Mortes Em Cadeia
Publicado em 15 de dezembro de 2007 por Marcelo Cardoso
E é isso o que acontecia sempre com o seu Bernardino, (Bernardino Dias da Silva), imigrante português que chegou ao Brasil em 1940, aos 35 anos de idade, logo após a I Guerra Mundial, e trabalhou duro para manter a grande família que constituiu aqui e também para construir o seu rico patrimônio.
Antes de conhecer Paquetá, êle trabalhou como carregador de bagagens e teve também uma casa de secos e molhados mas, logo que chegou aqui, interessado pela construção civil, abriu uma casa de materiais de construção, que ainda existe e, hoje, é administrada pelos seus filhos e netos.
O seu Bernardino também esteve à frente, por algum tempo, do transporte de veículos entre a Ilha do Governador e Paquetá, o que fazia numa antiga barcaça que era conhecida popularmente como "a Prancha" e que, em pouco tempo, êle passou adiante.
Mas o que mais caracterizou o seu Bernardino foi a sua superstição e o medo que êle tinha de morrer, o que o levava com frequência a São Lourenço, onde êle possuia também uma moradia...
Era só começar a morrer gente em Paquetá, que o seu Bernardino arrumava as suas malas e ia embora para São Lourenço ... E isso aconteceu até o dia em que não deu tempo para êle arrumar as malas ... porque êle foi o primeiro da fila e, então, morreu por aqui mesmo ! ...