Nesta ausência cruel que me tortura
É em ti que se concentra o meu pensar
E tu formosa e meiga criatura
Talvez não tenha dó do meu pensar

Talvez que no aconchego do teu lar
Fluindo das carinhas e doçura
Não pensar, meu amor, na desventura
Daquele que por ti vive a chorar.

Talvez que bem feliz cantando e rindo
Alheia acerba dor que me crucia
Noutro peito um ninho construindo

Mas não! Tal pensar que fuja
Tu não podes cometer tal covardia
Aquela que me ama jurou ser minha.


EWALD KOCH