Resumo

Atualmente nossos educandos, possuem uma grande diversidade de situações que podem chamar sua atenção. E admitindo sobre o assunto, devemos buscar uma nova abordagem em nossa metodologia de ensino. Da mesma forma compreendemos que, vários educadores tem resistido essas novas metodologias. Qual seriam os motivos a afronta aos novos métodos de ensino e aprendizagem? E quando falamos em modelagem matematica, quais motivos para não utilização da modelagem em sala de aula? Poderá ser o despreparo, um dos motivos da pouca utilização no processo de aprendizagem.. A busca de compreensão do porque a não utilização da Modelagem Matemática em sala de aula, nos levaram a busca das respostas da não utilização dessa proposta metodológica.

                                         I.        INTRODUÇÃO

 

 

Todo educador matemático precisa contribuir no processo de aprendizagem do aluno, para que o mesmo consiga construir um pensamento critico capaz de compreender a importância da matemática com sua vida fora do ambiente educacional. Estes motivos nos conduziram a investigar o porquê da não utilização da Modelagem em sala de aula. Para encontrarmos essas situações, perguntamos a alguns educadores matemáticos quais seriam as causas da não utilização da Modelagem Matemática. E começamos a entender quais motivos levam a não ultilização da Modelagem Matemática no processo de ensino e aprendizagem. Primeiramente buscamos uma fundamentação teórica acerca do assunto e o que educadores tem a dizer sobre o processo de Ensino e Aprendizagem.

 

 

               II.             O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

 

 

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL-1988).

Podemos considerar que o processo educativo possui uma grande parcela na formação de um cidadão crítico, participativo e formulador de ideias. Levando em consideração, educadores devem entender da importância que está em suas mãos. “ É nesse sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem formar é ação pela qual um sujeito dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado”(FREIRE, 2006, p. 23). Sendo assim e devo entender que minha pratica precisa fazer alguma diferença na formação deste cidadão. E rejeitar toda pratica bancaria como diz Freire. Aqueles métodos obsoletos onde o aluno é considerado um mero telespectador, e apenas receptor de conceitos formulados com o passar dos anos.

A educação assim como outras áreas do conhecimento, sofreram transformações com o passar dos anos. Ocorreram grandes desenvolvimentos, contribuições significantes que influenciaram na sociedade e na qualidade de vida do cidadão. Em exemplo podemos considerar a contribuição de Florence Nightingale (1820- 1910) na medicina com seus dados estatísticos. (Revista Calculo, ed 24, p. 59).

Mas na pratica educacional podemos perceber que este desenvolvimento tem caminhado a passos lentos. “Já é tempo de os cursos de Licenciatura perceber que é possível organizar um currículo baseado em coisas modernas. Não é de se estranhar que o rendimento esteja cada vez mais baixo, em todos os níveis (D’ Ambrósio-1996, p.59).” Pois ainda hoje em pleno século 21, professores utilizam o método tradicional transferidor do conhecimento. Quais seriam as causas de praticas como estas ainda perdurarem em nossas salas de aulas? Seria a falta de investimento das autoridades competentes, ou ate mesmo o conformismo de educadores. DEMO diz: “...educação como processo de formação da competência humana, com qualidade formal e política, encontrando no conhecimento inovador a alavanca principal da intervenção ética” (DEMO, 1996, p. 2)”. Como poderei desenvolver uma nova estratégia de ensino que busque o desenvolvimento critico de meu educando? Segundo (DEMO,1996, p. 3), o educador deve ser pesquisador. E manejar a pesquisa como atitude cotidiana. “...Promovendo o processo de pesquisa no aluno, que deixa de ser objeto de ensino, para tornar-se parceiro de trabalho”.

 

 

                                      III.        TERMO MODELAGEM MATEMATICA.

 

 

O termo modelagem matemática, relação entre a teoria e a pratica, nos últimos anos repercutiu por vários congressos e foi assunto de debate por diversos educadores matemáticos. Termo que se originou da própria matemática aplicada, na busca de aplicação para os conceitos matemáticos. E segundo (Biembengut & Hein) “...A matematica é alicerce de quais todas as áreas do conhecimento...” Entendendo sua importância, sua relação concreta precisa ser incorporada naturalmente em sala de aula. Pois essa relação entre teoria e pratica, pode aos olhos de nossos educandos desenvolverem sua curiosidade, contribuir de forma significante com o processo de aprendizagem e desenvolver seu pensamento crítico, diante dos desafios que poderá encontrar em sua vida. “ A modelagem e a Matemática são meios para questionar a realidade vivida. ... mas que Modelagem possui o potencial de gerar algum nível de crítica (Barbosa, REUNIÃO ANUAL DE ANPED, 24,.2001)”.

