Movimentos Sociais

O ano: 1889. O mês, novembro, dia 15.

Foi quando o fato se deu: Um grupo de militares positivistas decretou o fim da monarquia e iniciou a primeira república no Brasil.

Mudou o regime politico, mas não mudou a situação do povo no campo e na cidade: continuou pobre e explorado pelos coronéis e pelos donos das indústrias. Essa situação provocou descontentamento, revoltas e guerras regionais.

Canudos, contestado, chibata, cangaço, vacina e movimento operário foram alguns dos movimentos sociais ocorridos no período da primeira república.

Contestado e Canudos tiveram o mesmo panorama de insurgência: sertanejos pobres sendo explorados e expulsos pelos coronéis que lhes tomavam as terras. José Maria e Antônio Conselheiro lideraram seus grupos (um no sul e outro no nordeste) em busca de Justiça social.

Esse mesmo contexto de produziu outro movimento liderado por pessoas que tanto defendiam os pobres como atacavam os ricos coronéis. Foram chamados de cangaceiros dos sertões nordestino. Na verdade queriam quebrar a canga que oprimia a tantos. Tanto que muitos os consideravam bandidos – e hoje ainda tem gente que pensa assim. Mas parece que ainda temos espaço para podemos pensar que talvez alguns Lampiões e Marias Bonitas pudessem nos ajudar a limpar nossa Republica atual...

Na capital do país, Rio de Janeiro, dois movimentos marcaram: revolta da vacina e revolta da chibata. Nos dois casos as lideranças foram presas e mortas. As autoridades executavam as lideranças pensando que com isso matavam a revolta, mas o sentimento de injustiça permanecia. E ainda está acesso no peito de quem sofre o Brasil...

Entre esses movimentos, talvez o que mais marcou e tenha deixado continuidade, tenha sido o movimento operário. Este começou com a instalação das primeiras industrias e a chegada dos imigrantes, principalmente italianos, que trouxeram ideias anarquistas e marxistas. Foram os operários que fundaram sindicatos, jornais e partidos políticos em defesa dos empobrecidos.

A herança do movimento operário, do início do século XX, permaneceu nos sindicatos, nas associações de trabalhadores do campo e da cidade. Ao longo das décadas acumulou decepções, mas manteve o espírito combativo em busca dos benefícios negados pelo sistema.

Naquela época alguns morreram assassinados pelos donos do poder econômico, que queriam matar os sonhos. Nos dias atuais ainda tem espaço para plantar sonho sonhando em colher liberdade e justiça.

Neri de Paula Carneiro

Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador

Rolim de Moura – RO