Motocicletas fora de linha e o sacrifício para conseguir peças de reposição.

Depois de um longo e árduo trabalho em minha busca, cheguei à conclusão que para nós que curtimos motos que já não fazem mais parte das linhas de produção das montadoras (fora de linha ou descontinuadas), chega a ser uma “penitência”.

E olha que nem estou me referindo àquelas antiguidades de colecionadores, pois creio que para estes proprietários a busca por peças de reposição e acessórios originais chega a ser uma terapia, uma vez que possuem essas máquinas por puro prazer , diga-se de passagem, deve ser um excelente passatempo.

Refiro-me  às motocicletas fora de linha que ainda estão em pleno funcionamento e que atendem muito bem às necessidades de uso muitas vezes diários de seus proprietários.

Fico pensando o quão difícil deve ser para seus proprietários encontrarem peças para suas Mobiletes por exemplo.

Dificuldade que não deve ser menor para se conseguir peças de reposição e acessórios para uma moto XL 250 (que ainda encontramos muitas rodando por ai), a quem recorrer, por exemplo, no caso de uma re-pintura onde se tem a necessidade de substituição de um kit de adesivos desta XL 250.

Não estou aqui querendo expressar uma reclamação, pois se fosse comerciante destes produtos, também não os manteria em estoque, sabendo que são de valor agregado considerável e de um baixíssimo giro.

É claro que iria focar a minha disponibilidade de estoque em produtos que vendem mais, como peças para Twister, Fazer e outras motos que vemos as “pencas” rodando por ai.

Aliás, como exigir do comércio a manutenção destes estoques quando, (se eu não estiver enganado) até mesmo as montadoras tem uma obrigação de manter estoque de peças com pinturas por 5 anos e as demais por 10 anos somente.

Também, vamos concordar que, manter estoque de um disco de freio para uma CBX 750, seria comercialmente inviável, uma vez que se trata de uma peça de uma durabilidade considerável e de um custo que não se pode desprezar, e é claro que qualquer um de nós, se fossemos comerciantes não iríamos empregar nossos recursos em peças deste tipo sem ter a mínima noção de quanto tempo as teríamos em estoque.

Agora pense!  Se possuímos uma moto deste tipo porque gostamos de manter uma relíquia, ainda vá lá,  o problema é mais grave se o proprietário as tem por necessidade e impossibilidade de comprar um modelo mais novo, principalmente para quem está  longe dos grandes centros o transtorno é enorme para adquirir peças.

Porém, o que tenho visto é a aparição de vários sites na internet com ofertas de vários produtos de moto peças e acessórios voltados para as motocicletas mais antigas e até mesmo lojas físicas oferecendo em suas lojas virtuais uma gama enorme de produtos e dentre eles vários para as nossas “Velhinhas”. A impressão que tenho é que a internet mostrou para os fabricantes e comerciantes de moto peças e acessórios que este mercado tem a sua importância e vários deles se não mantém um estoque regular destes produtos, já os tem para oferecer por encomenda, onde compramos e aguardarmos por um prazo de 10 ou 15 dias que creio ser o prazo de fabricação.

Todos nós sabemos que este tipo de compra não é muito confortável, afinal, não estamos acostumados a enviar dinheiro antes mesmo de vermos o que estamos comprando, ainda mais que os preços deste tipo de peças (de baixo giro comercial) quase sempre é um tanto “salgado”, ainda assim este tipo de compra vem se tornando uma boa opção de reposição destas peças.

Outra preocupação é que não encontramos tudo num só lugar, temos que literalmente “garimpar” na internet, muitas vezes com muitas pesquisas para encontrarmos o que buscamos, mas, pelo menos já temos um caminho por onde começar.

E desta forma ainda estou conseguindo manter minha Tenere 600 ano 90 em bom estado de conservação e segurança e faço votos que cada vez mais lojas físicas ou virtuais percebam essa necessidade do mercado e nos facilite a compra de peças e acessórios para nossas “antiguinhas”.

Levi Fernandes