Mas o que poderia atrapalhar esse processo? E quais motivos essa metodologia não se encontra presente em nossas salas de aula? Temos diversas pesquisas que comprovam que esta metodologia é eficaz, que o processo de modelagem na educação básica pode e deve contribuir na construção de um novo saber matemático.

 

“Em muitas situações, ao se envolver com atividades de modelagem, os alunos se deparam com um obstáculo para o qual não possuem, provisoriamente, conhecimentos suficientes para superá-lo, emergindo assim a necessidade de construir esse conhecimento por meio dessa atividade. Logo, em atividades de modelagem, os alunos tanto podem ressignificar conceitos já construídos quanto construir outros diante da necessidade de seu uso.” (Lourdes, Karina & Rodolfo, 2012.

 

Estas questões estão presentes, e fomentam a busca do porque, essa metodologia não vem sendo trabalhada em sala de aula. O dicionário Aulete define o termo “Modelagem” Operação pela qual o escultor molda com argila ou cera sua obra que depois será executada em bronze, mármore, madeira etc. É o processo que da forma a algo. Segundo Bassanezi citado por (Ribeiro 2008)

 

“ ... um processo dinâmico utilizado para a obtenção e validação de modelos matemáticos. É uma forma de abstração e generalização com finalidade de previsão de tendências. A modelagem consiste, essencialmente, na arte de transformar situações da realidade em problemas matemáticos cujas soluções devem ser interpretadas na linguagem usual. A modelagem é eficiente a partir do momento que nos conscientizamos que estamos sempre trabalhando com aproximações da realidade, ou seja, que estamos elaborando sobre representações de um sistema ou parte dele”( Bassanezi, 2002).

 

O projeto é aquilo que se pretende realizar segundo um programa estabelecido. E quando tratamos com modelagem propomos um trabalho através de projetos. Metas e desafios que devem ser superados para alcançarmos nosso objetivo. O processo de modelagem tem todo um cronograma a se realizar ate chegarmos ao conhecimento esperado. Onde identificamos a situação problema, matematizamos, criamos um processo investigativo e após toda analise, os resultados esperados. O papel do professor/educador neste processo é essencial, pois devo motivar meu aluno a busca do conhecimento esperado e entender que a sala de aula um campo onde as pesquisas são realizadas, e comprovado a eficácia de novos métodos de ensino.

Precisamos compreender que o processo educativo deve ser continuo, e aceitar que neste processo meu aluno não pode ser visto como objeto. Mas um parceiro na busca de novos conhecimentos. (Demo, 2000). E o que devo levar em conta no momento de planejar o meu trabalho com modelagem, esse tema deve partir de mim ou deixar meu aluno propor? Situações passam a existir como questionamentos. Resolvemos investigar, o que vinha a ser modelagem. E como poderíamos utilizar em nossa pratica. Descobrimos que o educador precisa ser orientador nesse processo. E através de questionamentos aos meus alunos, direcionar a um conhecimento esperado.

Entendemos que o trabalho poderia perdurar aulas, e ate mesmo ser finalizado na própria aula. O processo de modelagem, a nosso entender pode ser considerado amplo e eficaz. Mas este processo só poderá contribuir com o conhecimento se for bem planejado e longe de improviso. Mas como poderei trabalhar modelagem se não ter o conhecimento dessa temática? Esse parecer a nosso entender nos motivou a busca e as respostas dos questionamentos. Através de um questionário propomos a professores o que poderíamos considerar Modelagem Matemática e se eles possuíam alguma experiência com esta temática. Esta foi a analise dos motivos pelas quais, esta atividade de não vem sendo utilizadas em sala de aula.

 

A tabela abaixo demonstra os resultados obtidos em uma pesquisa realizada em Goiânia em escolas de um bairro de periferia.

 

 

Modelagem Matemática

 

 

 

Não conhecem o que vem a ser modelagem matemática

60%

 

 

Conhecem o que vem a ser modelagem matemática

40%

 

 

Já Trabalharam modelagem

20%

 

 

Nunca trabalharam com modelagem

80%

 

Dos educadores pesquisados, entrevistamos (Licenciados em matemática e Bacharéis em matemática). 80% dos entrevistados são formados em licenciatura e já ouviram falar sobre o que vem a ser modelagem. Os 20% nunca ouviram falar o que vinha ser Modelagem. No caso do Bacharelado nenhum dos entrevistados nunca tinham ouvido falar o que vinha a sem Modelagem.

