosos anorretais, que são responsáveis por proteger o canal anal, ajudar a manter a continência fecal e realizar drenagem venosa da região. A dilatação dessas veias, acompanhadas ou não de inflamação, hemorragia ou trombose provoca sangramento ocasional, ao redor das fezes, de sangue "vivo", com a presença ou não de mamilo observado à palpação. A presença de dor à evacuação é mais característica de fissura ou abcesso, mas também pode ocorrer na doença hemorroidária se houver inflamação ou trombose venosa.

O tratamento da doença hemorroidária (inflamação das hemorróidas) pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo lógico do grau de inflamação das hemorróidas. O tratamento clínico consiste praticamente em cuidados locais e modificação da dieta. Higiene anal somente com água, sem a utilização de papel higiênico, banhos de assento com água morna. A dieta deverá ser rica em fibras, para que as fezes se tornem menos pastosas, diminuindo o esforço de evacuação, reduzindo o trauma da região anal.

Para o tratamento cirúrgico da doença hemorroidária de graus III e IV, o método THD representa a técnica cirúrgica mais eficaz e menos invasivo para corrigir a doença hemorroidária atualmente. A Desarterialização Hemorroidaria Trans-Anal, diferentemente da tradicional hemorroidectomia, é realizada apenas com anestesia local em ambiente mabulatorial, e não comporta a incisão dos tecidos hemorroidários. Isso diminui muito o incômodo e a dor pós operatória, além de permitir uma recuperação rapidíssima dentro de 48 horas.

Um alerta á toda a população, principalmente mulheres acima dos 40 anos de idade é a  aplicação de um diário alimentar, que estabeleça a inclusão de uma maior quantidade de fibras, alimentos integrais, e líquidos na dieta. A doença hemorroidária está intimamente associada à constipação intestinal.