O pensador me diz: "quando abro um livro, vislumbro um horizonte, onde as idéias brilhantes despontam como o sol, detrás das montanhas".

E – como o pensador que me fala – idéias brilhantes, despontando por entre as montanhas, começo a vislumbrar.

A partir de então, passo a definir minha vida como um livro, onde: "a cada dia sua página! A cada hora uma palavra! A cada minuto uma letra! A cada segundo uma decisão! E, entre um sim ou um não, muda-se completamente a história!"

Percebo-me fazendo conta, do que, antes, não fizera; de que muitas páginas já foram escritas. Algumas com alegria, outras tantas em tristeza e agonia. Quantas rasgadas, mas jamais da mente apagadas – páginas de lembranças.

Páginas de vazio! De tristeza! De horas de solidão. Quantos sim, querendo ser um não! Quantos não querendo ser um sim!

E, nas entrelinhas que a linha conta, nas páginas do passado fiz tanta conta, que ao final me dei conta de que realmente o que se conta é o que se tem para contar, principalmente quando se pode somar.

E o ponto que a vista alcança, pode falar de tantas vistas que, agora, vai além do ponto.

O ponto que fecha uma frase. Uma frase que encontra um texto. Um texto que escreve um livro – livro escrito a quatro mãos.

E o livro narra um conto do encontro da poesia com a filosofia – da poetisa e do pensador.

E, enquanto alguns têm pontos de vista, outros, vista do ponto, o pensador vai sempre além de qualquer ponto, na busca de uma nova vista – a vista da poesia.

E, cada qual – poetisa e pensador – contribuindo com um ponto, no conto que a história conta, uma nova página inicia, pois se a vida do pensador é como um livro, como um livro também é a vida desta que conta...