Essa analise foi realizada em professores do ensino fundamental e médio. Através dos dados acima podemos observar que os educadores possuem pouco conhecimento o que vem a ser modelagem e como trabalhar a seguinte temática. E o que mais nos chamou atenção, foi o trabalho realizado com professores baixareis que totalizaram 100% de não conhecer sobre o termo.

Devemos levar em conta algumas questões que podem atrapalhar o uso da metodologia da modelagem: 1º O educador acostumado com métodos tradicionais, aonde relação conteúdo e exercícios venha a ser mais cômodo. Pois ao fazer uso de novas metodologias cabe o educador sair de sua zona de conforto e buscar aquilo que é novo. Ter que estudar modificar seus padrões já assimilados com o passar dos anos, que podem segundo ele desenvolver o ensino da matematica. Mas os métodos tradicionais podem contribuir com o pensamento critico desse meu educando? 2º O mesmo por não ter conhecimento do objeto de ensino. Causando uma barreira na aplicação desta metodologia. Pois ao propormos uma nova pratica precisamos conhecê-la bem, para que o meu objetivo seja alcançado. A nosso entender, toda atividade precisa de uma fundamentação teórica, capaz de construir um conhecimento necessário à aplicação dessa nova proposta. 3º Outra questão que podemos levantar. Seria o caso de alguns educadores “professores” terem sua formação em Bacharelado. Pois em sua formação acadêmica não possuem um bom alicerce pedagógico, comprometendo o processo educativo. Isso sendo comprovado.

Levando ao professor bacharel não conseguir sair dos métodos tradicionais de ensino. Mas isso não se pode generalizar. Encontramos alguns casos educadores da matemática “pura”, que fazem de sua pratica um campo amplo de conhecimento em favor da educação.

 

 

                                     IV.        CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

Beatriz S. D’Ambrósio comenta que o professor de matemática deverá ter: 1. Visão de que vem a ser a matemática, 2. Visão do que constitui a atividade matemática, 3. Visão do que constitui a aprendizagem da matemática, 4.Visão do que constitui um ambiente propicio a aprendizagem da matemática. Sendo assim todo educador, precisa questionar sua pratica, e analisar se ela esta contribuindo na aprendizagem. Entender que “... nenhuma teoria é final, assim como nenhuma pratica é definitiva, e não há teoria e pratica desvinculada” (D’Ambrósio, 1993, p. 35-41).

Estes obstáculos que expomos no decorrer deste artigo propõem umas das possíveis causas, que dificultam a ação de novas técnicas de ensino. Mas sabemos que não são únicas, e em outro momento podemos discutir com uma maior propriedade, acerca de outras limitações que se apresentam perante o procedimento educacional. Pois quando discutimos sobre Educação e “Educação Matemática”, embarcamos em uma jornada ampla e complexa. E a nosso entender podemos considerar que esta fundamentação teórica necessita ser forte. Para motivar nosso educando ao questionamento reconstrutivo. Sendo assim eu como educador não posso me tornar omisso ao processo, e me acomodar diante dos desafios. Mesmo não conhecendo acerca de alguma metodologia, preciso me informar e entender quais contribuições a mesma, significará a minha pratica educativa.

 

 

                                      V.        REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

Almeida, Lourdes Werle, Silva, Karina Pessoa, Vertuan, Rodolfo Eduardo. Modelagem Matemática na educação básica. São Paulo, 2012: Atual.

BARBOSA, J. C. Modelagem na Educação Matemática: Contribuições para o debate teórico. In REUNIÂO ANUAL DA ANPED, 24, 2001 Camxambu. Anais...Rio de Janeiro: ANPED, 2001. 1 CD-ROM.

BARBOSA, J. C. O que pensam os professores sobre a modelagem matemática? Zetetiké, Campinas, v. 7, n. 11, p. 67-85, 1999.

BEATRIZ S, D’Ambrósio, Formação de professores de matemática para o século XXI: O grande desafio. São Paulo, 1993.

D’AMBROSIO, Ubiratan, Educação Matemática: Da teoria a Pratica. Campinas, 1996. ISBN.

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas, 1941. ISBN- 4 ed.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo, 1996. Paz e Terra.