Estilo próprio é quando a gente tenta imitar alguém e não consegue.

Desde criança a gente se espelha muito nos filmes que assiste, nos heróis, geralmente, embora os vilões fiquem eternamente guardados em nossas memórias, pois são mais engraçados, são mais criativos e mais envolventes.

Se espelhar em heróis de qualquer filme é uma boa forma de conduta, pois não conheço nenhum herói que bata em criança ou em velhinhos, engane as pessoas ou traia a verdade.

Assim como a performance dos heróis são um exagero, sempre resolvendo tudo no último segundo (sem falar, é claro, na sua ideologia), imitar a sua conduta positiva integralmente também é impossível, mas se cada um de nós conseguir manter dez por cento da postura dos heróis, já seremos dignos de sair de capa por aí.

Num país onde o bandido é a nossa inspiração, seja na política, no namoro, no comando do morro, nas gangues de rua, é um tanto constrangedor, falar em mocinhos de filme.

Eu sei que mocinhos é uma invenção hollywoodiana e lembra John Wayne, lembra americanos, lembra Rambo.

Mas não é bem assim. Gandhi foi um herói. Madre Teresa também. Betinho, o brasileiro idem.

Um pai, que consegue chegar ao fim do dia, depois de ralar desde a madrugada no trabalho e, trazer consigo, um presentinho e um sorriso amigo nos lábios é um verdadeiro herói.

A mãe também não fica atrás, seja trabalhando fora ou em casa, ou nos dois, conseguindo se desdobrar em várias, ganha de longe da Mulher-Maravilha.

Se ser herói é não mentir, não trair, não ferir, não negar ajuda, não é tão difícil sê-lo, por algumas horas do dia, pelo menos, e por alguns dias do ano.

Se algum de vocês consegue isso que eu falei, não em tempo integral, mas por alguns momentos ou, quem sabe, por muitos momentos, então,parabéns!

Não precisa voar ou ter uma incrível força para levantar um trem, pois tua consciência faz teus pés flutuarem e, tens poder e força suficientes para dizer: "Hoje eu fui um herói, pois fiz a diferença".

Sérgio Lisboa.