Acadêmica Nilma Maria da Silva

Orientadora: Mestre Maria José de Azevedo Araujo

RESUMO

O artigo apresenta uma pesquisa qualitativa e bibliográfica com o intuito de analisar o papel das mulheres como forma de minorias sociais, abordando aspectos culturais e sociais, pretendendo expor a forma de exclusão destas mulheres desde a antiguidade onde eram submissas aos maridos, não possuíam autonomia, liberdade de escolhas, até o presente, na sociedade contemporânea esta enriquecida de novas leis, novos conceitos e novas teorias que não são necessariamente postos em pratica visto que as mulheres são vitimas de violência sexual, domestica, entre outras violências, com índices alarmantes.

PALAVRAS-CHAVE

Mulheres, preconceito, sociedade.

ABSTRACT
The article presents a qualitative research and literature in order to examine the role of women as a form of social minorities, focusing on cultural and members, intending to expose the form of exclusion of women from ancient times where they were submissive to their husbands, had no autonomy, freedom of choices, so far, in contemporary society is enriched by new laws, new concepts and new theories that are not necessarily put into practice as women are victims of sexual violence, domestic, and other violence, with alarming rates.

KEYWORDS
Women, prejudice, society.

INTRODUÇÃO

Partindo de um ponto sociológico entende-se por minoria sociais determinados grupos de indivíduos que fazem parte da sociedade e de determinada forma são excluídos por esta, vistas como inferiores, minorias sociais, onde geralmente estas minoria caracteriza-se quantitativamente por uma maioria como é o caso das mulheres que representam quase metade da população.

Estas são vistas como diferentes dos outros seres, tidos como superiores, estes sim que representam uma minoria quantitativa.

Diante de tantos grupos vistos como minoritárias dentre estes negros que lutam contra o racismo, homossexuais que lutam por casamento e direito de adoção, mulheres por igualdade, imigrantes por uma aceitação, etc. será destacado as mulheres estas que vem ao longo do tempo conquistando um espaço diferenciado, porem ainda caracterizada como minoria.

SERÁ QUE TODOS SOMOS IGUAIS EM TERMOS DE DIREITOS?

Desde o surgimento do mundo, ainda nas eras mais primitivas as mulheres possuíam o papel de cuidar dos afazeres domésticos, casa, dos filhos de criar procriar, e até trabalhar, trabalho este imposto pelos homens e aceito pelas mulheres.

Os homens são vistos como superiores, pois representam o sexo forte, podendo ser desde os mais poderosos até os mais humildes. Homens que possuem praticamente opiniões e valores comuns, que definiam um papel para mulher e esta tendo que cumprir.

"A educação e a emancipação parcial das mulheres, como acontece com outras "minorias", "põe a maioria" (neste caso os homens) em posição ambígua. "... (David Riesman, 1971, p.350)

Os homens sempre tidos como superiores em contradição com as mulheres que são excluídas de certos direitos. Portanto, observa-se a falta dos direitos sócias,.

Vivemos em uma sociedade comum, onde todos ocupam o mesmo espaço geográfico, diante de normas comuns e ao mesmo tempo nota-se grande diferença que aparenta separar este espaço e dividi-lo em grupos bem distantes, como o grupos das feministasque usam inteligentemente de um discurso filosófico, intelectual, tendo por objetivos direitos iguais e proteção legal para a mulher, em seus discursos envolvem toda a questãorelacionada as desigualdades sócias, desde o seu inicio aproximadamente no século XIX, começam estas manifestações em busca dos direito ao voto a democracia, a sua própria autonomia visto que ainda não possuíam, entre outra propostas.

Observa-se então que é a partir de terceira Constituição Federal, mais precisamente 1934, a primeira democrática que pretendia assegurar à Nação, a justiça a liberdade.

As mulheres conseguem ter o direito ao voto nas eleições, voto a muito tempo reivindicado o que durou apenas três anos até a chegada de uma nova Constituição Federal em 1937 que retira este direito conquistado, enfraquecendo ainda mais as mulheres, voltando a um contexto minoritário, onde não há democracia e as mulheres continuam com um papel definido não cabendo a estas contestar.

Surge do cristianismo o principio de igualdade e perante a Lei Maior somos iguais em direitos e deveres, o que aparenta ser apenas em deveres, as mulheres são excluídas de certos direitos e buscam por um reconhecimento social não é um favor que pedem e sim exigem.

As mulheres unem-se, manifestam-se em busca de destacar o seu lugar nessa sociedade onde todos são iguais e fazem questão de ser desiguais. Para Costa,

"A idéia de igualdade não é uma idéia aceitável para cultura humana. Desde as mais antigas civilizações, o homem buscou suas diferenças, de origem, de nacionalidade, de classe social... (Cristina Costa 1977, 271).

A todo momento os meios de comunicação de massa e a própria sociedade querem convencer que todos são iguais que se vive em uma sociedade igualitária que é bonita e solidaria, que o Brasil é um pais solidário, humano é onde nos deparamos com as verdadeiras e tão dura realidade de uma igualdade que ainda não foi alcançada, que as lutas para conquistá-la começa sempre em um novo dia, parecendo não ter fim, as minorias continua vistas como minorias sempre em busca de um reconhecimento social.

É importante salientar os aspectos culturais, onde de certa forma é adotado um etnocentrismo cultural que é quando cada cultura considera a sua como ideal, correta ou até mesmo única, descartando qualquer outra ou mesmo ignorando, o que de certa forma contribui para manter este contexto minoritário.

