Sandra Lima
Psicóloga

A transição do quinto para o sexto ano remete uma nova realidade para os alunos, onde a participação, o senso de responsabilidade,a disciplina nos estudos precisam estar bem fixados . Claro que cada um vai ter um rendimento e um aproveitamento diferenciado, mas a conscientização é essencial para  prepará-los para essa mudança.Que por vezes é desvalorizada por não se vivenciar a transição como um processo complexo que é.

De acordo com (SIM-SIM, 2010, p. 111) ,transição implica sempre perda a separação de algo conhecido e, simultaneamente, a integração num contexto novo e desconhecido, envolvendo o medo do que é estranho, o abandono de rotinas estabelecidas e a aprendizagem de comportamentos e atitudes adequados aos novos ambientes (sociais e físicos) .

Para  minimizar  essa passagem precisamos esclarecer sofre essas transformações para o aluno,integrando-o a sua nova realidade, incentivando o hábito diário de estudo  a responsabilidade com  suas  atividades,a prática de anotações cotidianas em sua agenda ,a importância dos trabalhos passados pelos professores e da sua participação  em sala de aula.

É uma  nova realidade para eles, que deixam de ter  duas ou três professoras que o acolhiam , protegiam e passam a ter onze, doze professores,todos com dinâmicas e ensinos diferentes e claro, os alunos sentem muito essa diferença, nos primeiros meses.Causando por vezes uma queda no rendimento escolar, pois precisam de um período de adaptação a tantas transformações sociais e as  físicas, pois também começam a entrar na pré- adolescência onde o  fato,  por si só, já gera muita insegurança para meninos e meninas com idade entre 9 e 13 anos.

Nos primeiros dias de aula,  por ser várias as mudanças ,surgi o receio, a insegurança , o  medo, pois  o novo vem recheado de desafios , novos professores , as vezes novos amigos, nova  escola ,novas disciplinas, menos tempo do professor em sala de aula no entanto,  um número maior de docentes.

Isto leva o aluno a  ter que   se reencontrar numa dinâmica diferente , revendo sua referência anterior  que era de um ou dois professores lhe transmitindo ensinamento ,para se adaptar a dez ou mais professores; abordando diferentes conteúdos  com posturas e métodos diferentes,onde  os alunos precisam se adequar rapidamente a cada entrada de um docente em sala de aula.

São inúmeras as dúvidas  nesta fase ,sobre as provas ,trabalhos,as relações com os colegas de turma, como  organizar  o tempo como se adaptar a esse novo contexto educacional.

Nesse  momento de  transição os estudantes precisam de assistência, tanto da  instituição, quanto dos responsáveis por eles, pois precisaram ter autonomia e organização para realização de suas atividades bem como buscar  ,estabelecer junto aos professores  uma relação  que por vezes pode se tornar complexa,  pois os estudantes neste período,  também apresentam particularidades da idade e das transformações desse ciclo. O ingresso no sexto ano coincide com a entrada na adolescência é o momento em que a criança abre os olhos para outras perspectivas e dimensões do mundo e o colégio deixa de ser o centro de referência da sua vida.   

É importante que neste momento de mudança que a família e a escola,  busquem maneiras de ajudar o aluno na adaptação e nas dificuldades surgidas ao ingressar no sexto ano. Certamente o apoio amenizará as dificuldades e auxiliará os estudantes nessa nova etapa.

SIM-SIM, I. Pontes, desníveis e sustos na transição entre a educação pré-escolar e o 1º ciclo da educação básica. Exedra, n. 9, p. 111, março, 2010.