Mulher de açogueiro tem gosto de peixeira
Publicado em 12 de janeiro de 2012 por creumir guerra
Em minhas passagens por cidades do interior do Estado me deparei com uma situação que me deixou deverasmente assustado. No dia-a-dia com as pessoas é bom ser educado, cordial e simpático. O problema se dá quando a contraparte entende errado e acha que você esta dando mole ou em cima. Também não posso negar que exista o cara de pau, o sujeito que se finge de leitão para mamar deitado. Na pequena Comarca não havia muito serviço e eu tinha tempo para ouvir os reclames das pessoas. No local em que trabalhava uma servidora cedida pela prefeitura, mulher bem afeiçoada, me achando um bom ouvinte teve a coragem de contar para mim, um novo no lugar, a falta de empenho de seu esposo em lhe fazer feliz. Consegui perceber aonde ela queria chegar quando um dia ela me contou que o marido nunca lhe havia levado ao motel. Tentei explicar que às vezes as pessoas acham que não é preciso gastar dinheiro com motel. Afinal não é o palco que garante uma boa trama, mas sim os atores. De qualquer forma aquela jovem senhora resolveu fazer a aposta. – Se você me convidar para conhecer um motel, ver como é por dentro, eu tenho coragem de ir. – Vou pensar no assunto e depois te respondo. Até então eu não conhecia o varão esposo da mulher que tinha o desejo de conhecer um motel. Todavia, no final daquele mesmo dia quis o destino que eu o conhecesse. Sabia que ele ganhava a vida como açougueiro. O homem resolveu ir buscar a esposa no trabalho. Vejo entrar no templo da deusa Temis um sujeito alto, musculoso de bíceps avantajados. O cara era uma replica de Hercules. No dia seguinte a resposta estava na ponta da língua. – Você deve estar mais feliz, o seu esposo veio aqui ontem te apanhar no final do expediente. – É, tem dia que aquele estrupício faz isso. – Sobre a proposta que você me sugeriu ontem, eu sinto muito, a resposta é não. Durante a noite eu tive um sonho que aquele homem grandão que entrou ali na porta corria atrás de mim com uma faca de arrancar couro de boi. O escapelador de porcos queria saber qual era minha intenção com a mulher dele. Falou que hominho igual a mim ele arrancava os bofes e jogava pros cachorros. Vi meu fígado saindo entre os seus dedos. - Nossa! Que horror! – O que importa é que a visão de seu marido correndo atrás de mim com uma enorme faca de açougue e do estrago que a arma branca pode fazer nesta carcaça, temo que algo não funcione. Ao contrario, que se esconda, pois o que faria com um pintinho aquele que é capaz de transformar em bifes um boi inteiro e em poucos minutos? Na ocasião eu estava descompromissado. Será que Freud explicaria o meu medo? Ou falou mais alto o meu lado puritano de ser? Vontade eu tive. No caso o melhor foi trabalhar e deixar a vontade passar. Eu tenho vontade de sair de novo com a Juliana Paes. Da outra vez a vontade passou por que ela não me ligou.