Cita-se como exemplo a cultura indiana onde são mantidos valores e costumes que retrata claramente a vivência da mulher que é tida como símbolo de beleza, prepara-se para casar e cuidar dos filhos e do marido, e lhe são impedidas certas praticas sociais, aceitáveis e reconhecidas em outras sociedades, como trabalhar fora de casa por exemplo, pois foge dos padrões e dos costumes valorizados por eles.

Não é necessário ir tão longe para dar exemplos das praticas que contribuem para a submissão das mulheres em seu contexto minoritário, no Brasil é comum ver muitas mulheres que são casadas e vivem em prol de seus maridos e filhos, apenas para a família e são impedidas de trabalhar, buscar uma profissão e um crescimento pessoal, uma realização pessoal.

Algumas mulheres são vistas como simbolização, corpo escultural, beleza notável apenas e são tidas como objeto de desejo sexual masculino. Algumas delas são usadas e abusadas moralmente e sexualmente, portanto, pode-se imaginar o que sofrem no papel de escravas nas mãos de seus senhores.

Até fora do país muitas mulheres brasileiras são vistas neste contexto, observadas por homens estrangeiros, que até fazem trafico de mulheres brasileiras. É importante observar o termo traficar onde se pergunta se a mulher é um objeto que possa sair por ai vendendo ou usando.

A situação em que encontram-se estas mulheres, chega a causar repudio, mas estas não devem ser consideradas culpadas e sim sujeitas a tal situação, o que denota a luta também para acabar com a exploração moral e sexual. Os índices são alarmantes e aumentam a cada dia mais. A própria sociedade que almeja igualdade é a mesma que as coloca neste contexto tornando-as objetos.

As mulheres passam a conquistar postos de destaque, mas ainda sofrem preconceitos Vivemos em uma sociedade competitiva cheia de obstáculos, as pessoas a todo tempo se deparam com novos desafios, vão a busca de conhecimentos para alcançar seus objetivos, vence o melhor e mais competente, e se deparar com mulheres hoje vencendo no mercado de trabalho, não por força, mas por capacidade é louvável e instigante.

Estas mulheres tornam-se "espelho"São vistas como exemplo a outras queainda têm medo de enfrentar realidades e desafioscruéis em termos de diferenças sociais. O vencer por parte destas não significa "derrotar a outros" e sim provar capacidade, força, determinação e luta pelos direitos sociais, reconhecimento por parte de outros, igualdade e satisfação pessoal.

De acordo com o artigo 5° da Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. O inciso I diz o seguinte: "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição".

A Lei é muito clara, é Lei, mas de certa forma não é cumprida à risca, visto que para com as obrigações são cobradas, já para alguns direitos são esquecidas.

"A igualdade é um grito enorme na história. Em seu nome fizeram-se revoluções e as promessas mais radicais. E traduz-se, sobretudo na igualdade de direitos. Este sentimento é vivo e penetrante, desde a percepção de uma criança, que também quer ser tratada com igualdade, até a consagração – quase sempre vazia – de direitos fundamentais, inatacáveis por definição. Ao lado do reconhecimento da desigualdade de fato, insiste-se na igualdade de direitos. Todos são iguais perante a lei. Deve haver igualdade de oportunidades, por mais que as pessoas e grupos sejam desiguais em seu inicio. Não há raça inferior. Não há povo sem cultura, somente porque não tem a cultura que prezamos ou que realizamos. Não há supremacia dada, a não ser se imposta." (Demo,1989, p.153).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Qualquer forma de humilhação para com qualquer pessoa estará ferindo os princípios constitucionais, ninguém deverá ser sujeito a humilhação, independente de raça, sexo, ou classe social, o ocorrido resultara em punição

Contudo a luta da mulher foi grande, más ainda não acabou, ainda há um longo caminho a percorrer. Espera-se que não de lutas e sim de conquistas por igualdade absoluta como prevê as leis e não só as leis, moralmente falando que se adote a moral nos seres integrantes da sociedade, esta composta por homens e mulheres que possuem suas diferenças genéticas, no entanto são seres humanos que devem se reconhecer.

Onde deveriam ser adotados novos costumes, estes sim contribuiriam para mudar uma sociedade preconceituosa para uma igualitária, solidaria e humana, onde todos fossem reconhecidos como cidadãos com deveres sim, mas também com direitos iguais, e acabar com essa patologia da sociedade em busca da cura moral e social.

SOBRE AS AUTORAS

A acadêmica Nilma Maria da Silva é aluna de graduação, 3° período do Curso de Serviço Social da Universidade Tiradentes em Aracaju/SE. A elaboração deste artigo científico deve-se à prática investigativa na forma de pesquisa qualitativa do tipo bibliográfico. Propôs-se a atender à exigência da disciplina "Contemporaneidade", do Curso de Nivelamento da Universidade Tiradentes, no 2º semestre letivo de 2009 e contou com a orientação da professora Msc Maria José de Azevedo Araujo. E-mail para contato: [email protected] e [email protected].

REFERENCIAS

AZEVEDO, Ana Maria Lourenço de ett allis. Quem tem medo do TCC? Desatando os nós da pesquisa científica na prática acadêmica. Espírito Santo. Ex-libris. 2008

DEMO,Pedro. Sociologia: uma introdução Critica: 2° Ed, Santuário, São Paulo. 1989.

RIESMAN, David. A multidão solitária: Um estudo da mudança do caráter americano. Perspectiva. São Paulo. 1971.

COSTA, Cristina.Sociologia: Introdução a ciência da sociedade 2º Ed. Moderna.1977.