No mês passado, na cidade de Copenhague (Dinamarca), ocorreu a Cop15, Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas. A conclusão de que a grande reunião não obteve fortes resultados foi unânime por diversos especialistas envolvidos que acompanharam de perto as negociações.

Só para citar um caso, os presidentes de importantes nações como EUA e Brasil, chegaram já no final da rodada de debates. Esse atraso permitiu que muitas conversas não fossem realizadas seriamente. O resultado da Cop 15 lembrou bastante o caso de Kyoto, no qual foram feitas promessas que até hoje não foram cumpridas. Em Copenhague eles querem impor tarefas impossíveis. Neste caso ninguém vai assinar a papelada de cotas de emissões.

O problema parece não só ser de governantes e autoridades em geral. Percebemos no dia-a-dia como ainda não estamos envolvidos na questão ambiental. A mídia brasileira mesmo contribui para a falta de estímulo à sustentabilidade. Quase não vemos notícias sobre aquecimento global e suas consequências nos jornais. O que predomina são as tragédias, o número de mortes em determinada chacina, se há policiais feridos, quantas famílias soterradas pelas chuvas, e por aí vai. Não há reportagens especiais orientando as populações a serem mais econômicas, a captar água da chuva e a
dividir seu lixo para reciclagem, por exemplo.

Infelizmente hoje vivemos na questão do mito do “jogar fora”, ou seja, pensamos que tudo aquilo que consumimos e não tem mais uso pode ser descartado não deixando nenhum resquício. A verdade, no entanto é outra e tudo precisa ter um destino final, no qual deve ser tratado ecologicamente para não deixar vestígios prejudiciais neste meio em que habitamos.

Há uma necessidade urgente de não tratarmos mais o ecossistema como inesgotável para as tecnologias. O meio ambiente não é neutro para o sistema econômico linear de produzir-consumir-descartar, além de que é possível sim haver certas melhorias sociais independente do crescimento econômico.