Já fazem quase 32 que estou por aqui, ou seja, quase 32 anos longe de casa. Não sei se sou muito prática ou se sou fria mesmo, mas no geral não sinto saudades o tempo todo, mas nos últimos meses, nossa, que saudade!
É impossível não sentir falta do cantinho do meu lar e da tranqüilidade que a presença Dele me faz.
Lá tudo era mais calmo, bem devagar, não tínhamos pressa pra nada, eu não conhecia meu pai, e isso não era problema, eu era cuidada com zelo, amor e atenção antes de ser enviada pra cá. É inevitável não sentir falta da boa companhia e das cantigas de roda que inventávamos para matar o tempo, e aproveitávamos o dia como se todos eles fossem domingo.
Quando soube que iria fazer parte de uma família que já contava com dois meninos, me apavorei, então supliquei por mais uma irmã, mas regras são regras.
Uma vez tive um gato e por Deus, ele era um pé no caso as vezes, me acordava todas as noites ou para abrir a porta para ele sair, ou para entrar.
Acabei me acostumando com os deliciosos almoços entre parentes aos domingos, vendo Fórmula 1 e escutando o chato do Galvão Bueno.
Hoje consigo me virar sozinha, mesmo que sem jeito e miseravelmente, Ele só queria mostrar o que todos já sabíamos, não sei cozinhar, não sei tomar decisões certas e minha cachorra gosta mais da progenitora desse corpo que de mim, por isso e por outras que eu espero voltar pra casa o quanto antes, pois de turista, passei a ser vivente.