Com um modelo de negócios à prova de franqueados sem tino administrativo e bom atendimento á classe C, a Sorridents cresceu 23% no ano passado e projeta fechar 2012 com 200 unidades.    Por Nelson Rocco.

 Sem falsa modéstia, a empresária Carla Sarni, criadora da rede de clínicas odontológicas Sorridents, líder da categoria saúde e bem-estar deste ano, atribui o sucesso da empresa à sua aptidão para lidar com as pessoas. “Sou muito boa em relacionamento”, diz a  dentista. “Dinheiro não é o principal da vida, mas sim ver a marca crescer. Ver o brasileiro  com um sorriso saudável é o que me move “. Com esse jeito, Carla transformou sua clínica aberta em 1995 em uma rede com 136 unidades distribuídas por 16 estados. Mais 48 unidades já estão com os direitos de franquia negociados e em busca de ponto comercial em obras ou em processo de montagem. Do total, 44 unidades são próprias.

As clínicas Sorridents prestam os mais variados serviços odontológicos e geram uma boa receita. Carla conta que o faturamento total da rede fechou o ano passado em R$ 148 milhões, pelo critério contábil de competência, um crescimento de 23% sobre os R$ 120 milhões de 2010. Para o final deste ano, a empresária vislumbra contar com 200 unidades, que deverão proporcionar um faturamento de R$180 milhões. “ Nós abrimos uma média de quatro unidades por mês. Para 2016 planejamos chegar “a 500 unidades”, projeta. “ Eles prestam serviços para uma camada da população mais simples, mas que necessita de atendimento técnico de qualidade. E, com o crescimento do poder aquisitivo das pessoas têm plenas condições de crescer. Há um potencial fantástico de expansão nesse setor” opina Ana Vecchi, sócia da consultoria em varejo Vecchi Ancona.

   Nascida em Pitangueiras, cidade próxima a Ribeirão Preto, no interior paulista, Carla lembra que veio para a capital logo que sal da universidade. “Três meses depois, havia fila na porta do consultório em que trabalhava”recorda. Em pouco tempo, ela comprou o consultório. “Depois de três anos, adquiri um imóvel e abri a primeira Sorridents”. Conta a empresária. A entrada para sistema de franquia aconteceu em 2005, quando ela já contava com 23 unidades e começaram a surgir interessados em uma clínica no mesmo estilo que as dela.

  Pelos critérios da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a Sorridents integra o setor de esporte, saúde, beleza e lazer. O faturamento total desse grupo, de acordo com os dados da entidade, chegou a R$ 14,7 bilhões em 2011, com um salto de mais de 24% sobre o ano anterior. O numero de empresas  franqueadoras fechou o ano passado em 371, 15,9% acima de 320 que estavam em atividade no final de 2010, a maior expansão percentual entre os setores pesquisados pela ABF. O número total de unidades das redes fechou o ano passado em 16.983, 9,3% superior às 15543 de 2010.

 Para este ano, além de repetir o incremento na receita nos mesmos níveis do ano passado, Cala Sarni estima que sua empresa fará investimentos de R$ 1,5 milhão. Isso resulta das melhorias em cursos nos sistemas de tecnologia da rede. O dinheiro que vai para as novas unidades-este por conta dos franqueados-deve ficar na casa dos R$ 7 milhões.

O investimento médio em uma unidade de Sorridents vai de acordo com o ponto e a localização, mas a média gera em torno de R$ 350 mil. Pra cidades com mais de 100mil habitantes ou vizinhos a elas, a taxa de franquia é de R$ 65 mil. No modelo compacto, para cidades menores, a taxa cai para R$ 45 mil. Para as reformas, o desembolso é de mais R% 60 mil a R$ 180 mil, dependendo do tamanho o ponto. “Se a área do franqueado for populosa, terá de ter o mínimo de sete cadeiras instaladas. Se não, abre a unidade com cinco cadeiras”, diz Carla.

Além dos dentistas, a unidade tem de empregar mais seis funcionários, para recepção e administração. A empresária conta que hoje, a maioria dos franqueados é de dentistas. Se o investidor não for um profissional da área, precisará contratar um, pois a legislação exige um responsável técnico por unidade. A rede cobra 6% sobre o faturamento como taxa de royalties e mais 2 %para o fundo de propaganda e publicidade.

A franqueadora oferece aos novos integrantes da rede todo o sistema de trabalho bem detalhado, treinamento em sistema de informação, em recursos humanos, administração de empresas, contabilidade e departamento financeiro. “Além disso, ajudamos na escolha do ponto, validamos o ponto, auxiliamos na seleção dos funcionários e treinamos a primeira equipe”.

Para a adequação das necessidades de equipamentos e materiais,  empresa faz um estudo de “geomarketing”  da região para determinar o potencial de atendimento da unidade. “Como temos um histórico, fazemos uma composição com o perfil local e prevemos o desempenho da unidade. Com o sistema de gestão, realizamos o acompanhamento das previsões” explica Carla . “Até hoje, nossa margem de erro está menos que 1%%.” Segundo a empresária, o faturamento médio de cada unidade é de R$ 100mil por mês, mas há casos que chega a R$300 mil . “Nós não nascemos franqueadores. Nós nos tornamos por causa das exigências do mercado. É preciso ter experiência para transferir Know-how”.

 Carla afirma que nem tudo é sucesso em sua trajetória. Ela lembra que, em 2009 viveu um dos piores momentos em sua empresa “Estava construindo 20 unidades, contando com recursos que viriam de um empréstimo com dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT),com cinco anos para pagar e seis meses de carência. Quando as unidades estavam para ficar prontas ,não consegui a liberação do crédito . Não me planejei direito e contei com um dinheiro que não veio” recorda . “Tive de vender meu apartamento e meu carro para cobrir uma parte do rombo”. Mas aprendeu.

 

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